Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as eleições municipais que acontecem em outubro deste ano em Ponta Grossa terão mais de 500 candidatos a vereador, 31% destes candidatos são mulheres. Esse índice representa o mínimo estipulado pela Lei Federal das Eleições (art. 20, §2º, Res. TSE nº 23.455/2015), que prevê vagas destinadas para gêneros sejam no mínimo 30% e no máximo 70%. Apesar de cumprirem o número mínimo de mulheres exigido pela Lei, existem outras dificuldades que elas enfrentam para ocupar cargos oficiais, visto que das 23 vagas legislativas disponíveis em 2012, apenas uma foi ocupada por mulher, a vereadora Adelia Aparecida Souza (DEM). O eleitorado da cidade, ainda segundo o TSE, é composto em sua maioria por mulheres, sendo 47% homens e 53% mulheres.

A jornalista e integrante do Frente Feminista Malalas Annelize Tozzeto compreende que a baixa atuação da mulher na política se dá em pelo fator histórico e pela falta de estrutura para as mulheres. “A política historicamente é dominada por homens e as mulheres são educadas para não participarem dela. Quando uma mulher decide ocupar um cargo político ela geralmente não tem nenhuma estrutura, já que essas mulheres na maioria das vezes são mães.” diz Tozzeto.
Em relação a eleição municipal de 2012,  a porcentagem continua praticamente a mesma, Há quatro anos o número de candidatas a vereadoras representava 30,54%. Segundo a secretária de organização do PCdoB, Isabela Gobbo, isso significa que os partidos preencheram as vagas com mulheres somente para obedecer mínimo exigido pela Lei. “Diversos partidos assumem compromissos com temas voltados para a mulher, mas dentro dos partidos ela serve só como ‘laranja’ , porque caso não ocorra a oficialização do número mínimo de mulheres, o partido não pode disputar o processo eleitoral”, diz Gobbo.
Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) analisou a participação feminina no Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral nas eleições municipais para vereador em 2012. Os dados  indicam que as candidatas aparecem em apenas 33,3% do espaço total da programação, indicando uma aparição inferior a dos homens. De acordo com Annelize Tozetto, a baixa aparição de mulheres no horário eleitoral acarreta contribui para elas não serem eleitas, pois elas tem pouco espaço para expressar suas propostas. “As mulheres em todos os campos, não só da política, sempre têm que se provarem mais eficientes que os homens para conseguir algum cargo”, diz Tozetto.
Para Isabela Gobbo, a baixa participação política da mulher em Ponta Grossa acontece porque a cidade exclui a representação de minorias,  por consequência do conservadorismo da cidade. “Para a  mulher fazer política em um ambiente machista e elitista  é mais complicado ainda. Hoje eu  acredito que essa realidade só muda com a divulgação do trabalho realizado pelas mulheres dentro do poder legislativo. Além disso, os partidos precisam defender as cotas de gêneros nas cadeiras da câmara,  e assim viabilizar uma igualdade dentro da politica”, conclui Gobbo. Confira a maiora no eleitorado e também a minoria na política através do infográfico: