Crítica de Mídia - Literatura

 

"O mestre e o Herói"

Obra de escritor paranaense retrata lições de vida e simplicidade

 

Letícia Dovhy

 

O romance "O mestre e o Herói", de Domingos Pellegrini Júnior,  é uma das obras literárias cobradas no vestibular da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O escritor paranaense já atuou como contista, cronista, poeta, jornalista e publicitário. O autor já foi seis vezes premiado pelo prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, dentre outros reconhecimentos.  

A obra é um romance juvenil contemporâneo de 2006, distribuído em 22 capítulos. A narrativa conta a história da transformação de vida e amadurecimento de um menino que, a princípio, mostra-se como um garoto mimado e que sempre reclama da vida, mesmo com o conforto que leva.

O pai da personagem manda o rapaz para uma viagem, com um misterioso "mestre", de poucas palavras, mas de grande sabedoria. Na experiência, o menino repensa os valores da existência e percebe que o essencial não está nas regalias, mas na essência da vida. Um dos aprendizados é observar a natureza e prestar atenção nos detalhes.

E, assim, o jovem aprende a ver no mestre um grande amigo. O herói que a história apresenta não é aquele com super-poderes, mas alguém que reconhece as limitações e fragilidades humanas.

A personagem não tem nome na história é apresentada apenas como "menino", que não tem problemas financeiros e a partir da amizade com o mestre se torna uma pessoa mais simples.

 

"Mestre, por que vivemos?

— Para aprender.

— Aprender o quê?

— A viver"


 

Excesso de peso na bagagem / Acúmulos da viagem

“Bagagem”, de Adélia Prado, é o único livro de poesias indicado para o vestibular da UEPG

 

Ana Istschuk

 

O que você carrega em uma bagagem? Adélia Prado leva o cotidiano, o amor, a religiosidade, a memória e o ser mulher. Carrega o que ela diz que não pode deixar ou esquecer em casa: a própria poesia. E é a poesia do simples, do dia a dia que se apresenta em “Bagagem” - obra de estreia da autora, aos 40 anos, publicada em 1976.

A primeira parte da obra aborda questões de quem é a autora, as experiências dela, a linguagem e o  fazer poesia. A segunda carrega questões sobre o amor, o querer, a ilusão e a idealização do sentimento. Já a terceira parte trata da memória. A última, “alfândega”, é composta por apenas um poema que tem o mesmo nome e remete ao título da obra. Os poemas em “Bagagem” possuem fortes descrições, muitos contrastes e opostos. Há, também, a repetição de elementos ao longo do livro, como as cores amarelo e roxo que permeiam várias poesias.

Adélia Prado escrevia sonetos desde os 14 anos, mas considerava que as produções não possuíam valor literário. Carlos Drummond de Andrade leu e apreciou os poemas da autora, e os indicou para publicação. Há alguns poemas que fazem referência a outros autores, como “Com licença poética”, que é uma releitura de “Poema de sete faces”, de Drummond.  A autora possui 16 livros, 7 de prosa e 9 de poesia.

“Bagagem” é uma das cinco obras selecionadas para o vestibular da UEPG de 2018. É o único título de poesia. Das duas autoras indicadas para a prova, apenas Adélia Prado aborda questões de ser mulher. O livro é produzido pela editora Record desde 2003 e pode ser encontrado em livrarias da cidade. O custo varia de R$ 40 a R$ 50. Também há exemplares nas bibliotecas da UEPG, da UTFPR e na biblioteca municipal.

A exposição “Ano da Cultura Paranaense” chega a sua terceira exibição

Três exposições em espaços públicos é exigência do edital organizado pela Fundação de Cultura

Millena Villanueva

 

A exposição “Ano da Cultura Paranaense” do edital número 11 da Fundação Municipal de Cultura reinaugurou, no último dia 23, na Biblioteca Municipal Prof Bruno Enei. O resultado do edital saiu em evento público no dia 11 de agosto no Cine-Teatro Ópera.

Junto com a premiação, iniciou também a exposição das 27 fotografias selecionadas. Antes, ela foi exposta no Cine-Teatro Ópera e no Bloco B da UEPG. A foto que ficou em primeiro lugar foi ‘Dando formas à música’ do fotógrafo José Tramontin que apresenta um homem pintando uma tela.

    Ao pensar em cultura paranaense é muito fácil imaginar fotografias sobre Araucária e o consumo do pinhão, entre outras associações ou símbolos mais evidentes. Só foi premiada uma foto com essas características que mostrava as mãos de um vendedor cheias de pinhão, dando a sensação que ele estava oferecendo ao público.

    A maioria das fotos se voltaram para a expressão de cultura, seja qual for a sua origem, manifestada dentro da cidade. Ponta Grossa mesmo não sendo uma cidade onde a cultura oriental é expressiva, 3 fotos sobre essa cultura mostrando cerejeiras, por exemplo, foram selecionadas. Elas mostravam uma moça com vestimentas orientais passeando por baixo das cerejeiras.  

 
 
 

Só 2% de Ponta Grossa consome a biblioteca municipal

6 mil pessoas passam por mês pelo grande prédio azul das Olarias

 

João Guilherme Castro

 

Entre Machados, Manoéis, Adélias e Lygias e pouco frequentada por Joões, Marias, Anas e Millenas, o acervo da Biblioteca Municipal Bruno Enei é cheio de obras clássicas e renomadas. Por mês, giram em torno de seis mil pessoas pela biblioteca, pouco menos de 2% da população da cidade, que é de aproximadamente 348 mil habitantes. Esse público soma os leitores mais assíduos e também os usuários da  internet oferecida pelo local.

    Os livros mais emprestados pela biblioteca são os que estão cotados para o vestibular da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Dom Casmurro de Machado de Assis, Bagagem de Adélia Prado, Auto da Compadecida de Ariano Suassuna, As Meninas de Lygia Fagundes Telles e O Mestre e o Herói de Domingos Pellegrini. Este último é o que mais falta nas bibliotecas das escolas públicas da cidade.

A biblioteca fica localizada no bairro de Olarias, junto com o Conservatório Maestro Paulino e funciona de segunda a sexta das nove da manhã às seis da tarde.

 
 

Confira o programa Crítica de Ponta na TV:

Input caption text here. Use the block's Settings tab to change the caption position and set other styles.