Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

 

Cabelo e Consciência Negra, identidade e afirmação através do trançado

 

No último dia 6, o projeto “Meu Cabelo, Minha identidade, Minha Raíz” ganhou o edital da Fundação de Cultura para execução de Expressão e Manifestação da Cultura Afro-brasileira, a fim de ocupar a semana da Consciência Negra (de 20 a 24 de novembro) com atividades culturais em Ponta Grossa. O projeto venceu em segundo lugar dentre os 11 que concorreram a essa categoria.

A proposta é de Temitope Aransiola Jane, nigeriana que mora no Brasil há 7 anos. Jane trabalha com tranças box braids - aquelas com cabelo sintético estilo rastafari;  dreads de lã, que são amarrações por todo o cabelo, dividido por mechas; e tranças nagô, aquela que é rente ao couro cabeludo.

Seu principal objetivo com o projeto é compartilhar a cultura africana com negros e brancos, mostrando como o cabelo constitui a identidade das pessoas negras. A atividade está prevista para acontecer de manhã e à tarde, de 20 a 24 de novembro com a execução de tranças nagô em formato de tiara, explicando um pouco do que essa trança significa e como a prática de trançar os cabelos é muito importante para os afrodescendentes. A Fundação Municipal de Cultura ainda não definiu o local onde a atividade vai acontecer. A programação da Semana da Consciência Negra e mais informações estão disponíveis no site da Fundação.

 

 

Por Debora Chacarski


 
 

Sentir é sucinto

Mas aqui nesse texto

eu só sinto

 

Bordinhão lança seu quinto livro de poesias em Ponta Grossa

 

Segundo o dicionário, ‘Sucinto’ quer dizer “Resumido. Em poucas palavras. Conciso”. E é isso o que Kleber Bordinhão trabalha no seu quinto livro “Sentir é sucinto”. O autor apresenta 91 haicais já conhecidos do seu público. ‘Haicai’ é um formato de poesia da cultura japonesa surgida no século XVI. É composto por três versos onde apresenta cinco, sete e cinco sílabas consecutivamente e busca na maioria das vezes retratar a natureza e o cotidiano.

As poesias do livro já foram publicadas nos quatro livros anteriores de Bordinhão,  “Distâncias do mínimo” de 2010, “Ano Néon” de 2013, “Fictícias” de 2014 e “Carta aos cortes” de 2018.

O livro está dividido em cinco partes. Na primeira parte, por exemplo, o autor trabalha com uma leitura do cotidiano. Já na segunda apresenta elementos naturais como a chuva, flores, animais e outros. A terceira parte pode ser considerada abstrata. A quarta trata de  sentimentos. E por fim, na quinta parte, os títulos dos 13 haicais fazem parte do texto que falam sobre amor. Além dos seus Haicais, Bordinhão traz pequenos textos de Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Manoel de Barros, Clarice Lispector e Caetano Veloso.

A leitura é rápida e livre. Os 91 haicais conseguem contar uma história que envolve os dramas do cotidianos, os elementos da natureza e as emoções.

O livro está na pré-venda ao custo de R$35 e será lançado oficialmente no dia 21 de novembro às 19h30 no Phono Pub. No evento terá debate sobre o livro, e também autógrafos e conversa com o autor. A mediação será feita pelo jornalista e professor Rafael Schoenherr.

 

Por João Guilherme Castro

 

Fauna dos Campos Gerais é tema de exposição

 

Animais ameaçados de extinção fazem parte da mostra

   

Na Estação Arte, podemos encontrar um estilo de exposição diferente do usual. “A Fauna dos Campos Gerais” traz cerca de 20 peças que retratam o ambiente dos animais que vivem na região do Parque Nacional dos Campos Gerais.

O cenário da mostra traz os animais taxidermizados, que passam por processos de reconstrução de pele e estrutura para exposições e pesquisas. Para melhor ambientação, reproduz plantas que fazem parte da vegetação nativa. Entre as peças presentes na exposição, estão as espécies em extinção como tucanos e onça-pintada. Outros animais conhecidos presentes são o macaco bugio, tatus e esquilos.

O responsável para montar a exposição é o projeto Entre Campos: Educação e Ciência para Conservação do Instituto Federal do Paraná (IFPR), que realiza pesquisas científicas sobre a região e o Parque dos Campos Gerais. As peças que estão expostas na Estação Arte foram produzidas pela equipe do Museu de História Natural do Capão da Imbuia, de Curitiba. A curadoria desta exposição é dos zoólogos Janael Ricetti e Fabiana Rocha Mendes.

