Crítica de Ponta no Rádio Logo

 

Crítica de Ponta

 

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você

 

 

 

CINEMA

 

Deu Positivo debate a luta, preconceito e o acolhimento de quem vive com HIV

 

 

Com três episódios (‘Conceito i=i’, ‘Sorofobia’ e ‘Rede de afeto’), a série documental Deu Positivo disponível desde agosto deste ano, na plataforma GloboPlay, mostra os preconceitos, acolhimento, solidariedade e os desafios de viver com HIV numa sociedade preconceituosa.
A intolerância sobre o assunto impacta nos números dos exames. Em 2020, foram realizados 16.647 testes rápidos em Ponta Grossa. Do total, 89 testaram positivo para HIV. Além da baixa adesão da população em realizar os exames gratuitos pelo SUS, os preconceitos desestimulam aqueles que estão em tratamento. Em 2020, 7.163 pessoas fizeram o acompanhamento médio. Até o primeiro semestre deste ano o número caiu 81% com 1.333 pessoas realizando o tratamento.

Reprodução Catálogo da série Deu Positivo da GloboPlay

Catálogo da série Deu Positivo da GloboPlay | Reprodução

 

Ser soropositivo é tão comum quanto pessoas que possuem asma, diabetes ou outras comorbidades. O motivo do tema ainda ser tão pouco comentado tem relações históricas, o que é expresso na série. Rotulada como ‘doença gay’, nos anos 1980, os traços preconceituosos ainda estão presentes quando as pessoas se envergonham de um diagnóstico, e escondem, por algum medo ou desinformação.
Ainda sem cura, o HIV tem tratamento o que impede a transmissibilidade da doença. A normalização do assunto não induz ninguém a se infectar com o vírus, mas o estímulo do debate de algo presente entre a população. Presente em Victor Bebiano, André Araújo, Emer Conatus, Gabriel Comicholi, Micaela Sirino e tantos outros. Viver com HIV não impede as pessoas de viver bem, de trabalhar, estudar e se relacionar. O que complica ou impede é a sorofobia.

 

 

Por Leonardo Duarte

 

Serviço:
Título da série: Deu Positivo
Lançamento: 01 de dezembro de 2020 (MTV). (No GloboPlay: agosto/2021)
Gênero: série documentário
Número de episódios: três. Tempo: 24min por episódio
Direção: Diogo Vianna
Roteiro: Otavio Chamorro, Humberto Giancristoforo e Mauro Paz
Elenco: Victor Bebiano, André Araújo e Emer Conatus
Locais de realizar testes rápido: Unidades de Saúde Básica ou no Serviço de Assistência Especializada: R. Joaquim Nabuco, 59, atrás do Shopping Palladium

 


 

exposição art

 

Exposição provoca reflexão existencial com pedras de Julia Ishida

 

 

A exposição virtual Estar-no-Mundo, de Julia Ishida, traz pedras representadas em pinturas a óleo e desenhos a carvão e grafite. No traçado e concepção, as pedras tentam trazer ao espectador uma reflexão acerca da própria existência. A experiência influenciou o título da mostra, disponível no site da Proex desde novembro de 2020.
Curador da exposição e professor do Departamento de Artes Visuais da UEPG, Nelson Silva Júnior destaca as sensações ao apreciar as obras. “O conjunto de obras, que nos remete ao conceito de ser e estar, ao conceito de espaço e lugar, do particular e do compartilhado. Ao representar a pedra, Ishida se representa e representa-nos”, conta o professor.

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Obra (em óleo sobre tela) presente na exposição Estar-no-mundo | Reprodução Exposição


Em obras de cores pouco saturadas, traços difusos e contraste evidente, a exposição ganha em sensibilidade enquanto apreciada ao som de Ameno, do conjunto Era, indicação sugerida logo ao início. Julia Ishida, que também foi professora da UEPG no Departamento de Artes Visuais, diz que as obras estimulam a integração do corpo e da mente, a fim de despertar a consciência do espectador.
Enquanto proposta, a exposição é bem sucedida e toca aos espectadores mais sensíveis. Porém, os mais céticos podem não estar abertos o suficiente para permitir uma reflexão e análise da própria existência. A ausência de cores vibrantes evita, também, qualquer distração que possa ocorrer durante a apreciação das obras. O formato online, infelizmente, limita a apresentação. As obras expostas em salas de meia luz com a música ao fundo causariam impacto ainda maior e, possivelmente, atingiria mais pessoas, caso o acesso fosse presencial.

