Foto: Saori Honorato
Segundo dados da Central de Atendimento à Mulher da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República, seis em cada dez brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência. Em Ponta Grossa, até agosto de 2016, 1.228 boletins de ocorrência haviam sido registrados na Delegacia da Mulher. A discussão sobre a violência de gênero foi um dos destaques do segundo dia do 5º Colóquio Mulher e Sociedade (9).
Pela manhã, o evento recebeu a participação de três grupos de estudo focados na discussão de gênero e violência. A Frente Feminista Malalas, o Núcleo de Combate à Violência contra a Mulher, e a Associação da Maternidade Ativa e Segura (AMAS) apresentaram ao público seus projetos e atividades realizadas no espaço acadêmico, abordando os assuntos de gênero ligados à universidade.
O relato da aluna de Direito Kesya Ruttes, do Núcleo de Combate à Violência contra a Mulher, iniciou o painel. O Núcleo, auxiliado pelos departamentos de Jornalismo e Serviço Social, desenvolve atividades de ajuda a mulheres carentes em situação de risco, assim como presta esclarecimentos às alunas que sofreram assédio dentro da UEPG.
As alunas de Letras Tabata Fernandes e Clara do Prado, representantes da Frente Feminista Malalas, também abordaram a questão do assédio dentro da universidade. “A universidade é uma extensão da sociedade e, por isso, muitas dessas expressões do patriarcado acabam sendo reproduzidas no meio acadêmico”, aponta Fernandes. O coletivo também critica a pouca representatividade das mulheres, os abusos negligenciados e a falta de apoio para as mães. Para promover a conscientização, as ativistas sugerem a realização de eventos, como a exibição de filmes protagonizados por minorias, como mulheres homossexuais.
A estudante de Serviço Social Helena Gasperine problematiza a realidade da violência obstétrica. “É um tema com pouca visibilidade, por estar envolto por questões culturais sociais próprias de uma cultura machista”, aponta a estudante. Ela cita a cesariana como exemplo dessa cultura no meio médico. A acadêmica ainda comenta que a universidade é um bom espaço para explorar essas questões e evitar que essa situação se naturalize.
Para mais dados sobre violência contra a mulher em Ponta Grossa, confira a edição de número 188 do Foca Livre no link