CRÍTICA DE PONTA
Produzido pelos alunos do 3º ano do curso de jornalismo da UEPG, o crítica de ponta traz o melhor da cultural da cidade de Ponta Grossa para você.
Os vencedores são os ‘excluídos’ na mensagem de Luca
Alberto, Luca e Giulia vencem a Copa Portorosso | Foto: Divulgação
Produzido pela Pixar, a animação Luca foi lançada pela Disney em 2021 e, como o título pode sugerir, narra a história do protagonista Luca, uma criatura marinha que mora com os pais e a avó. Luca é curioso com o mundo dos humanos na superfície e tal curiosidade será fundamental para que tudo aconteça na história.
Os chamados “monstros marinhos” se transformam em humanos quando saem da água e, intimidado pela mãe, Luca não se sente confortável quando se viu como humano pela primeira vez. Com a influência de Alberto, um monstro marinho que costumeiramente vive na superfície, Luca abre os olhos para o mundo dos humanos e sonha com a liberdade de conhecê-lo.
O filme traz a inclusão como tônica. O medo de arriscar em novas experiências ronda Luca e, com isso, Alberto lhe ensina a enfrentar as situações com um pequeno mantra: “Silenzio, Bruno”, onde “Bruno” seria a pessoa que, inconscientemente, o impede de fazer o que se quer.
Viver na sombra do medo é comum para qualquer pessoa que seja ‘diferente’ ou, como os três protagonistas se nomeiam, os ‘excluídos’. A luta para quem é diferente do imposto ‘normal’ não é presente apenas na ficção. Trazer esse debate à tona é necessário para que a vida em sociedade melhore.
Um exemplo em Ponta Grossa é a comunidade LGBTQIA+ que não cessa esforços por direitos e poder, simplesmente, existir sem que a própria existência seja motivo de agressão e violência. Durante o mês de junho, realizam a Parada LGBTQIA+ que, mesmo com a pandemia, não deixa de acontecer, mas em transmissões online.
Cada gesto numa performance drag é um pequeno “Silenzio, Bruno” que, assim como em Luca, movimenta a comunidade rumo à dignidade que merece. Em uma cidade conservadora, buscar (e conquistar) espaço é um desafio para qualquer pessoa que não se sinta pleiteada pelo rótulo de ‘normal’.
Por Cássio Murilo
Serviço:
Filme: Luca
Direção: Enrico Casarosa
Produção: Andrea Warren
Ano: 2021
Duração: 1h 41min
Estantes do Pegaí - Leitura Grátis são opção para leitores durante a pandemia
Com as bibliotecas fechadas, leitores recorrem às estantes do projeto de incentivo à leitura. Desde março do ano passado, as bibliotecas públicas e escolares estão fechadas em Ponta Grossa. A medida faz parte da prevenção ao coronavírus. Com isso, os leitores têm dificuldades para encontrar literatura disponível para empréstimo e manter o hábito da leitura.
Atualmente, a única opção disponível são as estantes do projeto Pegaí – Leitura Grátis. Distribuídas em vários pontos da cidade, elas oferecem oportunidade de empréstimo sem burocracia. Basta verificar os livros disponíveis, escolher o que lhe agrada e iniciar a leitura. É preciso lembrar de devolver o livro após a leitura, e isso pode ser feito em qualquer estante do projeto.
Arte: Divulgação Projeto Pegaí-Leitura Grátis
O Instituto Pegaí – Leitura Grátis é um projeto ponta-grossense que tem como lema “aproximar livros sem leitores de leitores sem livros”. As estantes estão distribuídas em pontos estratégicos de circulação de pessoas e podem ser encontradas desde supermercados, bancos, lojas de departamentos a repartições públicas. Para emprestar um livro, basta escolher aquele que agrada e ler.
Os livros disponibilizados pelo projeto são oriundos de doações, aquisições ou mesmo publicações patrocinadas pelo Instituto. A renda para compras e impressão dos volumes é obtida através de doações em espécie ou de notas fiscais ao programa Nota Paraná.