 

 

Por Cássio Murilo

 

Serviço:
Exposição: Estar-no-mundo...
Artista: Julia Ishida
Curadoria: Adriana Rodrigues Suarez, Alberto Mikoski, Sandra Borsoi, Nelson Silva Junior.
Organização: Adriana Rodrigues Suarez e Alberto Mikoski.
Disponível em: https://www2.uepg.br/proex/exposicoes-virtuais/


 

GIROS URBANOS

 

Qual a importância do tombamento para a cultura da cidade?

 

 

O tombamento de um imóvel objetiva preservar o patrimônio histórico, cultural, artístico e arquitetônico. Os imóveis Casa dos Arabescos, localizada na rua General Carneiro, número 512, e Villa Branda, localizada na rua Sete de Setembro, número 435, foram as duas edificações discutidas na sessão pública de tombamento que aconteceu no dia 23. Na reunião, foi aprovado apenas o tombamento da casa Villa Branda, com 12 votos favoráveis e quatro votos contra. Para ser tombado, o imóvel deve receber mais de 70% dos votos a favor dos conselheiros presentes na reunião. A Casa dos Arabescos recebeu 11 votos favoráveis e cinco contra.
O imóvel não tombado, a Casa dos Arabescos, é uma residência do estilo neocolonial americano na cidade, com aspectos arquitetônicos representativos da época que foi construída, em meados de 1950. Com o objetivo de preservar o histórico, o tombamento também impede a descaracterização da edificação. Assim, sem o tombamento, a Casa dos Arabescos pode passar por qualquer alteração que o proprietário fizer.

Casa dos Arabescos

Fachada do imóvel Casa dos Arabescos, no Centro de PG | Créditos: Fundação Municipal de Cultura


É fundamental destacar a importância do tombamento para a cidade. O processo auxilia no reconhecimento do valor histórico das edificações culturais, para que ele seja transformado em patrimônio público. Um imóvel tombado conta história às pessoas que passam pelas ruas da cidade.
Um exemplo disso é a Mansão Villa Hilda, imóvel de 1920, que possui influências da arquitetura francesa neoclássica e art-nouveau. Com dois andares, o imóvel possui desenhos em cada cômodo, característica que encanta quem visita o local. A fachada do imóvel é grandiosa e possui uma arquitetura de época, fato que chama atenção, possibilitando que qualquer pontagrossense conheça ou que já tenha ouvido falar do casarão.

 

 

Por Evelyn Paes

 

Serviço:
Link da transmissão da sessão pública de tombamento: https://www.facebook.com/watch/live/?v=384653009764050&ref=watch_permalink


 

 TEATRO E DANCA

 

Festival regional de teatro tem outra versão do Véu de Noiva

 

 

A visão do dramaturgo Nelson Rodrigues sempre se debruçou às neuroses da classe média do eixo Rio-São Paulo do século XX. Suas personagens sempre foram movidas pela necessidade de domar, ou mesmo ocultar, facetas misteriosas e inconvenientes do espírito humano. Mas, invariavelmente, são levadas à ruína pelas mesmas facetas por não entenderem as causas e motivações, resultantes de moral e juízos de valores enraizados em preconceitos, tradições e mesquinharias.
A peça Véu de Noiva não é exceção. Permeado por temas como paranoia, culpa e vingança catalisados pela perspectiva não confiável, e desconfiada, da noiva do título; a obra oferece um potencial de horror psicológico inegável. Potencial este que é notado e aproveitado em partes pelo diretor Leo Chociai, na releitura de Véu de Noiva com o grupo de teatro Alfa Plus, apresentada no Festival de Teatro Prosiá de 2021 pelo Coletivo Cacareco.

