Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

 
 
Estádio de Ponta Grossa deixa de ser um ponto cultural e turístico
 
      O Estádio Germano Krüger, casa do Operário Ferroviário, é o único Estádio de um clube de futebol profissional em Ponta Grossa. Construído em 1941 em um terreno próximo a rede ferroviária, recebeu esse nome em homenagem a Germano Ewaldo Krüger, idealizador do projeto do Estádio e técnico em estradas de ferro. 
      O Estádio do Operário está localizado no Bairro Oficinas, anexo ao Clube Social do Operário, e tem capacidade para cerca de 10.600 pessoas. Para conhecer o local, pequenos grupos podem agendar visitas rápidas por meio da assessoria de imprensa, mas se você não é um torcedor fanático que vai a todos os jogos e quer apenas visitar um dos cartões postais do município na atmosfera de um jogo, pode não ser tão simples assim.
       O ingresso para uma partida do Operário, que está disputando a Segunda Divisão Nacional, tem custado 150 reais na arquibancada geral e 180 reais na arquibancada coberta. A diretoria criou uma política de preços em que sócios-torcedores, pagando mensalidades a partir de 60 reais mensais, tem acesso a todos os jogos. Para fazer com que o público se associe e garantir a entrada do recurso mensal, o valor do bilhete unitário foi elevado. Se você quer assistir a um único jogo, fica obrigado portanto a pagar o valor do bilhete unitário, por 150 ou 180, de acordo com o setor do Estádio.
      Recentemente, o clube chegou a fazer promoções para que sócios pudessem levar convidados por preço promocional a fim de trazer aos jogos pessoas que não conhecem o Estádio, mas não reduzir o valor da entrada para o público geral. 
      Nas últimas duas rodadas da Série B em Ponta Grossa, a média de bilhetes vendidos para não sócios foi de 20 ingressos. O futebol, antes democrático, popular, de operários e trabalhadores, vem sendo elitizado. O ingresso mais acessível do Operário está entre os mais caros do país, chegando a ultrapassar clubes de Primeira Divisão. O Coritiba, da capital, que disputa a mesma competição, vende entradas por 40 reais.

Serviço: 
Estádio Germano Krüger, Rua Padre Nóbrega – 265
Contato: (42) 3323-4917 ou comunicacao@operarioferroviario.com.br

 
Raylane Martins
 
Foto: Raylane Martins
 

                                            Comer nunca foi tão Popular

    Pedir comida em casa tornou-se cada vez mais um hábito popular. Com a Internet os aplicativos de Delivery ganham força e facilitam a vida de quem prefere ficar em casa e pedir comida sem gastar se locomovendo até um restaurante. Uma das opções de Delivery na cidade é o Sushi Pop: comida japonesa barata e saborosa. O Sushi Pop conforme dito na página do Facebook, Sushi Pop PG, “veio para tornar a comida japonesa a sua comida do dia a dia”. Uma das novidades é o preço barato, você paga R$1,00 por sushi, mais a entrega. 
    O cardápio oferece seis opções de combinados de sushi. O preço fica entre R$20,00 à R$35,00 reais, dependendo do combinado de sushi escolhido no pedido. Um dos pontos negativos em relação a compra é que o cliente fica limitado à quantidade de sushi nos pratos combinados. Embora seja R$ 1,00 real cada, você tem que optar por um dos pratos. O cliente não tem a liberdade de pedir, número X de sushi que vai comer e não pode modificar o pedido. Outro ponto negativo é a compra do molho Shoyu à parte, por R$ 1,00 cada.
    No aplicativo, a entrega marca uma hora após o pedido, mas dependendo da localização pode levar menos tempo. Outro aspecto em relação à distância é que o preço total pode variar, pois o cliente paga o combinado mais a entrega. Fica a critério de quem for comprar verificar se vale a pena ou não o investimento. Em relação a comida, a entrega chega bem embalada com o número certo de sushi. Os Sushis são gostosos e bem preparados e você degusta uma variedade em um mesmo combinado. Para quem gosta de comida japonesa, preço acessível e entrega rápida o Sushi Pop é uma boa opção.



Serviço 
Aplicativo: Ifood – Delivery -Sushi Pop/ 1 sushi = 1 real
Preço: Varia de R$ 10,00 à R$ 35,00 mais entrega. 

