Crítica de Ponta #61

 

Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

A infindada obra do Parque de Olarias


      Depois de quase cinco anos do início das obras do Parque de Olarias, o projeto ainda está inacabado. No dia 29 de março começaram as obras da pista de caminhada e da ciclovia que irão dar a volta no parque. São cerca de 1,5 km de pista ao redor do primeiro Lago do Parque. Na primeira semana de trabalho somente uma parte da pista está coberta de pedra brita, mas a maior parte ainda é terra batida. Em alguns pontos os moradores do entorno utilizam o caminho para facilitar o deslocamento, “cortando uma boa pernada”.
 
     Por enquanto poucas pessoas utilizam o parque para recreação. Somente alguns pescadores em busca de iscas (lambaris pequenos utilizados de iscas para pescar outros peixes em outros locais) utilizam a área do Parque. Segundo os pescadores, o Lago está melhor desde a última limpeza, no começo de março. Porém, já dá para notar algumas garrafas pets e outros materiais flutuando nas margens do lago.
 
     São várias as promessas que o prefeito Marcelo Rangel (PSDB) fez: tem a ciclovia, pista de skate, quadras poliesportivas, academia ao ar livre e, segundo ele, todo o parque (inclusive os outros quatro lagos) estará completo ao final do mandato, em dezembro de 2020. As obras estão na mesma situação que no início de 2018, arruamento e paisagismo. Mas por enquanto, os únicos que aproveitam o parque são os patos que passeiam pelo lago e os quero-queros que assustam os visitantes distraídos.
      O Parque de Olarias fica no bairro de Olarias na Rua: Lagoa dos Bandeirantes e está aberto 24 horas.


Por Guilherme Bronosky

          Uma opção para pedir hambúrgueres artesanais
 

     A hamburgueria, D'Gusta Gastronomia Gourmet, é uma boa opção para quem quer experimentar hambúrguer artesanal em Ponta Grossa. O estabelecimento oferece uma variedade de preços. No local, não há mesas para comer. Por isso, o atendimento acontece exclusivamente com pedidos no balcão ou pelo aplicativo IFood.
     Os hambúrgueres mais simples, como os sabores D'Gusta Salada e D'Gusta Bacon custam cerca de R$15,00, com hambúrgueres de 140g. Já outros lanches têm dois hambúrgueres de 140g, como o D'Gusta Duplo Bacon, que acompanha batata frita e o D'Gusta Tentação, que acompanha anéis de cebola, e custam em torno de R$25,00. O lanche de destaque da casa é o D’Gusta Imperador, que contém cream cheese e abacaxi assado e custa R$26,00. Também são servidas porções separadas, todas com 500g, como anéis de cebola, batata frita, batata rústica e batata rústica com cheddar.
 
     Todos os sabores são feitos com pão brioche, o lanche é montado esteticamente e os elementos da comida harmonizam, em especial o hambúrguer artesanal e o queijo. O preparo leva cerca de 20 minutos para ficar pronto, além do tempo de entrega, que varia da região da cidade. O hambúrguer de D’Gusta Gastronomia Gourmet é uma sugestão para quem está com pressa, quer pedir comida e não sair de casa.

Serviço:
Aberto de terça a domingo das 18:00 às 23:59, Localizada na Rua Laurentino Deco Fagundes, número 29.
Endereço do IFood: https://www.ifood.com.br/delivery/ponta-grossa-pr/dgusta-gastronomia-gourmet-jardim-carvalho/69083c42-3577-44e5-b894-52e1c80244e2

Por Felipe Prates

Hambúrger artesanal. Foto: Felipe Prates

O estilo musical do Sexta às Seis
 

     O projeto Sexta às Seis iniciou a temporada de shows 2019 no dia 15 de março. A  banda convidada para abrir o festival foi o grupo catarinense Dazaranha que faz um som que mistura raggae com o rock que é a essência do Sexta às Seis. O projeto visa levar gratuitamente música para a população no principal ponto da cidade o Parque Ambiental.
     O Sexta, como é conhecido pelos frequentadores, foi criado na década de 1990 na Concha Acústica pela proximidade com um terminal de ônibus que existia. Os encontros viraram tradição, ganharam destaque e bandas conhecidas nacionalmente passaram pelo festival como Ratos de Porão e Angra.
     A fundação Municipal de Cultura abre edital no começo do ano para selecionar as 20 bandas que tocam no “Sexta”. Para serem selecionadas as bandas têm que ser ponta-grossenses ou residir na cidade. No palco do projeto, os músicos mostram composições autorais ou cover e pela apresentação ganham cachê de R$1.200.
     Nas edições anteriores o festival priorizou bandas com som voltado ao rock, pop ou MPB deixando alguns ritmos de lado, priorizando o público que se destaca no festival, metaleiros, punks e indies.
     A estrutura do Sexta às Seis é composta por um palco montado no meio do parque ambiental, o que muitas vezes é ruim pois devido as chuvas vários shows foram cancelados ou foram reagendados para anos seguintes, espectadores dos  muitas vezes vão aos shows que são cancelados quando há chuvas, a organização poderia criar coberturas para que as pessoas posam acompanhar os as apresentações das bandas mesmo em dias de chuva, isso evitaria os transtornos tanto para as bandas como para as pessoas que acompanham o Sexta às Seis.
     O Sexta às Seis 2019 vai até o dia 4 de outubro e se o tempo colaborar pelo palco no ambiental passaram mais de 20 bandas, como A Vera, Mun, Astronautas do Espaço e outras. No dia 12 de abril se apresentam as bandas Astronautas do Passado, 3° andar, dia 26 sobem ao palco 4four names, Mocken Ragaee, 10 de maio é a vez do som das bandas Apologia Sul e Gafanhotos. A entrada é gratuita.

