Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
Uma dieta vegetal com aprovação científica e socialmente indicada
Textos e estudos sobre questões alimentares têm sido tema frequente de debate e discussão sobre saúde e bem-estar. Dietas vegetarianas e veganas, além do consumo de produtos de origem orgânica, ganham espaço entre os consumidores, além do respaldo científico com estudos recentes que comprovam a melhora na saúde e no desempenho esportivo para atletas de alto desempenho.
A proposta é do documentário The Game Changers, 2018, produzido e distribuído pela Netflix, que apresenta o tema pela perspectiva de James Wilks, um lutador de MMA (artes marciais mistas), que busca a dieta perfeita para obter o máximo desempenho. O documentário entrevista diversos atletas de alto rendimento, como halterofilistas, maratonistas, jogadores de futebol americano e boxeadores, todos adeptos da alimentação a base de vegetais. O vídeo apresenta também estudos e falas de especialistas, sugerindo que o consumo de proteína vegetal, ao invés de proteína de origem animal, reduz os riscos de doenças cardiovasculares, os índices de colesterol, além de reduzir o risco de câncer.
Foto do documentário 'The Game Changers'. Imagem: Divulgação Netflix
Por apresentar e justificar a escolha por uma dieta com bases vegetais, o documentário enfatiza, de modo exagerado em alguns momentos, os feitos e ganhos do protagonista ao iniciar a dieta vegetariana. A passagem dos treinos com corda naval na academia exemplifica o ponto, já que mesmo tendo se recuperado de graves lesões nos dois joelhos e iniciado a dieta há pouco mais de três semanas, James bate um recorde de tempo do exercício, triplicando a marca anterior. A série apresenta discussões pertinentes, sempre calcadas em estudos e comprovações científicas. E é normal que, depois de assistir ao documentário, se pense em adotar a dieta à base de vegetais, mas, como o próprio documentário frisa no início, sempre deve-se buscar acompanhamento médico e, a partir daí, decidir a melhor composição alimentar para cada pessoa.
No Paraná, iniciativas do Governo Estadual prevêem que, até o ano de 2030, 100% das merendas escolares em instituições estaduais serão orgânicas. O decreto número 16.751/10 foi assinado pelo Governador do Estado no início do mês de setembro de 2021. O projeto prevê a substituição gradual para os alimentos orgânicos, até atingir a meta. Parte dos alimentos destinados ao projeto serão adquiridos de agricultores familiares com produção orgânica.
Por João Gabriel Vieira
Serviço:
Documentário The Game Changers
Ano de Lançamento: 2018
Direção: Louie Psihoyos
Disponível em Streaming: Netflix
Uma opção de bolo caseiro com recheio de brigadeiro em PG
O mês de setembro celebra o dia do brigadeiro (10/09), um produto que representa a confeitaria brasileira. E, em Ponta Grossa, o brigadeiro pode ser encontrado entre os ingredientes principais nas receitas da Doceria da Mari (Mariane Negrão, que passou a produzir e vender doces na cidade em 2012). O destaque da doceria são os recheios de brigadeiro dos bolos caseiros da Mari, que conquistou a clientela pela qualidade dos produtos.
Os sabores que os bolos caseiros recheados possuem são brigadeiro, cenoura, leite ninho com creme de avelã, prestígio, recheio de leite condensado cozido com cobertura de brigadeiro, dois amores, churros e morango. O bolo recheado possui 1kg e os valores variam de R$ 33 a R$ 38, dependendo do sabor escolhido. O bolo de brigadeiro e o bolo de cenoura são os que possuem o recheio e também a cobertura de brigadeiro, com uma massa saborosa e úmida.
Bolo de brigadeiro da Doceria da Mari. Foto: Reprodução/Instagram
A microempresária disponibiliza, através do whatsapp e do instagram, os bolos caseiros que estão prontos para entrega. A doceira também faz bolos confeitados e artesanais, mas através de encomendas com um mínimo de quatro dias de antecedência.
Além dos bolos recheados, a doceria possui opções fit para aqueles que preferem uma versão leve, como o bolo de cenoura low carb (comida sem carboidrato). A doceria também possui pão de mel, bombom de morango, cuca, torta holandesa e porções menores de bolo vendidas em pote ou em bandeja.
