Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

 
 
Um dinheiro que não traz proteção aos feirantes

     Ao contrário de empresários e lojistas que geralmente têm um lugar fixo de trabalho, os feirantes, por conta do alto custo que um espaço comercial tem, costumam expor seus produtos em lugares abertos cedidos pela Prefeitura da cidade, juntamente com outros vendedores. Com uma banquinha montada, uma mesa e as mercadorias à mostra, muitos se reúnem todos os dias ou em dias específicos da semana para comercializarem.
     Esse é o caso de muitos vendedores em Ponta Grossa, que mostravam produtos como bijuterias, panos de prato e peças de antiguidades na Estação Saudade, mas foram realocados para a Estação Arte, por conta de reformas. Em seguida, os feirantes tiveram que ir para a Praça João Pessoa, que fica no calçadão, em frente ao terminal central.
     Alguns feirantes comentaram que preferem o espaço de agora para vender seus produtos porque conseguem mais visibilidade e mais clientes. Apesar de gostarem do lugar, o impasse ali é que alguns não têm uma banca de feira que protege de chuvas e ventos fortes e isso prejudica as vendas. Sem falar que também estão vulneráveis a possíveis roubos, já que os produtos ficam mais acessíveis do que em lojas.
     Algumas autoridades devem decidir o destino dos vendedores, mesmo eles sendo contrários a um novo deslocamento e preferindo ficar no lugar atual. Por ser uma região com uma grande circulação de pessoas, a feira no calçadão também é uma oportunidade de crescimento e de complementação de renda para aqueles que precisam.
                                        
                            Francielle Ampolini
 
 
Coxinha no copo é opção para quem quer novidade sem perder o costume

     Uma massa feita de farinha de trigo com o recheio de frango recheado e frita na banha quente já é comum nas festas dos brasileiros. A coxinha está presente em confraternizações, aniversários e resenhas por toda a cidade.
     Mas o diferencial está em uma pequena porta de esquina do Calçadão da Rua Coronel Cláudio, no centro de Ponta Grossa. Trata-se da coxinha no copo. Se o cliente pedir por um copo pequeno, desses de plástico comum em festas, poderá desfrutar de cerca de 15 mini-coxinhas. Os mais esfomeados pedem o copo grande, que vem com aproximadamente 30 salgadinhos.
     A massa é temperada, mas como o tamanho do salgado é pequeno, o recheio de frango deixa um pouco a desejar. A coxinha tem o gosto leve, sem perder a casca crocante da farinha frita. O preço varia de R$ 2,50 o copo pequeno a R$ 4,00 o grande. Além das coxinhas no copo, o estabelecimento também vende refrigerantes e doces para acompanhar. Mas pode não ser um custo benefício, um refrigerante pequeno, de 237 ml, que custa em média R$ 1,40 é comprado por R$ 2,00 no lugar. O cliente pode pedir para embalar para viagem e o atendimento é rápido.
     O proprietário, Cézar Ribas, conta que chegou em Ponta Grossa há cinco anos e trouxe a ideia de Vitória, no Espírito Santo. As coxinhas têm receita própria e são feitas com uma máquina que produz cerca de oito mil salgadinhos por hora. As vendas caíram com a crise econômica, mas o movimento continua grande. Em dez minutos mais de vinte pessoas entraram no espaço para comprar os salgados. Segundo Ribas, em cinco anos já foram produzidas cerca de 40 milhões de coxinhas.
     Quem quiser experimentar uma coisa diferente, mas sem perder a essência, o “Quero + - coxinha no copo” é uma opção em Ponta Grossa.

Serviço:
Estabelecimento: Quero Mais- coxinha no copo
Local: Calçadão de Ponta Grossa, esquina com a Rua Santos Dumont, 166
Preço: de R$ 2,50 a R$ 4,00


