“Vindas” resgata cultura estrangeira no Paraná
Japoneses, alemães, holandeses, ucranianos e poloneses. Estas são algumas das várias nacionalidades responsáveis pela construção da cultura paranaense e brasileira. Com uma narrativa em primeira pessoa, o livro Vindas: Memórias de imigração consegue reproduzir, em detalhes, a memória daqueles que participaram da construção da identidade cultural e social da região. O texto é organizado a partir de entrevistas com famílias imigrantes de sete etnias diferentes. Além da descrição histórica, o relato humano foca no dia a dia daqueles que vieram ao Brasil em busca de oportunidades de vida. A estratégia proporciona um contato entre leitor e personagem. Vindas, publicado pela ABC Projetos, possui 130 páginas recheadas de histórias, fotografias e curiosidades relacionadas à imigração. Ao interagir com a obra organizada por Alan de Almeida, Alessandra Perrinchelli, Diego Antonelli e Samara Machado, é possível perceber um minucioso trabalho de apuração. Os autores reuniram uma extensa bibliografia de diversos povos, no entanto, o livro não consegue expressar a complexidade presente nos diferentes ciclos da imigração brasileira e se prende as especificidades que são irrelevantes quando se trata da história completa de toda uma etnia. O design é minimalista em termos de ilustração e dialoga com a simplicidade dos relatos e das entrevistas presentes no texto. O preço da obra, avaliada em R$40, é alto para um livro custeado pela Lei de Incentivo a Cultura. A obra foi lançada na 8a edição do Festival Literário dos Campos Gerais, realizado em junho de 2019. Serviço: Livro: Vindas: Memórias de imigração Autores: Alan de Almeida, Alessandra Perrinchelli, Diego Antonelli e Samara Machado Editora: ABC Projetos, 2019. 130 páginas. Valor: R$ 40,00
Allyson Santos
O livro "Vindas - Memórias de imigração", está disponível nas livrarias de Ponta Grossa e região no valor de R$40. Foto: Allyson Santos
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A desigualdade de gênero representada na publicidade
Como as campanhas publicitárias estão representando o futebol feminino? O Guaraná Antarctica lançou em 7 de maio, o vídeo propaganda “Seleção Feminina é #CoisaNossa”, no Youtube, para a copa feminina de futebol 2019. Na campanha publicitária a marca patrocinadora da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) convoca os anunciantes dos vários setores a patrocinar a modalidade. O comercial estrelado por Andressinha, Cristiane e Fabi Simões simula a participação das jogadoras em propagandas de diversos segmentos, como beleza, produtos esportivos e cartões de crédito. Sob o discurso de que, em 2018, diversas empresas financiaram campanhas com jogadores masculinos, o que não houve com as mulheres. O interessante da propaganda é que, além das jogadoras que são o destaque no comercial, a narração é feita por voz feminina e, no momento em que aparece a equipe de filmagem, uma mulher parece dirigir a produção. A patrocinadora de material esportiva, também aderiu a iniciativa. A propaganda “Nike - Dream Further”, lançada em 1 de junho, na plataforma Youtube, mostra a atuação das mulheres nos diferentes cargos dentro do futebol: jogadora, técnica, juíza ou bandeirinha. O comercial conta com a presença feminina fora de campo, onde se pode ver mulheres apreciando o esporte, como torcedoras em casa e até mesmo em bares. Com a música de fundo Bad Reputation, da cantora Joan Jett, que tem como frases emblemáticas “uma garota pode fazer o que ela quer fazer”, ilustrado com a propaganda. A publicidade também traz jogadoras de diferentes países como China, Holanda, Nigéria, Brasil, dentre outros. Uma coisa que chama a atenção, além da super produção para representar as mulheres no esporte, é a inserção do jogador Neymar. Ele aparece em uma cena jogando Fifa no videogame, onde controla a jogadora Andressa. Pela primeira vez na história, o Mundial feminino é transmitido pela Rede Globo de TV. A jornalista Ana Thais Matos, do canal Sportv, é a comentarista das partidas. Nomes como Bárbara Coelho, Glenda Kozlowski e Carol Barcellos participam da cobertura. Claramente a ideia de igualdade de gênero ainda está longe de ser atingida, vemos isso quando propagandas publicitárias de grandes conglomerados precisam reforçar a ideia para que outras marcas patrocinem a modalidade.
Arieta de Almeida
Propaganda publicitária do Guaraná Antarctica promove a campanha #ÉCoisaNossa, onde convidam outras marcas a patrocinarem o futebol feminino. Foto: Divulgação.
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Produzido pela Turma B - Jornalismo UEPG |
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