Em tempos de pandemia, é importante destacar que todos os livros passam por quarentena e são higienizados antes de ser disponibilizados para novo empréstimo. Os livros que passaram por esse processo ganham uma cinta com o selo de quarentena, indicando que está livre do vírus da covid-19.
Por Éder Carlos
Serviço:
O projeto ‘Pegaí – Leitura Grátis’ tem estantes na rede de supermercados Tozetto, na Agência do INSS, na Agência do Trabalhador entre outros lugares em Ponta Grossa.
Banda Pontagrossense Krafka lança primeiro trabalho musical
Capa do EP, com representação ao ‘Âmbar’| Arte: Bernardo Del Monaco
Com uma mistura do gênero Indie com o Rock, a banda Krafka lança o primeiro EP (Gravação Estendida, do termo em inglês "Extended Play") em Ponta Grossa. O EP chamado ‘Âmbar’ é composto por cinco músicas: O novo sempre vem, Sem ter medo de mudar, Se eu te chamar pra ver o sol, Prisma e Paz. As composições das letras musicais são simples, com frases curtas, mas que são compensadas pelo forte trabalho do instrumental. Com isso, é impossível escutar ‘Âmbar’ sem perceber o forte som da guitarra e da bateria.
O EP foi lançado oficialmente nas plataformas digitais no dia 7 de março deste ano, mas a banda atua desde 2019 na cidade. O nome do EP, ‘Âmbar’, faz relação a uma resina formada há 30 milhões de anos por um pinheiro. O âmbar é conhecido desde o início da humanidade, pois já na Idade da Pedra era objeto de adoração. Além disso, ele também expressa propriedades sobrenaturais, como na mitologia romana.
No EP vem a perspectiva de se permitir a mudança, saber que ela é algo que nem sempre vai ser fácil e muitas vezes, dificilmente aceita por aqueles que nos rodeiam, mas que seja algo para a evolução do "ser" como um todo, que faça com que esse se sinta sendo ele mesmo.
‘Âmbar’ também faz referência ao livro ‘‘A Metamorfose’’, de Franz Kafka. No livro, Gregor Samsa, um rapaz que larga todas as suas vontades e desejos para sustentar a sua família é transformado do dia para a noite em um inseto e precisa conciliar as dificuldades da vida cotidiana com sua nova forma física.
Percebe-se que tudo é muito pensado nesta produção. As letras das músicas que se ligam com o nome do EP, as imagens usadas que também são relacionadas ao ‘Âmbar’, assim como as referências à história da banda e a produção do clipe “O Novo Sempre Vem” com diversas imagens representativas.
O EP representa a mudança, não só como a de Gregor Samsa, que teve que se adequar ao seu novo modo de viver, mas também como representação da vida das pessoas que também precisam se adaptar às mudanças.
Por Evelyn Paes
Serviço:
Link do EP “Âmbar” (Youtube): https://www.youtube.com/watch?v=1I1AphSC-iA
Banda: Krafka;
Vocal e Bateria: Matheus Vaz;
Guitarra: Lucas Maciel (guitarrista);
Baixo e backing vocal: Marlon Vinicius;
Bateria: Gustavo Vaz.
Café rápido, urbano e brasileiro
O café está presente todos os dias na vida do brasileiro. Pelas manhãs, no trabalho, nas madrugadas e principalmente nas várias cafeterias espalhadas pelas cidades. A agitação do dia exige um café rápido, bom e bem brasileiro. Com estabelecimentos em todo o Brasil e até na Europa, a franquia The Cofffee possui essas características.
