Foto: WIlliam Clarindo

 

No dia 8 de março, a Câmara Municipal de Vereadores de Ponta Grossa aprovou o Projeto de Lei n.º 20/17, de autoria da Professora Rose (PSB), que declara 2017 o Ano da Mulher na política na cidade. No entanto, a matéria foi apreciada tão somente por vereadores homens. Isso porque a participação das mulheres na política ponta-grossense ainda é pequena: de 23 vereadores, somente uma é mulher.
Últimas eleições

Nas eleições municipais de 2016, Ponta Grossa teve 156 candidatas a vereadora, o que representa 32% do número total. Esse percentual é pouco maior que o número exigido pela Lei nº. 9504/1997, que determina que cada partido ou coligação deve reservar no mínimo 30% e no máximo 70% das vagas a candidatos de um mesmo sexo.

A maioria das candidatas ao legislativo estava na faixa etária dos 40 aos 49 anos, somando 53 concorrentes. Dos 30 aos 39 anos, foram 35 mulheres disputando uma cadeira na Câmara Municipal. Na faixa dos 50 aos 59 anos, houve 44 candidatas ao cargo.

As candidatas brancas somavam mais 80% do total. Quase 7% se declararam pretas e cerca de 11%, pardas – conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em relação à escolaridade das candidatas a vereadora em Ponta Grossa no ano de 2016, 58 tinham Ensino Médio completo, enquanto 47 tinham Ensino superior completo. O menor índice de escolaridade está entre as 4 candidatas que declararam apenas ler e escrever.

Um a cada 15 candidatos homens a vereador foi eleito. Enquanto das 156 candidatas, a única eleita foi a Roseli Mendes (PSB), 58 anos, com 2.108 votos. Ela assume pela primeira vez uma cadeira na Câmara. Como educadora, a vereadora afirma que sua intenção é fazer política de uma maneira diferente.

 



 

O total de gastos da Professora Rose foi R$ 5.201,70 e os recursos foram totalmente recebidos de doações, sem verba do fundo partidário. O limite de gastos da campanha era de R$ 93.515,09.

O PL 20/17, proposto pela Professora Rose, pretende aumentar a participação feminina na política local. Além disso, é uma homenagem a Cândida Mendes Braz, primeira vereadora eleita em Ponta Grossa, que completaria 100 anos em 2017. Rose lembra ainda de outras mulheres que já ocuparam uma cadeira de Câmara de Vereadores em Ponta Grossa.

 

 

Conheça a trajetória das vereadoras de Ponta Grossa:

 

 Fonte: Maria Pauteira (Parte 1, Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5 e Parte 6)

 

Prefeitura

Entre as chapas concorrentes à prefeitura nas eleições municipais 2016, duas tiveram mulheres como candidatas ao cargo de vice: a do prefeito eleito Marcelo Rangel (PPS), com Elizabeth Schmidt (PSB) concorrendo à vaga, e a de Leandro Machado (PPL), com Adriana Lopes (PPL). Não houve nenhuma mulher candidata à prefeitura. Para a vice-prefeita Professora Elizabeth, a mulher necessita de apoio da sociedade para ingressar na vida política.

 

 

 

Elizabeth, 56 anos, já fez partes de secretarias municipais, como Cultura e Administração e Recursos Humanos e concorreu a outros cargos políticos, como deputada federal. Nesta gestão, a vice prefeita ocupa o cargo de Presidente da Fundação de Turismo (FUMTUR).

Entre os dias 17 e 31 de janeiro, Elizabeth assumiu o cargo de Prefeita Interina da cidade. Pela primeira vez em Ponta Grossa, uma mulher assumiu o cargo de chefia da cidade.

Para a vice-prefeita, a atuação em secretarias é uma forma de as mulheres ganharem visibilidade na vida pública. Das 13 secretarias de governo em Ponta Grossa, atualmente, três são comandadas por mulheres: Educação,  Assistência Social e Saúde.

 

 

Apesar da população feminina ser maioria na cidade (51,5%), há apenas uma mulher ocupando cargo eletivo no Executivo e uma no Legislativo. O total de candidatas nas últimas eleições foi próximo do número mínimo exigido por lei, o que significa que o envolvimento feminino na política local ainda é reduzido.

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