                                                                                                                                      Rafael Santos

 
Desconstruindo o guarda-roupa: moda sem gênero 

     "Eu me visto para mim. Não para a imagem, não para o público, não para a moda, não para os homens", foi com esta frase que a lendária atriz de cinema, Marlene Dietrich, revolucionou os padrões de vestimenta do guarda-roupa feminino nos anos 30, sendo uma das primeiras mulheres a usar calça e smoking em público. Você já ouviu falar em “gender-bender” (além-gênero)? Esse conceito se configura na liberdade de escolha e quebra das definições de vestuário caracterizadas como feminino e masculino, aceitando que gênero é algo fluído, portanto, a moda também é. 
     Há alguns anos, esse movimento vem contribuindo para a ruptura de estereótipos que determinam as formas tradicionais de gênero. Em 2016, a grife famosa Gucci deu abertura e exclusividade para o gender-bender, assumindo uma proposta de colocar na passarela homens e mulheres vestindo praticamente o mesmo tipo de roupa, o que foi um choque para o mundo da moda. No Brasil, o movimento cresce na medida que discussões e debates abordando questões de gênero vão se proliferando. A inversão imagética, conjunto a ruptura desses conceitos da moda, faz com que as pessoas reflitam que roupas são apenas tecidos e linhas.  
     Com essa expansão e discussões relacionadas à moda sem gênero, a indústria mercadológica da moda vem se aproveitando da movimentação para conseguir espaço neste nicho. Empresas e marcas nacionais e internacionais começaram a vender os produtos apenas com essa perspectiva, se isentando do debate político por trás da moda sem gênero. Mais uma vez o capitalismo está se apropriando de uma luta para lucrar ainda mais.

Serviço:
Conceito: Gender-bender; genderless; moda sem gênero.

     
Matheus Rolim
 
Exposição retrata a história de Ponta Grossa

    Ponta Grossa tem 195 anos e os últimos 65 foram registrados pelo Foto Elite. Desde a metade do século XX foram registradas mais de 200 mil imagens de Ponta Grossa e dos Campos Gerais, imagens de paisagens, pessoas, transformações urbanas, eventos, etc. O Foto elite fechou em julho deste ano e doou todo seu acervo para a Universidade Estadual de Ponta Grossa em agosto, tornando assim os registros um bem público que está a mostra em exposição no Museu Campos Gerais desde o dia 6 de setembro.
    A primeira exposição que o público tem contato é do Foto Elite pois fica logo na entrada do Museu. As fotos expostas estão nas paredes e com placas explicativas informando a data e o contexto. Várias das imagens representam o histórico da cidade, como cenas de famílias e casamentos, praças da cidade e o hospital franco da rocha. A mostra também conta com negativos, uma câmera fotográfica da década de 50 e fotos reveladas de campeonatos de futebol que contemplam times de âmbito nacional.

    A exposição é pequena perto de tanto acervo que o Museu recebeu, mas é rica em história que com o passar do tempo e a organização de todo o acervo que é tão grande nós vamos acabar descobrindo transformações da cidade que foram retratadas apenas pelas lentes do Seu Domingos, prioritário e fotógrafo do Foto Elite, o que valoriza o acervo. As mais de 200 mil imagens estão sendo organizadas pela equipe do MCG, Projeto Foto Bianchi e Projeto Lente Quente, ambos da UEPG. O objetivo é trocar as imagens expostas de tempo em tempo para sempre atualizar a mostra. O material em acervo está disponível para consulta de pesquisadores de diferentes áreas e estudos acadêmicos. 

Serviço
Local: Museu Campos Gerais
Horário: De terça a sábado das 9h às 11h45 e das 13h30 às 17h.
Organização: Equipe do MCG, Projeto Foto Bianchi e Projeto Lente Quente.
Entrada: Gratuita.
Milena Oliveira
 
