Grupo de leitura discute a programação televisiva da Amazônia
O livro Antenas da Floresta: A saga das TVS da Amazônia da jornalista Elvira Lobato foi lançado em 2017 mas se mantém atual nos estudos jornalísticos e presente nas estantes daqueles que gostam de entender como funciona a área da comunicação no nosso país. O grupo de leitura mediado pelo professor doutor Ben-Hur Demeneck trouxe a obra para discussão no último final de semana de agosto, na Verbo Livraria e contou com oito pessoas. A obra desvenda a realidade das mini emissoras de televisão presentes na Amazônia e conta de maneira humanizada a história de personagens que, mesmo sem o diploma de jornalistas, transmitem a informação e levam entretenimento a população daquele local. A abordagem trazida pelo livro consegue mostrar os dois lados da mesma situação: a Amazônia como uma área pobre e esquecida pelos governos e a sua grandiosidade na comunicação popular. Para isso, a autora produziu um banco de dados com o número de políticos que são donos de emissora de televisão, partindo dos índices nos ministérios das comunicações, mostrando uma imersão geral na pesquisa. O ponto principal discutido no grupo de leitura foi sobre as produções de entretenimento da região. Aqui no Sul, as matérias de lá são vistas como sensacionalistas e até ridículas, mas, a partir de uma análise, elas não se distanciam dos produtos que são feitos na cidade de Ponta Grossa. O grupo conseguiu abordar a xenofobia que acontece dentro do próprio país, ponto que passou vago no livro e merecia uma maior discussão. A quantidade de emissoras que transmite de forma ilegal é gigante, mas isso é tratado de maneira humanizada pois mostra a importância na questão socioeconômica das pessoas que vivem naquela região, gerando novos empregos e sendo talvez a única oportunidade daquele povo. A profundidade que a autora traz as informações torna o livro uma experiência completa que vai além de apenas dados. O leitor consegue conhecer uma outra região do país e sua estrutura a partir do estudo dos meios de comunicação daquele local. A precisão nos dados mostra a dedicação e o esforço para a escrita da obra. Serviço: Editora Objetiva Páginas: 392 Ano de publicação: 2017 Valor médio: R$35,00
Ane Rafaely Rebelato
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Projeto em plataforma digital traz o jornalismo humanizado à tona
Quando todos achavam que o rádio estava perdendo a força devido aos novos meios de transmissão de informações, a convergência possibilitou que o rádio fosse para o meio digital. Hoje os podcasts fazem sucesso com programas jornalísticos bastante interativos. Um deles é o Projeto Humanos, idealizado e comandado por Ivan Mizanzuk, que inclui programas que utilizam narrativas para contar as histórias criando um clima de suspense, o chamando storytelling. Uma particularidade do projeto é que os episódios sempre contêm as vozes das pessoas que vivenciaram aos eventos, apresentando também matérias da imprensa e documentos da época. Os episódios variam de 20 minutos a 1 hora e meia e contam com um lead na descrição sobre o que será discutido no podcast, junto com as referências utilizadas. Um dos pontos positivos é que todos os episódios fazem parte de uma série de reportagens, com várias suítes. Por outro lado, as publicações não seguem ordem cronológica no aplicativo Spotify, apenas no site, o que confunde os ouvintes. Seria interessante se o programa criasse playlists para cada caso. Embora Mizanzuk queira criar um clima introdutório para situar os ouvintes novos, isso se torna cansativo para quem já está acompanhando. A primeira temporada do Projeto Humanos foi para a plataforma em agosto de 2015. Cada programa aborda um macrotema onde as narrativas vão se aprofundando em cada caso. Serviços: Podcast ‘Projeto Humanos’ Disponível em: Spotify, YouTube Site: https://www.projetohumanos.com.br/ Caso de alcance: ‘Caso Evandro’
Bruna Kosmenko
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“Música na Chaminé” defende música erudita na Mansão Villa Hilda
