Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do cursio de Jornalismo da UEPG, O Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.
A vacinação ao covid-19 não é sobre você
Dados da 17° edição da pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), de julho de 2021 apontam que em 2.097 cidades do Brasil já foram relatados casos de recusa a vacinas contra a Covid-19. O número equivale a 74,2% dos mais de 2.800 municípios considerados na pesquisa. Temas como a escolha por vacinas de acordo com a fabricante também foram abordados.
Em Ponta Grossa, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) diz que não existe uma planificação ou indicadores estatísticos sobre o tema, pois, segundo a FMS, o único modo de se ter a confirmação seria através de uma declaração da própria pessoa, afirmando a recusa ao imunizante. Entretanto, a Fundação confirma que no mês de junho deste ano cinco profissionais da área da saúde se recusaram a tomar a vacina por motivos pessoais.
Grupos anti-vacina surgiram nos últimos anos com um discurso que envolve uma grande teoria da conspiração e que vê nos imunizantes uma forma de controle ou transmissão de outras doenças. Com a popularização da internet, o movimento se espalhou pelo mundo, atingindo as camadas pobres da população, prejudicando a cobertura vacinal em diversos países.
A vacinação é o método mais eficaz de combate e prevenção a doenças transmissíveis | aCrédito da Imagem: Eder Carlos Wehrholdt
Pesquisa do Datafolha de 2020, que perguntava se o indivíduo buscaria se vacinar assim que os imunizantes contra a Covid-19 fossem disponibilizados, mostrou que 75% dos entrevistados afirmaram que se vacinariam. Entretanto, é o outro indicador que preocupa, os 25% que responderam não. Significa dizer que uma em cada quatro pessoas não tomaria a vacina.
Em 2019 a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que o movimento anti-vacina é um dos dez maiores riscos à saúde global. A vacinação é um ato coletivo, que não diz respeito ao indivíduo. Ao não se vacinar ou não vacinar os filhos, o indivíduo não apenas está se expondo e expondo o filho a doença, mas sim todo o círculo de convívio social da família.
Por João Gabriel Vieira
Serviço:
O agendamento para tomar a vacina contra a Covid-19 em Ponta Grossa é realizado no site da Prefeitura Municipal. Fique atento e não deixe de se vacinar.
Uma interpretação surrealista da pandemia em Vermelho, o recorte
O espaço de exposições virtuais da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais da UEPG conta agora com uma nova mostra: Vermelho, o recorte do pintor e especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea, Emerson Persona. A exposição, inaugurada em live no início de agosto, contou com a participação do artista, na qual relatou que a principal inspiração para suas obras foi o isolamento social, ocasionado em decorrência da pandemia da Covid-19 no Brasil, decretada em março de 2020.
Na coletânea de pinturas de compõem Vermelho, o recorte, as obras foram feitas com tinta acrílica sobre papel. Tanto os tons vibrantes de azul, verde, amarelo e roxo, como os mais fechados como laranja e preto, contrastam e dão ainda mais vida ao vermelho, cor encontrada em todas as pinturas e que também dá nome à exposição. O vermelho colore exclusivamente todas as imagens que remetem a partes do corpo, permitindo a interpretação do espectador de que os elementos humanos são o destaque de cada composição.
Obras da exposição Vermelho, o recorte, feitas com tinta acrílica sobre papel, são inspiradas pelo movimento artístico Surrealista | Foto: Emerson Persona
Persona remete suas obras ao Surrealismo, movimento originado na França nos anos de 1920 e integrante do modernismo, em que os artistas passam a incorporar traços e elementos contemporâneos a seus trabalhos. Percebe-se a influência do movimento nas telas do pintor por meio das colagens e imagens distorcidas, mas também que se respalda no propósito principal do movimento, trazendo a contemporaneidade da pandemia às telas. A violência sofrida contra os corpos humanos, confinados em suas casas e vivendo em meio ao desconforto com o presente e a incerteza sobre o futuro é a reflexão trazida pelo artista. Se o propósito de Persona foi causar a mesma sensação de angústia no espectador que imprimiu nas obras, ela foi atingida em cheio.
Apesar de carregar uma mensagem impactante, a mostra apresenta poucas obras e deixa o espectador com gostinho de ‘quero mais’. Como o nome já diz, é apenas um recorte da mostra VERMELHO, que estará disponível para visitação no Museu Municipal de Arte em Curitiba (MUMA) a partir do segundo semestre de 2022. Resta saber se, até lá, a pandemia da Covid-19 vai permitir o retorno à vida normal ou se segue iguais às pinturas de Persona: aprisionados a esta (sur)realidade angustiante.
Por Manuela Roque
Serviços:
Título: Vermelho, o recorte
Artista: Emerson Persona.
Curadoria: Adriana Rodrigues Suarez, Alberto Mikoski, Sandra Borsoi.
Organização: Adriana Rodrigues Suarez, Alberto Mikoski.
Disponível em: https://www2.uepg.br/proex/exposicoes-virtuais/
Marcas regionais em novo single de Flávio Wilson, Eu sou cultura
O single Eu Sou Cultura, de Flávio Wilson, enaltece a riqueza cultural da região de Ponta Grossa e destaca a importância da cultura na vida pessoal do artista e também no cotidiano da população. O trabalho foi lançado no final de julho de 2021.
“Sou ferramenta, tiro a depressão, sou o tom da alegria, grito pela revolução”, canta Flávio Wilson sobre a importância do papel da cultura em levar alegria e felicidade à vida das pessoas. Wilson destaca a importância da presença da cultura nas escolas. “Eu vi tantas matérias, tantos livros que pesaram, mochila, eu gostaria sempre de algo que eu gostasse de fazer, escolhi cultura”, diz a música.
Flávio Wilson no clipe musical | Créditos: Eu Sou Cultura
A nova faixa musical é uma parceria com o DJ Cleber Mix, foi produzida pela Fabrik Produções e está disponível na plataforma Youtube, já contando com mais de 400 visualizações.
A música interessa aos amantes do gênero eletrônico e pop. Eu Sou Cultura explora e vagueia os dois gêneros musicais num beat envolvente e animado. Para quem gostar da música, o álbum Eu Amo PG conta com mais quatro músicas: Garotas de PG (música também disponível com formato em libras para deficientes auditivos), Parque Ambiental, Minha Mochila e Hit do Verão.
Por Yasmim Orlowski
Serviços:
Música: “Eu Sou Cultura”
Autor: Flávio Wilson e Dj Cleber Mix
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MhxRbHThApY&ab_channel=FlavioWilson
Banda pontagrossense Fire Hunter lança nova versão da Música In Your Eyes
Com orquestração e faixas vocais novas, a banda Fire Hunter relançou a canção In Your Eyes, que pertence ao álbum No Fear no Lies de 2014. A nova versão foi lançada em julho no canal do youtube da banda.
A canção era um dos destaques do álbum de 2014. Com tom mais melódico e uma letra melancólica, em que o eu lírico apresentava ambivalência em relação a retomar relações com alguém que ama mas que o magoou, a canção destoava do tom de fantasia, esperança, superação e enfrentamento frente a dificuldades da vida das demais canções.
Com a nova orquestração, a música ganha um alcance dinâmico entre graves e agudos maior, o que confere à composição uma sonoridade ligeiramente mais polida e menos díspar entre os timbres dos instrumentos.
Arte: Romulo Dias
Mas o grande mérito que justifica a gravação está nos vocais de Zé Moreira. Afinado e mais comprometido com a interpretação que a melodia e as letras exigem do que os vocais anteriores, ele faz a faixa honrar o princípio de renovação da banda onde o fogo de Fire Hunter (Caçador do Fogo em inglês) é “a representação simbólica de um personagem que busca o renascimento, a renovação e pacificação de eventos do passado, atualidade e também futuros eventos da realidade”, segundo a própria descrição do grupo em sua página oficial.
A canção é mais um grande trunfo para uma banda que há mais de 15 anos representa Ponta Grossa na cena do rock nacional. A partir de composições originais e de qualidade, a banda contradiz aqueles que falam que o gênero morreu de saudosismo e regravações.
Por Yuri Marcinik
Serviço:
Ficha técnica:
Vocal: Zé Moreira
Guitarra 1: Eduardo Moraes
Guitarra 2: Henry Moraes
Baixo: Hildgar Juswiack
Teclado: Wagner Pinheiro
Bateria: Cleberson Neumann
Gravação, mixagem e masterização: Tito Falaschi & Hilton Torres.
