Memórias de 80 anos do Colégio General Osório
Por Erica Fernanda
Importante para o registro da história e da educação do município, o lançamento do livro “Grupo Escolar General Osório: nos primórdios dos anos de 1930 à direção de Elzira Correia de Sá” foi um evento cheio de reencontros. A Biblioteca Central acolheu professoras e professores, alunas e alunos que perguntavam “você lembra de mim?”, e assim começava uma conversa cheia de nostalgias. Alguns discursos eram bem patriotas, do tipo: “lembram quando a gente aprendeu a cantar o hino nacional? Levantava a bandeira e todo mundo cantava”. Outros traziam memórias marcadas pela política do mérito: “lembram quando a gente ganhava prêmios por ter a melhor nota?".
O livro, publicado pela editora Estúdio Texto, é resultado de pesquisas feitas no projeto de extensão da UEPG intitulado “Construindo e Reconstruindo a Historia”, realizado com o Núcleo Regional de Educação. A professora e autora Luzia Borsato Cavagnari recolheu dados, arquivos do Colégio, Prefeitura e Museus e depoimentos de ex professoras e estudantes para contar como era o ensino do colégio, que substituiu escolas isoladas do bairro de Uvaranas. O lançamento se refere também aos 80 anos do Grupo Escolar General Osório.
Naquela época, o ensino público em Ponta Grossa contava como as Escolas Isoladas, que ficavam localizadas nos bairros. Em um trecho do livro há o depoimento do ex-inspetor e diretor Valdevino Lopes, em que conta como era a situação das escolas. “Funcionavam de maneira bastante precária. [...] a professora recebia da mantenedora como únicos materiais, além da mesa, carteiras e quadro de giz, uma moringa para água, livros de leitura e poucos materiais escolares”, e a estrutura era toda de madeira. A única educação de qualidade que a cidade tinha eram as redes particulares, como Sant’ Ana (1905), Sagrada Família (1933), Colégio São Luiz (1906), Escola Luterana (1916), Escola Evangélica (1928) e escola Liceu dos Campos (1926-1955).
Contudo, em 2 de dezembro de 1938 o governo do Estado criou o decreto n⁰7779, que estabelecia que cada município deveria criar mais 10 escolas do ensino primário, denominadas de grupo escolar. Ao invés de ter apenas uma professora ou professor nas escolas isoladas para atender diferentes níveis de escolaridade, os Grupos Escolares passam a disponibilizar várias e vários professores para cada nível dos estudantes. A construção do Grupo Escolar General Osório teve início em 1938 ao lado do 13⁰ Batalhão de Infantaria Blindado (13 BIB), mas o Colégio só começou o funcionamento em 1939 contando com 137 alunos matriculados em duas turmas do 1⁰ ano e uma turma do 2⁰, 3⁰ e 4⁰ anos.
SERVIÇO – O livro “Grupo Escolar General Osório: nos primórdios dos anos de 1930 à direção de Elzira Correia de Sá” está disponível na Biblioteca Central Prof. Faris Michaele, no Campus da UEPG em Uvaranas.
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Um desajuste para o sucesso
Amanda Dombrowski
O podcast é uma mídia em formato de áudio que tem conquistado muito espaço na área da informação e educação. No Brasil, o primeiro podcast foi o Digital Minds de Danilo Medeiros, que começou em 21 de outubro de 2004. Em novembro do mesmo ano surgiu o podcast do Gui Leite, o Podcaster, mais antigo no Brasil que ainda é produzido regularmente. E em dezembro foram criados os podcasts Perhappiness, de Rodrigo Stulzer, e Código Livre, de Ricardo Macari.
Com o passar do tempo o podcast teve uma expansão e várias iniciativas foram criadas. 15 anos depois do primeiro podcast no Brasil, no dia 16 de maio deste ano, Maria Fernanda Teixeira e Nicoly França lançaram o primeiro episódio do podcast Desajusta. As duas são empreendedoras, jornalistas, criadoras de conteúdo e fundadoras do canal do Youtube chamado Desavesso, que existe há três anos, em que falam sobre moda consciente e sustentabilidade.
Na primeira edição, com o nome “Nossa trajetória desajustada”, elas contam o objetivo do podcast que é inspirar as pessoas mostrando que não existe um ponto final chamado sucesso. Dessa forma, nos outros episódios elas trazem histórias inspiradoras mostrando que isso é possível. O programa tem o apoio da FAPCOM, a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, onde é utilizado o estúdio para gravação.
O podcast não possui periodicidade regular, tem um tempo médio de uma hora e conta com a participação de convidados que relatam as trajetórias que traçaram até atingir seus objetivos. No décimo primeiro episódio, publicado em 12 de setembro, o assunto tratado foi saúde mental com a dona do podcast Esquizofrenoias, Amanda Ramalho. Como setembro é o mês de conscientização a prevenção ao suicídio, tratar sobre a saúde mental no podcast é um modo de mostrar a relevância do tema.