Divulgação 1º Festival de teatro Proisiá

Coletivo Cacareco | Reprodução


Com métodos de edição desorientadores, o vídeo da apresentação cria uma atmosfera dispersiva que pede ao espectador que junte as partículas de informação e forme a própria versão do que se passa na peça. O efeito possui resultados dúbios.
Por um lado as performances propositalmente lacônicas de Isadora Machinski, Vítor Alexandre Mayer e Beatriz Marçal Wolochn funcionam no propósito da direção. Ancoradas no lirismo, as interpretações oferecem rostos neutros que induzem a percepção particular do público a formar vereditos personalizados sobre a moral e o papel de cada personagem dentro da peça.
Por outro lado, a montagem frenética transforma o esforço de Chociai em uma extravagância que não oferece muito mais que o choque ao espectador. Não há dúvidas que a condução empregada se alinha com o tom perturbador do texto original. Mas poderia servi-lo melhor caso fosse construída para acumular tensão e oferecer uma catarse emocional mais impactante e menos artificial. Algo que o próprio Nelson Rodrigues sempre foi hábil em manejar e oferecer ao público.

 

 

Por Yuri A.F. Marcinik

 

Serviço:
Link para a apresentação: https://fb.watch/7K7kJqCIOV/
Elenco: Isadora Machinski, Vítor Alexandre Mayer e Beatriz Marçal Wolochn.
Direção: Léo Chociai.
Produção: Grupo de Teatro Alfa Plus.


TEATRO E DANCA 

Peça teatral mostra simplicidade da vida no campo

 

 

Um passeio ao mundo rural. A peça teatral “A vida não é fácil, mas não precisa ser triste”, da Cia Artheiros (Cia de Dança Teatro e Circo) retrata com humor as dificuldades e simplicidades da vivência no campo. O grupo já é conhecido no cenário cultural de Ponta Grossa pela criação e manutenção do projeto Dança nos Bairros, que existe há 11 anos.
A obra começa com o único personagem e protagonista, o homem do campo (Paulinho Ferraz), desejando as boas-vindas ao telespectador. O rapaz do interior prontamente canta a música Do Fundo da Grota, do artista Baitaca, um som que também retrata a vida do homem no campo, como forma de relembrar a infância simples e humilde.

LEGENDA Pôster oficial da peça teatral A vida não é fácil mas não precisa ser difícil

Pôster oficial da peça teatral "A vida não é fácil mas não precisa ser difícil" | Reprodução


Em seguida, o personagem principal apresenta o local e os animais que vivem no campo. “Nem só de caminhonete e cantoria vive o homem do campo”, diz o protagonista, que também destaca a importância da família e de como os pais se conheceram. A peça mantém um clima de humor com piadas sobre o “jeitinho de ser brasileiro”.
A apresentação, que encerra destacando como o homem do campo se sentiu finalmente completo, traz uma reflexão de que, mesmo difícil, a vida no campo também é feliz graças à simplicidade, pois a vida na cidade cansa as pessoas rapidamente. “A vida na cidade passa muito rápido, não há tempo para viver e ser feliz”, afirma o personagem da peça.
A vida não é fácil, mas não precisa ser triste é uma peça oportuna para refletir sobre a atualidade e fez parte do Festival de Teatro Prosiá, uma iniciativa independente dos grupos culturais de Ponta Grossa, com organização do Coletivo Carcareco e apoio da Luneta Experiências Culturais. A peça foi transmitida ao vivo pelo Facebook do Coletivo Carcareco, no dia 25 de agosto.

 

 

Por Yasmin Orlowski

 

Serviço:
Peça: A vida não é fácil, mas não precisa ser triste
Produção: Cia Arteiros (Ponta Grossa)
Duração: 28 minutos
Disponível no Facebook do Coletivo Carcareco
Direção: Lex Hilgemberge
Técnica: Bya Paixão
Concepção: Paulinho Ferraz


 

 TEATRO E DANCA

 

Studio de dança de Irati aposta em aulas online na pandemia

 

 