São 22 produtos disponíveis no estabelecimento que variam de cafés tradicionais, cafés gourmetizados e acompanhamento de algum lanchinho doce ou o tradicional pão de queijo. Os preços variam de R$ 3,00 a 8,00, claro os mais baratos são os tradicionais. Sem balconista e com atendimento feito por tablet, a cafeteria mostra inovação ao não aceitar dinheiro, somente cartão de crédito ou débito. A retirada do pedido é feita somente no balcão, sem entregas por delivery.
The Coffee oferece bebidas rápidas, de valores padrões, acompanhamento de lanches e doces | Foto: Leonardo Duarte.
Em uma situação excepcional um repórter do Crítica de Ponta necessitou sair de casa para fins particulares e comprou um café no estabelecimento. A bebida quente Urban Chocolat, feita à base de chocolate, junto ao frio de inverno se torna um clássico para se aquecer.
Um dos motivos de a franquia não ter um espaço nos estabelecimentos para os clientes acomodarem-se é exatamente pelo contexto de movimentação urbana que nomeia as bebidas. Um problema para os que apreciam e conversam ao tomar café. Para os que estão sempre nas correrias e precisam de café para acalmar e relaxar, essa é a cafeteria ideal.
Por Leonardo Duarte
Arte: Leonardo Duarte.
Serviço:
Bebidas tradicionais: R$3,90/R$6,10
Bebidas Gourmet: R$7,00/R$10,00
Bakery/Sweets: R$4,00/R$7,50
Pagamento: somente cartão de crédito ou débito
Endereço: Rua Quinze de Novembro, 354 - Ponta Grossa - Paraná
Atendimento: 8h às 19h de segunda a sábado (fechado aos domingos)
Entre a adaptablidade e o Stress do Ensino Remoto
Durante o ensino remoto, é comum computadores e celulares serem compartilhados por irmãos durante o período letivo | Foto: Larissa Godoi/Foca Livre.
Durante a pandemia mais de 1 milhão de alunos da rede pública de ensino do Estado do Paraná passaram pela experiência de estudar através do ensino remoto, prática adotada pelo Governo do Estado como uma das medidas de enfrentamento à pandemia. Atualmente, mais de um ano e três meses após o início desta modalidade de ensino, e com modelo híbrido onde o estudante reveza os dias letivos entre aulas presenciais e remotas, já em utilização no Estado, é possível se debruçar sobre as praticidades e críticas geradas pelo modelo de aulas remotas.
Dificuldade de assimilação do conteúdo, falta de interação durante os momentos de aula, dificuldades técnicas, além da evasão escolar, são os maiores obstáculos enfrentados durante a implementação do modelo remoto. Um artigo da Revista Babel de junho de 2020 apresenta um pouco sobre o cenário do ensino remoto após os primeiros meses de sua implementação e as principais dificuldades geradas no modelo. A desconcentração é outro agravante do processo, uma vez que em casa, os alunos, aqueles que não realizam outros afazeres enquanto “assistem” a aula, são constantemente pegos distraídos, seja por barulhos, interações ou simples desconcentrações durante explicações e exercícios de aprendizagem.
O tempo em frente a tela do computador é outro ponto de debate sobre o modelo remoto. Estudantes de período integral passam, só entre os períodos de aula, em média, 8 horas em frente ao computador ou celular.
Há de se considerar ainda o tempo fora do horário de aulas destinado à execução de trabalhos e atividades acadêmicas. Neste cenário, estudantes e professores precisam constantemente se adaptar às especificidades de cada encontro e ficam sobrecarregados por uma rotina massiva, de atividades repetitivas, que geram estresse acumulado e desinteresse na realização de atividades e no próprio consumo das aulas via plataformas como Google Meet e Zoom.
Segundo dados do estudo “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar” de janeiro de 2021, o Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) estima que aproximadamente 4,1 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos tiveram dificuldades de acesso ao ensino remoto em 2020 e cerca de 1,3 milhão abandonou a escola.
Por João Gabriel Vieira
Serviço:
A modalidade de ensino remoto foi autorizada no Paraná no dia de abril de 2020. O documento pode ser acessado aqui.