Por Luiz Zak

Redução de canudos plásticos chega em Ponta Grossa
 
     O canudinho de plástico se tornou um vilão do meio ambiente. Feito de polipropileno e poliestireno, não é biodegradável, podendo levar até mil anos para se decompor na natureza. A produção do canudinho de plástico contribui para o consumo de petróleo, que é uma fonte não renovável de energia. Mesmo jogado na lixeira, por ser muito leve, pode escapar pela ação do vento ou pela chuva e poluir rios e mares. Segundo o Greenpeace, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico vão para oceanos anualmente, provocando a morte de 1 milhão de aves e animais marinhos todo ano.
     O assunto começou a ser discutido depois de uma campanha chamada “Não ao canudo de plástico”, nos Estados Unidos, divulgando um vídeo que mostra a remoção de um canudo da cavidade nasal de uma tartaruga. Segundo dados divulgados pela campanha, os Estados Unidos consomem cerca de 500 milhões de canudinhos por dia. No Brasil, 20 cidades tem uma lei que proíbem o uso dos canudinhos, 11 cidades aprovaram o projeto, mas ainda a lei não está em vigor e 26 cidades discutem esse assunto na câmara de vereadores.
Existem várias alternativas para abandonar o canudinho. É possível comprar canudinho de bambu, silicone, vidro e aço inox, que são duráveis e podem ser reciclados. Existe também o canudo de palha, que é biodegradável e faz bem para a saúde. Outra alternativa, é o canudo de papel, este se degrada mais facilmente que o plástico, mas ainda utiliza recursos naturais para a sua produção.

     Em Ponta Grossa, alguns estabelecimentos já pararam de fornecer o canudinho e copo de plástico para seus clientes, apesar, de nenhuma lei ter sido discutida na câmara de vereadores. Devemos repensar nossas atitudes para que nossos hábitos não destruam o meio ambiente.

Serviço:
Consumo de canudos
 
Por Fabiana Manganotti
Para enlouquecer, basta estar vivo
 
          Um retrato das doenças mentais no palco do teatro. A peça Tô Vivo, escrita pela atriz e roteirista Maria Idê Vida, foi baseada nos oito anos de trabalho como enfermeira psiquiátrica que Vida realizou no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no Ceará. Em cartaz desde 2012, a peça apresentada pela Companhia Vida de Teatro, representa a vida das pessoas que vivem com algum tipo de sofrimento psíquico.
          As doenças causadas por transtornos mentais deixaram de ser um tabu e tornaram-se cada vez mais presentes nas discussões sobre a saúde das pessoas. Temas como depressão, autismo e esquizofrenia, por exemplo, já foram tratados de inúmeras formas pela televisão, cinema e teatro, na tentativa de conscientizar as pessoas sobre esse quadro de saúde.
          Na peça Tô Vivo, Vida guia o público para as impressões sobre as personagens. São histórias reais, de pessoas reais, que precisam ser respeitadas. Dividida em três atos, a peça conta a história de três mulheres, a artista plástica Adélia, diagnosticada com esquizofrenia, a senhora de alta classe Jade, que sofre de hipocondria, e a jovem Mariá, com transtorno bipolar. Para ambas as personagens, o isolamento e a fobia social são traços presentes da cena.
          No primeiro momento, a impressão é que será uma peça dura e difícil de assistir, mas Vida traz uma leveza e até um pouco de comédia para as personagens. O cenário simples é composto por duas mesas, onde ficam dispostos os objetos de cena, duas cadeiras e um quadro pintado por Adélia.
          Maria Idê Vida tem um cuidado artístico em como observa o comportamento das pessoas que sofrem com algum tipo de transtorno. O contraste de atuação entre as personagens também merece destaque. No palco desde os 17 anos, Vida mostra que a experiência profissional no CAPS, foi fundamental para humanizar a doença e dar vida à essas três mulheres.
          Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e estima-se que até 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, acometendo mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. A peça não apenas é sensível e construtiva, mas se diferencia pelo propósito de alertar as pessoas sobre a importância do tratamento para aliviar o sofrimento causado por transtornos mentais. A próxima apresentação da peça Tô vivo acontece em 26 de abril/2019, em Paranaguá (PR).