Grupo de leitura discute a programação televisiva da Amazônia
 
    O livro Antenas da Floresta: A saga das TVS da Amazônia da jornalista Elvira Lobato foi lançado em 2017 mas se mantém atual nos estudos jornalísticos e presente nas estantes daqueles que gostam de entender como funciona a área da comunicação no nosso país. O grupo de leitura mediado pelo professor doutor Ben-Hur Demeneck trouxe a obra para discussão no último final de semana de agosto, na Verbo Livraria e contou com oito pessoas.
    A obra desvenda a realidade das mini emissoras de televisão presentes na Amazônia e conta de maneira humanizada a história de personagens que, mesmo sem o diploma de jornalistas, transmitem a informação e levam entretenimento a população daquele local.
    A abordagem trazida pelo livro consegue mostrar os dois lados da mesma situação: a Amazônia como uma área pobre e esquecida pelos governos e a sua grandiosidade na comunicação popular. Para isso, a autora produziu um banco de dados com o número de políticos que são donos de emissora de televisão, partindo dos índices nos ministérios das comunicações, mostrando uma imersão geral na pesquisa.
    O ponto principal discutido no grupo de leitura foi sobre as produções de entretenimento da região. Aqui no Sul, as matérias de lá são vistas como sensacionalistas e até ridículas, mas, a partir de uma análise, elas não se distanciam dos produtos que são feitos na cidade de Ponta Grossa. O grupo conseguiu abordar a xenofobia que acontece dentro do próprio país, ponto que passou vago no livro e merecia uma maior discussão. 
    A quantidade de emissoras que transmite de forma ilegal é gigante, mas isso é tratado de maneira humanizada pois mostra a importância na questão socioeconômica das pessoas que vivem naquela região, gerando novos empregos e sendo talvez a única oportunidade daquele povo.
    A profundidade que a autora traz as informações torna o livro uma experiência completa que vai além de apenas dados. O leitor consegue conhecer uma outra região do país e sua estrutura a partir do estudo dos meios de comunicação daquele local. A precisão nos dados mostra a dedicação e o esforço para a escrita da obra.

Serviço: 
Editora Objetiva
Páginas: 392
Ano de publicação: 2017
Valor médio: R$35,00
Ane Rafaely Rebelato
Projeto em plataforma digital traz o jornalismo humanizado à tona
 
      Quando todos achavam que o rádio estava perdendo a força devido aos novos meios de transmissão de informações, a convergência possibilitou que o rádio fosse para o meio digital. Hoje os podcasts fazem sucesso com programas jornalísticos bastante interativos.
Um deles é o Projeto Humanos, idealizado e comandado por Ivan Mizanzuk, que inclui programas que utilizam narrativas para contar as histórias criando um clima de suspense, o chamando storytelling.
      Uma particularidade do projeto é que os episódios sempre contêm as vozes das pessoas que vivenciaram aos eventos, apresentando também matérias da imprensa e documentos da época.
      Os episódios variam de 20 minutos a 1 hora e meia e contam com um lead na descrição sobre o que será discutido no podcast, junto com as referências utilizadas. Um dos pontos positivos é que todos os episódios fazem parte de uma série de reportagens, com várias suítes. Por outro lado, as publicações não seguem ordem cronológica no aplicativo Spotify, apenas no site, o que confunde os ouvintes. Seria interessante se o programa criasse playlists para cada caso.
      Embora Mizanzuk queira criar um clima introdutório para situar os ouvintes novos, isso se torna cansativo para quem já está acompanhando. A primeira temporada do Projeto Humanos foi para a plataforma em agosto de 2015. Cada programa aborda um macrotema onde as narrativas vão se aprofundando em cada caso.

Serviços:
Podcast ‘Projeto Humanos’
Disponível em: Spotify, YouTube
Site: https://www.projetohumanos.com.br/
Caso de alcance: ‘Caso Evandro’
 Bruna Kosmenko
“Música na Chaminé” defende música erudita na Mansão Villa Hilda
 
