Outros projetos do instituto incluem a impressão, o restauro e a doação de livros

 

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Em julho de 2023, o instituto Pegaí Leitura Grátis completou 10 anos. Desde 2013, disponibilizou mais de 578 mil livros, garantindo maior acesso à leitura para a população de forma gratuita. O projeto nasceu em Ponta Grossa, mas se expandiu para 15 municípios do Paraná. Além dos livros disponíveis, o instituto possui outros projetos, como a Fantástica Fábrica de Livros, o Alimentando Mentes e o Hospital de Livros.

A Fantástica Fábrica de Livros trabalha com a impressão de histórias editadas e diagramadas que são produzidas pelos escritores e editoras locais. Desde 2014, 255 mil exemplares de 45 títulos foram impressos, sendo a maior parte livros infantis. Carolina Vila Nova é escritora e foi contemplada pela impressão gratuita do livro que escreveu. Os cinco mil exemplares de “O dia em que os gatos andaram de avião” foram para as cabines de livros. A autora afirma que tem muito orgulho de ver seu livro chegando até pessoas que provavelmente não teriam acesso se não fosse pelo projeto. No entanto, em um cenário de difícil ascensão para escritores nacionais, Carolina acredita que o impacto do Pegaí não é muito grande para os autores: “É muito legal o projeto do Pegaí, faz alguma divulgação, mas isso é muito pouco perto de toda a concorrência. Para um autor se sobressair, precisa de muito mais do que isso.” Por outro lado, a escritora afirma que a literatura não é tão acessível no Brasil e um projeto como o Pegaí pode estimular a leitura a partir da disponibilização gratuita de livros.

Outro projeto desenvolvido é o Hospital de Livros, criado em 2016. A iniciativa restaura livros e começou em parceria com o Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (DEPPEN), inserindo os detentos da Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG) nos processos de restauração. Devido à pandemia, o projeto deu uma pausa. A retomada, em 2021, passou a ser exercida pelos internos da Comunidade Terapêutica Rainha da Paz, localizada em Carambeí. Os integrantes da comunidade são capacitados para trabalharem como restauradores e mais de oito mil livros foram restaurados e voltaram a circular. A iniciativa Alimentando Mentes disponibiliza livros em cestas básicas doadas por escolas e outras instituições sociais parceiras. Desde 2020, segundo organizadores, o projeto doou 118 mil exemplares para famílias em situação de vulnerabilidade social.

Durante esses anos, passaram mais de 140 voluntários pelo projeto. Além disso, parcerias com empresas de iniciativas privadas e doação de notas fiscais sem CPF que podem ser convertidas em dinheiro também auxiliam na manutenção do projeto. Segundo o professor Idomar Cerutti, fundador e presidente do Pegaí, as cabines criaram um movimento de desapego. “As pessoas entenderam de maneira geral que os livros parados nas estantes não servem para nada. Dessa forma, elas podem entregar esses exemplares para nós, que iremos colocar nas mãos de novos leitores. Durante esses anos entendemos que o trabalho do Instituto Pegaí Leitura Grátis é muito mais que disponibilizar livros, é um trabalho também de mudar a forma das pessoas pensarem em relação à posse dos livros”, afirma o professor.

As doações de livros para o projeto podem ser feitas através das caixas de coleta espalhadas pela cidade.

Ficha técnica:

Produção: Mariana Borba

Foto: Mariana Borba

Edição de texto: Laura Urbano 

Publicação: Emelli Schneider 

Supervisão de produção: Fernanda Cavassana e Marizandra Rutili 

Supervisão de Publicação: Luiza Carolina dos Santos e Marizandra Rutili