O objetivo do podcast atinge as expectativas ao mostrar modelos de vida, sonhos e histórias de sucesso para que as pessoas entendam que não existe uma única regra. É preciso boa vontade e oportunidade para realizar os sonhos e objetivos, e para isso não é preciso seguir o mesmo padrão para todos.
Serviço
O podcast pode ser acessado nas seguintes plataformas:
Megafono: https://www.megafono.host/podcast/desajusta
Apple Podcasts: https://podcasts.apple.com/us/podcast/desajusta/id1464073562
Spotify: https://open.spotify.com/show/7sLf3DvxdKKr0HOGV8ST8L?si=NuUAlov_SvqfWwqqMHcZrg
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Brother Soul em um Paraná paranormal
Fabiana Manganotti
Palco B é um projeto cultural voltado à valorização de artistas autorais. Lançada em 2016, a série produz conteúdo audiovisual em formato de session, em que a banda faz sua performance ao vivo com um cenário em segundo plano. As apresentações são mensais e acontecem no auditório B do Cine Teatro Ópera, com ingressos a partir de R$10. Os vídeos e outras informações sobre as bandas estão disponíveis nas redes sociais da Fluencia e da Luneta Experiências Culturais, organizadoras do Palco B.
Neste ano a temporada do Palco B começou em julho e irá até o fim do ano, com a apresentação de dez bandas, com variados estilos musicais como: rock, MPB, reggae, dub, blues, rap e soul. Quatro bandas já se apresentaram neste ano. No dia 9 de julho aconteceu a primeira edição da temporada, com o rapper Juliano Gafanhoto e PG Town e a banda Circuito Absoluto. A segunda apresentação, no dia 13 de agosto, foi uma edição especial voltada para crianças, com a banda Casa Cantante.
A banda escolhida para o mês de setembro foi a Brother Soul. O estilo de música é o samba-rock, apresentado pelo trio composto por Fabricio Cunha, vocalista e guitarrista, Arajan Cunha, baterista, e Marquinhos Santos, baixista. As composições abordam conceitos sociais, como na letra de “Pixaim”.
As músicas são dançantes e animam o público. Uma delas, ponto alto do show, faz uma homenagem ao estado do Paraná, “Paraná Paranormal”, em referência à chamada Rússia brasileira. A apresentação contou com seis músicas e “Não esqueça do meu” foi gravada duas vezes pois, segundo Fabrício, sua guitarra estava desafinada e ficaria ruim para a gravação do clipe. O público presente no auditório registrou um atraso de meia hora para o início do show.
Serviço: Mais informações podem ser conferidas nas redes sociais dos organizadores Luneta Experiências Culturais (https://www.facebook.com/luneta.cultura/) e Fluencia (https://web.facebook.com/FluenciaCultural/).
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‘Bacurau’, se for vá em paz
Leticia Gomes
Contemplado pelo Prêmio do Júri no Festival de Cannes de maio deste ano, ‘Bacurau’, que estreou em Ponta Grossa no último dia 12, conta a história de uma pequena cidade no sertão nordestino que misteriosamente desaparece do mapa.
A história começa com o velório da matriarca da cidade e é seguida por assassinatos misteriosos dos nativos do local. O longa dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles usa o desaparecimento do mapa como uma metáfora para a situação de sucateamento do país. Voltado para um gênero western, quase de terror e fantasioso, ‘Bacurau’ trata de temas que não poderiam ser mais reais.
O longa consegue explorar as relações desiguais entre a capital e a cidade pequena. É possível observar isso quando os cidadãos de Bacurau começam a ser caçados por estrangeiros sem aparentemente motivo algum. Com cenas violentas, os diretores escolhem as cenas mais gráficas para a morte dos estrangeiros, ao invés dos moradores da cidade.
‘Bacurau’ é um filme recheado de críticas metafóricas à política brasileira. Pode-se perceber este aspecto a partir de temas como o armamento, a xenofobia, a violência acentuada, e mais sutilmente críticas ao sistema de saúde e distribuição em cidades pequenas do Nordeste. Trata também da mobilização popular e da capacidade de organização de uma comunidade diante de abusos do poder político.
Serviço:
Local: Cinemas Lumiere – Shopping Total
Horário: 18h30 e 21h
Preço: R$12,00 (meia) e R$24,00 (inteira). De segunda a sexta-feira todos pagam meia entrada
Tempo: 2h10min
O filme consta na programação do Cinemas Lumiere até o dia 24 de setembro, possivelmente podendo se estender.
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Produzido pela Turma C - Jornalismo UEPG |
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