Além do sabor, os doces da Mari são caseiros, o que se diferencia dos produtos industrializados vendidos nos mercados da Cidade. Os pedidos podem ser realizados pelo Instagram e Whatsapp da doceria e pelo aplicativo Ifood. O atendimento da doceria é das 8h às 19h.
Por Maria Eduarda Eurich
Serviço:
Doceria da Mari
Atendimento: 08h às 19h
Bolo caseiro brigadeiro: R$ 33
Telefone: 9 9909-7935
Endereço: José Joaquim da Maia 789, Ponta Grossa
Ifood:ifood.com.br/delivery/ponta-grossa-pr/doceria-da-mari-oficinas/541cfd9e-fbe2-4fe3-8577-e31de15e52a9
Estudante de Jornalismo cria webradio esportiva no Paraná
A rádio Paraná Esportiva surgiu em 8 de outubro de 2020 por iniciativa de Eduardo Machado, acadêmico do quarto ano de Jornalismo na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Quando se desligou da Rádio OFEC, Eduardo queria continuar narrando eventos esportivos e, acompanhado de outros colegas com o mesmo interesse, lançaram o projeto para manter as atividades no meio. O trabalho é voluntário e, segundo Machado, pretende dar oportunidade a quem não tem experiência com rádio, mas que tenha interesse em trabalhar no segmento.
O foco da rádio é cobrir o esporte paranaense em geral. Porém, devido à alta demanda, a maioria dos serviços prestados envolve futebol. “A proposta é cobrir o futebol paranaense, desde os times do interior aos da capital, para mostrar que um não tem mais relevância que o outro”, conta Machado.
Logo da Rádio Paraná Esportiva. Fonte: Divulgação
Para um projeto com menos de um ano e criado do zero, a Rádio Paraná Esportiva já possui êxito e repercussão nas redes sociais, através das transmissões ao vivo e demais publicações. A página do Facebook já ultrapassa dois mil seguidores e, após parceria com a MS Web Rádio, a audiência também aumentou.
O projeto da rádio traz oportunidade aos alunos que se interessam pelo meio, onde vivem experiências que só teriam se trabalhassem em algum espaço profissional. Não há, na graduação em Jornalismo da UEPG, projeto de extensão focado em radiojornalismo. Com a Paraná Esportiva, a lacuna é preenchida e a comunidade pode desfrutar de um produto jornalístico independente e de qualidade.
Audaciosa e sem apadrinhamento, a rádio se diferencia por cobrir eventos fora do cenário ponta-grossense e, com isso, evita repetir produções já existentes na cidade. Criada e idealizada por quem ama o esporte e o radiojornalismo, a Rádio Paraná Esportiva tem o que é preciso para que um projeto dê certo: competência e dedicação.
Por Cássio Murilo
Serviço:
Rádio Paraná Esportiva
Contato: (43) 99642-3310
Facebook: https://www.facebook.com/ParanaEsportiva
Grafite pode virar patrimônio cultural no Paraná, mas e a pichação?
O grafite pode virar patrimônio cultural no Paraná, devido ao projeto de lei 425/2021, protocolado pelo deputado Boca Aberta Jr. (PROS), que objetiva visibilizar e democratizar o grafite como arte no espaço público, desde que autorizada do responsável pelo patrimônio público ou privado. O projeto de lei também determina que os grafites não tenham informação publicitária, mensagens de cunho pornográfico, racista, preconceituoso, ilegal ou ofensivo a minorias, grupos religiosos, étnicos ou culturais.
Porém, o projeto fala unicamente sobre o grafite, deixando de lado a pichação, que é uma atividade considerada vandalismo. Há diferenças entre grafite e pichação. Segundo o dicionário Michaelis (2021), grafite é um desenho, que dá efeito de luz e sombra, já pichação são palavras com intuito de difamar. Para o senso comum, a população entende o grafite como desenhos, considerados belos e entendíveis, passando uma mensagem clara, já a pichação é apresentada como palavras sem significados, consideradas feias ou sujas e, portanto, uma poluição visual.