Serviço:
Peça: Tô vivo
Roteirista/atriz: Maria Idê Vida
Duração: 70min
Apresentação: Palco B (Cine Ópera, Ponta Grossa/PR)
Ingresso: 50 inteira e 25 meia
 
 
Por Patrícia Guedes
Historiô: um canal sobre Cultura e História
 
           Dois professores de história formados na Universidade Estadual de Ponta Grossa tiveram a ideia de fazer um canal no YouTube para contar para a população de PG sobre a cidade, o Historiô. Com o slogan "cultura, memória e especialmente história pública", os professores Juliana Gelbcke e Felipe Soares contam em vídeos curtos e dinâmicos um pouco sobre a história de Ponta Grossa.
           O canal existe há 1 ano e tem um total de 19 vídeos disponíveis para o público. Já foram contadas as histórias da München Fest, festa típica da cidade, da Igreja mais antiga da cidade, Capela Santa Barbara, Corina Portugal, entre outras. A plataforma do YouTube permite que os professores tenham contato com um público jovem e conectado que, em muitos casos, não conhece a própria cidade onde mora. A fala dinâmica e os vídeos curtos proporciona a quem vê uma experiência rápida e divertida.
           O canal também tem um segmento com vídeos longos (24 a 29 minutos) e com convidados que discutem um tema. São três vídeos disponíveis no formato, que interessam aos apaixonados por história.
           O canal Historiô tem 1.158 inscritos no canal e não tem uma atualização periódica. Os três últimos vídeos têm a distância de postagem de 2 meses. Aparentemente, o canal tenta uma certa periodicidade, mas há 7 meses atrás as postagens pararam para voltar somente há dois meses. O vídeo de maior visualização do canal é o "EP:05 - A história de Bella Ciao de La Casa de Papel", com 33 mil visualizações e o vídeo com menor visualização é "História na Copa01 -Mundo em guerra e as copas que não aconteceram", com 31 visualizações. O canal Historiô é uma aula de história desconstraída e dinâmica.

Serviço:
Youtube: Canal Historiô
Facebook: Canal Historiô
Instagram: canalhistorio

 
Por Leticia Gomes
Screenshot do canal Historiô no YouTube.
Uma noite inacabada no cinema Latino Americano
 
        A ditadura militar não foi um acontecimento apenas brasileiro na América Latina. O filme Uma noite de 12 anos, produzido em 2018, retrata a realidade de três reféns da ditadura civil militar do Uruguai, que ocorreu do ano de 1973 até 1985. Jose Mujica, Mauricio Rosencof e Eleuterio Fernández Huidobro faziam parte do Movimento de Libertação Nacional, conhecido como Tupamaros.
        O filme aborda a sobrevivência, sobre não desistir de lutar.“Eu me mataria, então porque não se matam?”, “Isso é uma barbárie. Seria mais humano se os fuzilassem”. São frases ditas a um dos reféns.  É um filme realista que mostra machucados e deformações físicas dos personagens. Além das cenas explícitas de tortura física e psicológica, o filme mostra a força dos reféns. É possível perceber de maneira clara a forma que os militares escondem, praticaram tortura e como implantavam provas para que os massacres realizados fossem aceitáveis.
        Para os reféns, qualquer coisa era uma forma de alívio para continuar a luta, como conversar por toques entre as paredes, notícias de jornais antigos encontradas no lixo, programas de rádio e comemoração por gols do time de futebol do coração.  
Após o tempo de sofrimento, Jose Mujica torna-se deputado, senador e depois presidente do País. Mauricio Rosencof, romancista, poeta e dramaturgo, também foi diretor da cultura municipal de Montevidéu. Eleuterio Fernández Huidobro foi senador, ministro da defesa e morreu a trabalho em 3 de agosto de 2016.
        Uma noite de 12 anos fala sobre o que ocorreu no Uruguai. Mas em 31 de março de 2019, o início da ditadura militar brasileira, que durou 21 anos, completou 55 anos. Neste ano houve incentivos a comemoração do golpe militar, que não deve ser celebrado por ser um ataque aos direitos humanos.

Serviço:
Filme: Uma noite de 12 anos
Duração: 122 minutos
Direção: Alvaro Brechner
Trailer:

 
 
Por Amanda Dombrowski
Cartaz do filme "Uma noite de 12 anos".

Confira o programa Crítica de Ponta na TV:

Produzido pela turma C - Jornalismo UEPG.