 
      Por Thailan de Pauli Jaros
 
Um espetáculo para aquecer o coração
 
     Como ponta pé inicial da campanha do agasalho de 2019 do Serviço Social do Comércio (Sesc), a Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa apresentou o concerto "Música para aquecer o coração". A apresentação aconteceu domingo (7), no Cine Teatro Ópera. O repertório do concerto conta com músicas de diferentes épocas e de autoria de seis autores: Elgar, Holst, Dukas, Strauss, Rossini e Copland. A orquestra é composta pelo Maestro Rafael Rauski e mais 53 músicos divididos em 13 instrumentos.
     Mesmo com chuva e frio, o público compareceu. O espaço do Cine Teatro Ópera lotou antes do começo da apresentação. O público era diversificado entre jovens, adultos e crianças. O ingresso é a doação de um agasalho para a campanha. Com a sala lotada, o concerto arrecadou peças suficientes para preencher as caixas disponibilizadas na entrada do Teatro.
     O início da apresentação foi dividido conforme os instrumentos. As primeiras músicas foram tocadas pelos instrumentos de sopro e percussão. No segundo momento, os instrumentos de cordas foram os protagonistas do concerto. Mas o momento principal da apresentação foi quando a orquestra tocou em conjunto. As músicas passaram a ter harmonia e pode-se perceber que o público demonstrou entusiasmo. As primeiras músicas foram clássicas, com movimentos suaves dos músicos. Ao final do concerto as músicas contemporâneas fizeram o público se empolgar e as palmas ao final aumentaram.
     A apresentação possibilitou ao público ouvir músicas clássicas e apreciar os músicos locais. Uma ideia inovadora do concerto foi transmitir a apresentação ao vivo, que possibilitou que o público de casa também assistisse.

Serviço:
Apresentação Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa
Dia: 5 de maio de 2019
Local: Cine Teatro Ópera
Entrada: R$20,00 inteira e R$10,00 meia


 
                                                                                  Por Mariana Santos
Ciclo da moda traz de volta a pochete
 
     Considerada um ‘terror’ nos anos 1980, a pochete volta no século 21 como um acessório de moda e estilo. O uso do adereço mudou, mas a justificativa de praticidade permanece. No surgimento, o acessório era suficiente para carregar os celulares “tijolões”. No tempo em que ficou esquecida, a pochete era vista apenas com vendedores ambulantes que aproveitavam da facilidade para guardar trocos e chaves, algumas pessoas na faixa dos 50/60 anos e outras que ainda arriscavam se estar na moda.
     Nos anos 1970, a pochete era de uso predominantemente masculino e só 10 anos depois se torna um objeto comum, apesar do design estranho. A bolsa, que é presa em volta da cintura, reforma com mais frequência em 2017, com outros tecidos, estampas e texturas em uma tentativa de inovação. Como acessório seguro para carregar em restaurantes, shoppings e lugares com aglomeração de pessoas, a pochete traz comodidade a quem usa.
     Jornalista e consultora de moda, Gloria Kalil quebrou paradigmas ao usar o acessório e postar uma foto em redes sociais em 2018. Ela diz que não entende o motivo das críticas ao objeto, que é pratico e diferente. A influência das celebridades e blogueiras contribuíram na volta do adereço, pois a pochete chama atenção em qualquer lugar, ainda que com estranhamento, um dos objetivos de quem usa. Antes vista como brega, agora pode indicar estilo.
     Marcas famosas como Gucci e Luis Vouiton redesenharam o modelo da “bolsinha” e deixaram chique e discreto um acessório chamativo. O retorno da pochete se justifica pelo ciclo da moda, que varia a cada ano e retoma tendências. Ainda que não seja um produto amplamente aceito pela população, é preciso entender que o objeto tem originalidade e é um complemento ao look.

Serviço:
Pochete
Valor: R$10,00 a R$5.000,00
Onde encontrar: Shopping Popular da cidade, lojas de departamento e sites online.