    O projeto “Música na Chaminé” acontece todo mês desde 2012 no Conservatório Maestro Paulino. O evento tradicional reúne professores e alunos de música para uma hora de canções eruditas e populares. 
    De acordo com o coordenador e professor de violão clássico, Marcelo Ijaille, o nome da apresentação se originou a partir da Chaminé das Indústrias Wagner, que fica ao lado do conservatório e é tombada pelo Patrimônio Histórico de Ponta Grossa. “A ideia era fazer sempre ao lado da chaminé. Só que o clima lá é tenso às vezes, então a gente faz no auditório”, relata.
    Em agosto, os músicos saíram do auditório para a comemoração do aniversário de Ponta Grossa. A 35ª edição do “Música na Chaminé” foi uma das atrações da gincana “Princesa em Festa”, realizada para comemorar os 196 anos da cidade. A apresentação aconteceu na sala principal da Mansão Villa Hilda.
    Com entrada gratuita e aberto ao público, pouco mais de 50 pessoas assistiram à doze canções tocadas por oito músicos durante uma hora. O repertório foi variado, desde músicas consagradas no Brasil até composições próprias, passando por Chopin e chorinho. Depois de apresentações com violão, viola e teclado, três saxofonistas terminaram a noite com o objetivo, segundo eles, de defender a música erudita.
    A sala aconchegante da Mansão Villa Hilda deixou o evento mais intimista e os músicos eram verdadeiros contadores de história a partir de suas canções. Entretanto, a falta de microfone e aparelho de som fizeram com que o barulho externo atrapalhasse. O som das cordas foi ofuscado por um carro com o volume alto do outro lado da rua, por exemplo.
    A partir de setembro o evento volta a acontecer no Conservatório e deve ser aberto ao público. A data ainda não foi confirmada, mas normalmente ocorre na última quinta-feira do mês. Qualquer pessoa pode se apresentar, basta entrar em contato com os coordenadores do projeto. 

Serviço:    
Evento: Música na Chaminé
Data: Última quinta-feira do mês
Horário: 19h30
Local: Auditório do Conservatório Maestro Paulino
Entrada: Gratuita

 
Thailan de Pauli Jaros
Música na Chaminé. Foto: Luana Caroline Nascimento 
A arte imita a vida ou a vida imita a arte?
 
    Assuntos discutidos na sociedade normalmente são temas de filmes e seriados, ainda mais quando causam debates. A série da Netflix “Thirteen Reasons Why” traduzida para “Os treze porquês” do diretor Brian Yorkey não é diferente. O seriado adaptado do livro homônimo da escritora Jay Asher conta a história de Hanna Baker, uma adolescente que cometeu suicídio e deixou treze cartas para explicar “os porquês”. As cartas destinadas aos amigos e colegas de Hannah mencionava que, de alguma forma, eles contribuíram para que ela tirasse a própria vida. Além de Hannah, Clay Jensen é o personagem principal da série. O adolescente, que trabalhava com Hannah, tenta entender o motivo de receber uma das cartas e o quê, de fato, fez a amiga cometer o suicídio. 
    Mesmo após críticas sobre o ritmo dos acontecimentos, em agosto estreou a terceira temporada. Ao discutir temas necessários como suicídio, abuso sexual e homofobia, a série traz à tona questionamentos sobre abordagem. A ficção demonstra as consequências que podem causar atos de violência, seja física, verbal ou psicológica, porém as cenas são fortes e explícitas. No último capítulo da primeira temporada, a cena de Hannah cometendo o suicídio sofreu críticas dos telespectadores e por conta disso, a Netflix alterou a cena. 
    Neste mês, a campanha nacional “setembro amarelo” alerta para a prevenção do suicídio e os cuidados com a saúde mental. Ações são realizadas na sociedade como forma de combater doenças como ansiedade e depressão. O programa Abraça UEPG criado pela atual gestão da Universidade oferece acolhimento e acompanhamento psicossocial, voltado para a comunidade acadêmica e presta atendimento gratuito e sigiloso. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. Logo, é importante discutir como a abordagem desses temas em filmes e séries pode causar consequências graves. 
    A ideia de “Thirteen Reasons Why” é explicar como os atos que passam despercebidos causam danos e com isso, trouxe à tona diversos relatos de pessoas que sofreram algum tipo de violência. Mas ao mostrar explicitamente esses atos, tornou-se quase um tutorial de como tirar a própria vida. É preciso saber diferenciar até que ponto a série propõe uma conscientização e quando se torna apelativa apenas para ganhar audiência, o que aconteceu em alguns capítulos do seriado.

Serviço: UEPG Abraça
Local: UEPG Campus Uvaranas- anexo a Farmácia Escola, próximo ao bloco M 
Campus Central- ambulatório de saúde mental, em frente ao RU.
Contato: (42) 2102-8659 ou (42) 99141-8937 
E-mail: prog.uepgabraca@gmail.com

 
Mariana Santos
13 Reasons Why. Foto: Divulgação
Produzido pela Turma A - Jornalismo UEPG