O projeto “Música na Chaminé” acontece todo mês desde 2012 no Conservatório Maestro Paulino. O evento tradicional reúne professores e alunos de música para uma hora de canções eruditas e populares. De acordo com o coordenador e professor de violão clássico, Marcelo Ijaille, o nome da apresentação se originou a partir da Chaminé das Indústrias Wagner, que fica ao lado do conservatório e é tombada pelo Patrimônio Histórico de Ponta Grossa. “A ideia era fazer sempre ao lado da chaminé. Só que o clima lá é tenso às vezes, então a gente faz no auditório”, relata. Em agosto, os músicos saíram do auditório para a comemoração do aniversário de Ponta Grossa. A 35ª edição do “Música na Chaminé” foi uma das atrações da gincana “Princesa em Festa”, realizada para comemorar os 196 anos da cidade. A apresentação aconteceu na sala principal da Mansão Villa Hilda. Com entrada gratuita e aberto ao público, pouco mais de 50 pessoas assistiram à doze canções tocadas por oito músicos durante uma hora. O repertório foi variado, desde músicas consagradas no Brasil até composições próprias, passando por Chopin e chorinho. Depois de apresentações com violão, viola e teclado, três saxofonistas terminaram a noite com o objetivo, segundo eles, de defender a música erudita. A sala aconchegante da Mansão Villa Hilda deixou o evento mais intimista e os músicos eram verdadeiros contadores de história a partir de suas canções. Entretanto, a falta de microfone e aparelho de som fizeram com que o barulho externo atrapalhasse. O som das cordas foi ofuscado por um carro com o volume alto do outro lado da rua, por exemplo. A partir de setembro o evento volta a acontecer no Conservatório e deve ser aberto ao público. A data ainda não foi confirmada, mas normalmente ocorre na última quinta-feira do mês. Qualquer pessoa pode se apresentar, basta entrar em contato com os coordenadores do projeto. Serviço: Evento: Música na Chaminé Data: Última quinta-feira do mês Horário: 19h30 Local: Auditório do Conservatório Maestro Paulino Entrada: Gratuita
Thailan de Pauli Jaros
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Música na Chaminé. Foto: Luana Caroline Nascimento |
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A arte imita a vida ou a vida imita a arte?
Assuntos discutidos na sociedade normalmente são temas de filmes e seriados, ainda mais quando causam debates. A série da Netflix “Thirteen Reasons Why” traduzida para “Os treze porquês” do diretor Brian Yorkey não é diferente. O seriado adaptado do livro homônimo da escritora Jay Asher conta a história de Hanna Baker, uma adolescente que cometeu suicídio e deixou treze cartas para explicar “os porquês”. As cartas destinadas aos amigos e colegas de Hannah mencionava que, de alguma forma, eles contribuíram para que ela tirasse a própria vida. Além de Hannah, Clay Jensen é o personagem principal da série. O adolescente, que trabalhava com Hannah, tenta entender o motivo de receber uma das cartas e o quê, de fato, fez a amiga cometer o suicídio. Mesmo após críticas sobre o ritmo dos acontecimentos, em agosto estreou a terceira temporada. Ao discutir temas necessários como suicídio, abuso sexual e homofobia, a série traz à tona questionamentos sobre abordagem. A ficção demonstra as consequências que podem causar atos de violência, seja física, verbal ou psicológica, porém as cenas são fortes e explícitas. No último capítulo da primeira temporada, a cena de Hannah cometendo o suicídio sofreu críticas dos telespectadores e por conta disso, a Netflix alterou a cena. Neste mês, a campanha nacional “setembro amarelo” alerta para a prevenção do suicídio e os cuidados com a saúde mental. Ações são realizadas na sociedade como forma de combater doenças como ansiedade e depressão. O programa Abraça UEPG criado pela atual gestão da Universidade oferece acolhimento e acompanhamento psicossocial, voltado para a comunidade acadêmica e presta atendimento gratuito e sigiloso. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. Logo, é importante discutir como a abordagem desses temas em filmes e séries pode causar consequências graves. A ideia de “Thirteen Reasons Why” é explicar como os atos que passam despercebidos causam danos e com isso, trouxe à tona diversos relatos de pessoas que sofreram algum tipo de violência. Mas ao mostrar explicitamente esses atos, tornou-se quase um tutorial de como tirar a própria vida. É preciso saber diferenciar até que ponto a série propõe uma conscientização e quando se torna apelativa apenas para ganhar audiência, o que aconteceu em alguns capítulos do seriado. Serviço: UEPG Abraça Local: UEPG Campus Uvaranas- anexo a Farmácia Escola, próximo ao bloco M Campus Central- ambulatório de saúde mental, em frente ao RU. Contato: (42) 2102-8659 ou (42) 99141-8937 E-mail: prog.uepgabraca@gmail.com
Mariana Santos
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13 Reasons Why. Foto: Divulgação |
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Produzido pela Turma A - Jornalismo UEPG |
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