Cine PG exibe Jungle Cruise, adaptação da Disney com cenário brasileiro
Inspirado na atração do parque da Disney “Magic Kingdom” em Orlando, a nova produção da Disney, “Jungle Cruise” (Cruzeiro na selva), retrata a vinda dos irmãos europeus Dra. Lily Houghton (Emily Blunt) cientista botânica e seu irmão McGregor (Jack Whitehall) para o Brasil, em 1916. Os dois vão para a cidade de Porto Velho (RO), em busca de uma flor rara chamada “lágrimas da lua”. A flor pode curar qualquer tipo de doença ou ferimento e pode contribuir com o avanço da pesquisa e na cura de doenças.
Ao chegar à cidade de Porto Velho, os personagens embarcam na aventura junto com o barqueiro nativo Frank Wolff (Dwayne Johnson), que guia a expedição em busca da árvore das lágrimas. No entanto, eles não estão sozinhos na aventura. O vilão da história é Prince Joachim (Jesse Plemons), da Prússia, que também está em busca das "lágrimas da lua”, porém com um objetivo diferente: ajudar os alemães a vencer a primeira guerra mundial.
No filme, os personagens se aventuram na Floresta Amazônica | Crédito da foto: Reprodução Disney.
Apesar de toda a produção milionária do filme, tem alguns erros que não passam despercebidos na construção da história. Como por exemplo a moeda da época ser o real, elefantes na floresta amazônica e jornais norte-americanos que não estavam presentes na região no período que se passa o filme. Sem falar da produção do filme que não contou com nenhum brasileiro na equipe e foi todo gravado no Hawaii (EUA).
Para quem tiver interesse em assistir, o filme está em cartaz no Cine Araújo, no Shopping Palladium em Ponta Grossa com uma sessão por dia durante a semana e duas ao fim de semana. Para quem prefere assistir em casa, o filme também está disponível na plataforma de streaming da Disney+.
Por Rafael Piotto
Serviço:
Lançamento: 29 de julho de 2021
Gênero: Aventura
Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro John Requa, Glenn Ficarra
Elenco: Emily Blunt, Dwayne Johnson, Jesse Plemons
Duração: 2h 08min
Valor ingresso: R$ 34,35 inteira e R$ 17,17 meia
A história e as versões do crime de Elize Matsunaga
Em Maio de 2012 um crime tomou conta da mídia brasileira: o presidente da empresa Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, foi assassinado e esquartejado pela própria esposa, Elize Matsunaga. O documentário “Era uma vez um crime: Elize Matsunaga” revive o caso através de diferentes pontos de vista com entrevistas, tendo como principal a de Elize, pois é a primeira vez que ela fala sobre o caso.
O documentário original da plataforma Netflix é dividido em quatro episódios de 50 minutos, cada episódio trata de um aspecto do caso, seguindo uma ordem cronológica. Os episódios usam imagens de arquivo do tribunal de justiça de São Paulo e de reportagens da época, com entrevistas e imagens de apoio originais.
Ao colocar o ponto de vista de Elize, o documentário corre o risco de romantizar e até diminuir os atos cometidos por ela, mas tenta escapar desta narrativa ouvindo todos os lados. E o documentário se destaca pelo trabalho de ouvir o máximo de pessoas qualificadas envolvidas, desde advogados de defesa e de acusação, o delegado que investigou o caso, familiares e amigos dos dois, além de jornalistas que cobriram o caso na época. Mas, em alguns momentos, a quantidade de depoimentos se torna um problema por limitar o tempo de fala de algumas fontes ou deixar informações passarem batidas.
Imagem de divulgação do documentário
Ao explorar o ponto de vista de Elize, o documentário vai até às origens, na cidade Chopinzinho, no Paraná, onde Elize nasceu, e mostra como a mídia regional reagiu, buscando a família na tentativa de entrevistá-los. Com falas da tia, o documentário ilustra a infância de Elize no interior do Paraná e a relação abusiva do padrasto.
O documentário gira em torno das diferentes narrativas que constroem o caso, partindo do ponto de vista de Elize mantém uma linha tênue do sensacionalismo, mas consegue superar o risco ao sobrepor todas as narrativas para apresentar ao espectador o contexto geral para que ele tire as próprias conclusões.
Por Lucas Müller
Serviço:
Documentário: Era uma vez um crime: Elize Matsunaga
Direção: Eliza Capai
Duração: 4 episódios (50 minutos cada)
Produção: Boutique Filmes (São Paulo, 2021)
Disponível em: Streaming: Netflix