A exposição busca uma proximidade com os visitantes, as peças ficam a poucos metros, propondo este clima de familiaridade, de vizinhança. O sentimento de estar próximo a esta flora e fauna se concretiza também na localização dos animais em torno do cenário. Alguns aparecem camuflados entre os galhos das árvores, ou nas folhagens ao chão.

Anexo ao cenário, dois banners acrescentam informações sobre o Parque e os impactos causados pelo homem para esta fauna, como tráfico de animais, caça e exploração de recursos florestais. A exposição é pequena mas interessante para os curiosos com a vegetação e fauna da região.

Até o dia 30 de novembro a população pode visitar a exposição “A Fauna dos Campos Gerais”, na Estação Arte. O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com entrada gratuita.

 

Por Barbara Popadiuk

 

Delas para elas

 

O Varal das Minas está na 9ª edição e tem objetivo de promover o consumo consciente e destacar o trabalho de mulheres

 

    Roupas, sapatos, acessórios, quadrinhos, dvds, cadernos, plantas, livros, carteiras e desenhos. É possível comprar todas essas coisas a um preço acessível no Varal das Minas. A iniciativa começou em março deste ano e desde então acontece uma exposição por mês no estacionamento ao lado do Restaurante Popular. Todas as marcas inscritas no projeto são de mulheres que vendem os produtos autorais e artesanais ou roupas e acessórios de brechó. Essa proposta viabiliza consumir produtos alternativos, que não são feitos em larga escala, e também promove o reaproveitamento de peças.

O Varal das Minas surgiu em março deste ano a partir do fotográfico “Nós por nós” que tinha como objetivo promover a imagem feminina e empoderar mulheres. Com a diminuição das atividades de fotografia, a idealizadora do varal, Ester Camargo, decidiu reunir mulheres para começar uma nova iniciativa com vendas e consumo consciente. Assim surgiu o Varal que promove o trabalho feminino e possibilita que mulheres se ajudem e troquem experiências.

As duas últimas edições do Varal das Minas não tiveram tanto público. O motivo pode ser a coincidência das datas com as eleições e com o ENEM. O Varal é montado no estacionamento ao lado do Restaurante Popular, no mesmo local onde acontece a feira do produtor, e permanece das 10h às 17h. A exposição se espalha por quase metade da estrutura coberta do estacionamento e ocupa os dois lados da rua com cerca de 35 empreendimentos.

 

Por Ana Istschuk

 

“Croquizeiros” desenham e registram a paisagem urbana de PG

 

O local escolhido para o registro no último fim de semana  foi o Bar Boteking

 

Um grupo de desenhistas, por profissão ou por hobbie, se encontra semanalmente em algum ponto de Ponta Grossa para desenhar aspectos da paisagem urbana. O trabalho pode ser feito em uma tela de pintura ou até em uma caderneta, o que importa é desenhar e participar. Cada artista tem o seu portfólio dos croquis, mostrando por onde já passou com o grupo. Os artistas se estabilizam da forma que acham melhor - em cadeiras de praia, no banquinho, ou até mesmo na calçada - e começam a desenhar. Os integrantes dos Croquis em Ponta Grossa muitas vezes desenham para deixar um registro da cidade, mas, principalmente, para praticar uma técnica de quem faz desenho, a observação.

Neste domingo o registro foi do bar Boteking, na rua Penteado de Almeida e teve a presença de seis desenhistas. Eles ficaram sentados na esquina em frente à Polícia Civil para desenhar a fachada do bar.

O grupo possui 12 participantes ativos. A ‘reunião’ dura em torno de duas horas e os desenhistas tiram fotos, ficam observando e desenhando o local enquanto conversam sobre o dia a dia. Todos os encontros são catalogados com fotos e assinaturas dos presentes.

          Os ‘croquizeiros’, como se chamam, começaram em 2015 a desenhar os prédios históricos e mais conhecidos da cidade. Inspirados pelo movimento ‘Urban Sketchers’, os desenhistas ponta-grossenses fizeram seu primeiro encontro em 9 de maio de 2015 na Locomotiva 250 junto à Casa da Memória. Eles publicam seus desenhos e fotos do encontro na página do facebook “Croquis Urbanos - Ponta Grossa”.

             Cidades que também possuem os “croquizeiros” são Curitiba, Maringá, Florianópolis, Belo Horizonte, Brasília, entre outras. Existe a comunidade Urban Sketchers Brasil, um blog online que reúne esse movimento no país todo.

 

Por Millena Villanueva

 

Confira o programa Crítica de Ponta na TV:

Edição produzida pela turma C