 
Por Ane Rafaely Rebelato
O teatro em oficina na Biblioteca Pública de PG
 
     Para representar alguém no teatro é preciso sentir a personagem. É com esta frase que a artista ponta-grossense Michella Franca iniciou o primeiro módulo da Oficina de Teatro, na Biblioteca Municipal de Ponta Grossa, dia 5 de abril. Os 17 inscritos, pessoas entre 16 e 26 anos, são estudantes do ensino médio, da graduação e também graduados.
     A atividade inicial da oficina formou dupla dos participantes para conversa livre e, em seguida, rolou uma apresentação coletiva. O primeiro exercício foi a técnica do espelho, em que os participantes observam-se com imitação de gestos, movimentos e expressões faciais. São mecanismos para deixar as pessoas à vontade e familiarizados com a arte da representação.
     Após algumas dinâmicas de interação e exercícios para aquecer o corpo, Michella e os estudantes sentaram em círculo para um debate e outras orientações técnicas. Na conversa, alguns alunos relatam problemas na vida pessoal e transtorno de ansiedade, destacando que os exercícios praticados ajudam a esquecer e proporcionam uma sensação de leveza. A professora de teatro deixou os participantes à vontade para escolher se queriam ou não integrar as dinâmicas interativas.
     O último exercício do módulo foi a improvisação de uma cena teatral. Divididos em três grupos, os alunos escolheram um tema para representar, entre separação e violência contra mulher. Após cinco minutos, para definição dos papéis e da cena, as apresentações improvisadas, onde ficou evidente que os grupos criaram a partir de experiências e vivências pessoais. Para a maioria dos alunos, a oficina proporcionou um primeiro contato com o teatro e a participação nos exercícios confirma o interesse despertado ou criado para o teatro. Apesar do município sediar há mais de quatro décadas o Festival Nacional de Teatro (FENATA), ainda há pouco incentivo para a cultura na cidade de Ponta Grossa.

Serviço:
Os próximos módulos acontecem nos dias 12, 18 e 26 de abril das 14h às 17h na biblioteca municipal.
Por Matheus Rolim
Mídia regional não pauta 55 anos do golpe militar
Os 55 anos do golpe militar não foi pauta para nenhuma das emissoras de Ponta Grossa  
 
     No dia 25 de março o presidente da república Jair Messias Bolsonaro determinou ao Ministério da Defesa fazer as ‘comemorações devidas’ pelos 55 anos da ditadura militar. Diversos meios de comunicação se posicionaram contra a decisão do presidente. Porém, as três maiores redes televisivas de PG: Rede Paranaense de Comunicação (RPC), TV Educativa e Rede Massa não soltaram nenhuma nota sobre o assunto.
     Não se pode ignorar o apoio que a emissora Rede Globo deu ao governo ditatorial. Hoje a emissora reconhece o envolvimento, e repudia qualquer ato de censura e justamente por isso deveria ter instruído as filiais ao posicionamento sobre o tema. Além de que, em Ponta Grossa o período militar não passou em branco. Inclusive existe um conjunto habitacional na Cidade (o 31 de março) que remete a data do golpe militar.
      Durante a campanha eleitoral para presidente, a emissora Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), matriz da Rede Massa, se pronunciou com comentários que remetem aos tempos da ditadura: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Também foi polêmica a entrevista com o ex-assessor do deputado Flavio Bolsonaro, filho do atual presidente, investigado por corrupção. A entrevista não respondia as dúvidas sobre o caso, além de ter furado com todos os concorrentes a SBT teve a sigla modificada pelos internautas, Sistema Bolsonaro de Televisão, como de crítica as atitudes tomadas pela emissora.
     Por mais que o tema seja de âmbito nacional, e as pautas das emissoras tenham foco regional, é importante lembrar que no período militar a censura contra a imprensa foi ofensiva. Em contra partida, algumas emissoras estavam relacionadas ao governo da época para não perder privilégios, geralmente econômicos. Acontecimentos passados que envolvem as emissoras, deveriam ter sido levados em conta o pronunciamento vindo do Planalto, pois a ausência pode ser confundida com uma conivência mascarada.

Serviço:
https://g1.globo.com/pr/parana/
http://www.paranaeducativa.pr.gov.br/
https://redemassa.com.br/programas/ponta-grossa-regiao
Por Maria Fernanda Laravia
 
Screenshot do canal Historiô no YouTube.
Autismo na tela e uma representação do que ninguém vê
 