Ainda que na pandemia, praticar exercícios como a dança faz bem não só para o corpo como também para a mente. O Studio de Dança Izabela Proceke, de Irati, realiza aulas de dança online como forma de manter as atividades nesse período. Assim, os alunos que não se sentirem seguros para ir até o espaço podem continuar a dançar em casa, longe de qualquer exposição ao coronavírus.
O estúdio oferta cinco estilos de dança sendo: Ballet Clássico, Hip Hop, Jazz, Dança do Ventre e Dança Livre. As aulas acontecem duas vezes por semana. Alunos a partir de cinco anos de idade podem se inscrever para as danças. O espaço conta com uma equipe de cinco professores e atualmente tem cerca de 70 alunos. As aulas online têm o custo de R$ 60,00 por mês e as aulas presenciais são R$120,00.

Antes da pandemia os alunos do estúdio participavam de concursos de dança todos os anos | Crédito: Arquivo SD Izabela Proceke

 

Há nove anos o Studio de Dança está no município de Irati e é o primeiro e único lugar totalmente voltado à dança. Localizado na Rua Coronel Emílio Gomes, 176 - 4° andar., o Studio foi criado pela dançarina Izabela Proceke, que dá nome ao estúdio.
O trabalho realizado no estúdio é relevante, uma vez que traz aos cidadãos do município a oportunidade de aprender diversos estilos diferentes de dança. Irati é uma cidade que representa inúmeras culturas, principalmente a polonesa e a ucraniana. Então, o espaço serve como incentivo à população para conhecer outras culturas na modalidade da dança. Por ter a opção online, o espaço mantém a proposta de divulgar formas de expressão e, melhor, com um preço acessível.

 

 

Por Ana Moraes

 

Serviço:
Matrículas pelo fone: (42) 99910-4081
Endereço: Rua Coronel Emílio Gomes, 176 - 4° andar (Irati - Pr)
Valores das aulas: Presencial R$120,00. Online R$ 60,00


 

 MIDIA REGIONAL

 

NCG News completa seis meses de atividade com colunas inéditas nos Campos Gerais

 

 

O NCG News, sigla de Nova Campos Gerais, é um veículo de notícias criado em março de 2021 com o intuito de trazer novidades jornalísticas nos Campos Gerais. O portal, que completa seis meses em setembro, é dividido em 12 editorias: Ponta Grossa, Policial, Covid-19, Esportes, Negócios, Social, Campos Gerais, Brasil, Opinião, Política, Entretenimento e Tech, além da categoria intitulada ‘Plantão’, em que é feita a cobertura 24 horas dos principais acontecimentos na região. O NCG News também pretende expandir para o formato radiofônico podcast ainda este mês, uma inovação aos mais atentos às tendências midiáticas.
O portal também está nas redes sociais (Instagram e Facebook) apenas para divulgação de conteúdo. Para conferir as notícias na íntegra, é necessário acessar o site. O portal não possui uma regularidade no tamanho das produções. O texto é de fácil entendimento e ganha corpo a depender da editoria. As imagens, em sua maioria, não são de autoria dos jornalistas do NCG News, trabalhando principalmente com reproduções. Seria interessante trazer mais materiais originais.

Logo do NCG News disponível nas redes sociais do portal | Reprodução


O diferencial do NCG News está nas colunas de entrevistas. Em Um de cada o convidado faz indicações em oito categorias (livro, filme, música, série, lugar, prato, frase e ícone ou inspiração pessoal) para o leitor expandir os horizontes culturais. Já em 5 perguntas o convidado conversa sobre trabalhos pelos Campos Gerais, desafios pessoais e profissionais. Em ambas percebe-se uma preocupação válida em trazer personalidades públicas com posicionamentos políticos e sociais variados, mostrando as mais diferentes opiniões.
Apesar de novo, o NCG News não fica atrás dos demais portais jornalísticos da região. No slogan se propõe a mostrar “aquilo que você espera e aquilo que você não espera” do jornalismo nos Campos Gerais. Ainda é cedo para saber se ele faz jus ao propósito, mas em um curto período de tempo trouxe algo raro nos espaços virtuais cada vez mais polarizados: a preocupação em ouvir ambos os lados da sociedade ponta-grossense.

 

 

Por Manuela Roque

 

Serviço:

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