Flores, folhagens, verduras e até árvores frutíferas sofrem com a instabilidade no clima 

 

O início da primavera em Ponta Grossa está sendo atípico e a mudança gera dificuldades no desenvolvimento das plantas. Por conta do La Niña, fenômeno que provoca a diminuição de temperatura na superfície das águas do oceano Pacífico e proporciona dias mais frios com grande frequência de chuvas na América do Sul. De acordo com dados do ClimaTempo, o evento climático ocorre a cada dois ou sete anos, entretanto, desde 2020, este é o terceiro início de primavera que registra temperaturas abaixo da média e chuvas acima do normal. 

Segundo Valdeci Sota Félix, floricultor da área de jardinagem há nove anos, a presença frequente de chuvas na cidade retarda a floração e afeta a qualidade e desenvolvimento de plantas mais sensíveis a mudanças bruscas de temperatura. “Algumas plantas podem apodrecer, queimar as folhas com o frio e também ocorre o aparecimento de fungos. Por causa da baixa temperatura, algumas plantas entendem que ainda está no inverno e entram em estado de dormência, ou seja, não florescem na data correta”, explica.

Dentre as plantas com maior sensibilidade ao fenômeno climático estão os cactos e suculentas. Por serem plantas utilizadas em ambientes internos, estão propensas ao apodrecimento pela ausência de dias ensolarados. 

Para Maria Aparecida Ribeiro a instabilidade no tempo acarreta outros problemas. Além de cultivar flores e plantas internas, ela também tem horta. “As minhas alfaces não crescem e ficam com muitas larvas. A couve fica com pulgões e as flores dos vasos estão morrendo com a umidade. As orquídeas que tenho não florescem”, lamenta.

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Foto: Catharina Iavorski

 

Outro setor prejudicado são as frutas. Maria Ana Martins tem um pomar no quintal de casa e o excesso de chuvas afeta o nascimento de frutos. “Além de dificultar o crescimento, tenho notado aparecimento de pragas nas minhas árvores. O limoeiro foi o primeiro que notei isso; a goiabeira, que geralmente dá frutos, continua apenas com folhas”, identifica. 

Plantas de ambientes internos, que em geral recebem menos incidência de sol por estarem dentro de casa, murcham com facilidade. Este é o caso das plantas de Vivian Albino. “Como minha casa não possui sacada, sempre optei por comprar plantas que resistam com maior facilidade a baixa incidência de sol, mas recentemente, decidi comprar mudas novas que estão murchando com muita facilidade”, aponta.

Como forma de prevenir o apodrecimento de plantas de jardinagem, o floricultor Félix indica uma série de cuidados para momentos de instabilidade climática. “As plantas que mais sofrem são as que estão em vasos e mudas novas, então o principal cuidado é evitar o acúmulo de água na superfície”. Além disso, ele indica a necessidade de verificar a drenagem e a poda em jardins e vasos, especialmente nas espécies de cactos e suculentas. “No caso de apartamento, evitar plantas que não gostam de umidade e cuidar com a quantidade de regas por mês.”, completa.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Valéria Laroca

Edição e publicação: Catharina Iavorski e Maria Eduarda Ribeiro

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Marcelo Bronosky e Ricardo Tesseroli

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