     Abril é o mês da conscientização do Autismo. E é do Autismo que a série Atypical, original da provedora de filmes via streaming Netflix, trata. Com duas temporadas, a produção de 2017 conta a história de Sam, um jovem autista que está no ensino médio. Apaixonado por pinguins, Sam é um aluno exemplar e se destaca na ilustração. A série retrata experiências de amadurecimento do jovem - o desejo de arrumar uma namorada e de entrar em uma universidade, por exemplo. É na sessão de terapia que Sam começa a descobrir o amor, já que a sua primeira paixão é justamente a terapeuta.
     A procura pela independência marca a primeira temporada, que possui oito capítulos. Os episódios discutem, inclusive, a superproteção da mãe de Sam, Elsa, quando ele resolve pensar em um primeiro namoro.
     Atypical consegue representar características do autismo na telinha, mas para os impacientes pode se apresentar cansativa, já que as cenas e acontecimentos se alongam até finalmente apresentarem um desfecho. Para assistir a serie, é preciso ser curioso. Inclusive, Sam é representado como um personagem irritante em algumas cenas e pode levar o público a desistir nos primeiros episódios. Mas o sucesso da série está justamente em mostrar que o erro não está em Sam - e sim naqueles que o vêem e não o compreendem.
     Na segunda temporada, com 10 episódios, o problema foca na dinâmica familiar. Os pais do garoto resolvem se separar e a irmã mais nova, Casey, representada como ‘a irmã durona’ que precisou amadurecer mais rápido para cuidar do irmão, se envolve em um relacionamento.
     Atypical tem uma trama envolvente e consegue abordar o autismo e principalmente o preconceito de forma humorada. Não há estrelas hollywoodianas, mas as atuações conseguem transmitir a rotina do autista e de quem convive com o personagem principal.

 
Serviço:
Atypical | 1ª temporada: 8 episódios (2017) | 2ª temporada: 10 episódios (2018) | Netflix | Direção: Robia Rashid (EUA)
 
Por Raylane Martins

     

Os vícios ao frequentar redes sociais

    O objetivo de “Dez Argumentos para você deletar suas redes sociais agora”, de Jaron Lanier, é despertar questionamentos sobre o impacto das redes sociais no cotidiano, em especial aos aspectos negativos que a manipulação dos algoritmos das redes causa.
    Alguns dos tópicos elencados são a a perda de livre-arbítrio, a estimulação de emoções negativas, distorção da verdade, precarização da realidade, entre outros argumentos.
    Jaron Lanier é um cientista, músico e escritos, conhecido pelos trabalhos em realidade virtual, defesa do humanismo e de economia sustentável em contexto digital.
    O livro é de fácil leitura, com uma escrita dinâmica num formato pocket, foi lançado em outubro de 2018 e pode ser encontrado por 34 reais nas livrarias físicas ou 18 reais pela versão e-book.
    Embora o título seja sugestivo, o autor ressalta que não é preciso deletar permanentemente as redes sociais, é possível se ausentar até aprender a usá-las com moderação. E caso discorde das problemáticas apresentadas, ao menos fica a reflexão, o quanto a reafirmação de identidade depende do perfil digital de um indivíduo.

Serviço:
Livro: “Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais”
Autor: Jaron Lanier
Editora: Intrínseca, 2018  N.pg: 189
Preço: R$34,00 (Livro), R$18,00 (E-book)
Por Gustavo Camargo
 
Arte Cubista no centro de PG
 
    A exposição “Símbolos” do artista Rodrigo Guimarães está exposta na Estação Arte, no Parque Ambiental, no centro de Ponta Grossa. Os quadros são pensados e produzidos em formas geométricas que lembram o movimento artístico cubista, da Vanguarda Europeia, no início do século XX. As características principais que lembram o Cubismo na coleção de quadro são as geometrizações das formas e volumes, sensação de pintura escultórica e cores fechadas.
    Apesar do cuidado do artista na montagem das obras, que são feitas com pedaços de madeira geometrizados, lembrando um trabalho artesanal, a exposição teve pouca eficiência na divulgação, com apenas um visitante nos 4 primeiros dias.
    A descrição com legendas nos quadros foi colocada apenas na segunda semana da exposição, o que dificultou a percepção dos apreciadores sobre o que as obras queriam mostrar. A mostra conta com 9 quadros que ficarão expostos até o dia 30 de abril na Estação.
    Espera-se que, ao menos, quem curte arte na cidade não perca esta oportunidade e aprecie a exposição.

Serviço:
Estação Arte, no Parque Ambiental. Do dia 5 ao dia 30 de abril. Entrada gratuita.

 
Por Bruna Kosmenko
Produzido pela Turma A - Jornalismo UEPG