Grafite no Painel da Arena Multiuso. Fonte: Graffiti Art PG
Em Ponta Grossa, a Lei Nº 11.768, de 22/05/2014 denominado Projeto Grafite, constitui a implantação de políticas educacionais e culturais, com a finalidade de inibir a prática de pichações no ambiente urbano e consequentemente a poluição visual, transformando os espaços públicos em locais para a prática do grafite como arte urbana.
Porém, não seriam as duas atividades diferentes formas de arte? Ou só é considerado arte aquilo que é belo? O dicionário dicio (2009) define arte como “aptidão para aplicar conhecimentos, usando talentos ou habilidades, na demonstração, uma ideia, um pensamento”. Mas, por que apenas o grafite é considerado uma forma de arte, enquanto a pichação como uma manifestação e expressão de jovens através de caligrafias não? Quem define o que é arte? Enquanto o grafite ganha cada vez mais espaço, a pichação continua cada vez mais discriminada, aumentando os preconceitos contra outra forma de expressão urbana.
Por Yasmin Orlowski
Serviço:
Projeto de lei 425/2021, disponível em https://www.assembleia.pr.leg.br/comunicacao/noticias/grafite-pode-se-tornar-cultura-a-ser-protegida-no-parana
Os ‘sete orixás’ na versão artística de Celso Parubocz
Falar de sincretismo religioso na cultura brasileira é algo agridoce. Por um lado pragmático, o tema possui um histórico amargo por surgir na base da supressão de afro-religiões pela hegemonia judaico-cristã. Mas, por outro, o tema também desperta interpretações otimistas sobre como um potencial ecumênico funciona para unir crenças variadas e representar a universalidade da fé.
A mesma ambiguidade também descreve a exposição Os 7 Orixás, do artista pontagrossense Celso Parubocz, que está disponível na sala virtual do site da Fundação Municipal de Cultura. Infelizmente, a exposição pende para a primeira definição. O estilo de Parubocz é belo em peças individuais, mas inconsistente enquanto exposição e, por consequente, também como discurso pró-sincretismo.
Obra Oxalá. Imagem: Exposição Os 7 Orixás
Se em telas como Oxalá, Oxum e Iansã os detalhes enchem os olhos por trazer iconografia e minimalismo juntos de forma harmônica para ilustrar a beleza particular dos ilustrados; algo conseguido com cores amenas e tons pretos marcados que lembram a técnica oriental do Sumiê, outras como Ogum e Oxóssi parecem pertencer a outra exposição com estilos simples e geometricamente desproporcional. Toda a finura dos detalhes das anteriores parece ter sido descartado sem motivo aparente.
A oportuna intenção de celebrar o sincretismo religioso de Parubocz, como é descrito nos textos complementares a cada obra, parece enfraquecida pela falta de consistência do projeto em sua totalidade. Se o artista não se compromete a criar algo uniforme que abrace a universalidade dos símbolos que aborda para celebrar a união de culturas, fica um pouco difícil e indigesto para o público despender-se do cinismo oriundo do histórico violento do sincretismo brasileiro e passar a acreditar na beleza da mensagem.
Por Yuri A.F. Marcinik
Serviço:
Link para a exposição:
https://www.flickr.com/photos/cultura-pg/albums/72157716669273081/with/50545042708/
Escritor palmeirense reúne crônicas e contos em único livro
Através de 19 crônicas e oito contos, o livro O cronista que caiu no conto traz textos premiados e relatos da vida do autor para os eleitores. Rogério Lima é morador da cidade de Palmeira (PR), formado em letras pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em 1986 e já trabalha há 40 anos, escrevendo textos para jornais, revistas e para rádio. Além deste livro, o autor tem outro livro, chamado O anarquista pimpão que conta o legado da Colônia Cecília no Brasil, a partir da vida do migrante italiano Andrea Giuseppe Agotani (1882 – 1944), que veio ao interior do Paraná, apostando no projeto da Colônia Cecília. O livro foi publicado no ano passado com o recurso da Lei Aldir Blanc.
As crônicas trabalham com vários temas, como o meio ambiente e a responsabilidade do ser humano na “sexta extinção”, a importância da preservação do patrimônio público da cidade em “O tombo da arquibancada”, a fome no Brasil em “Comida para quem precisa”, além de outros vários temas.
Capa dos dois livros do escritor. Foto: Reprodução do Facebook/ Rogério Lima
Já nos contos, o livro traz histórias relacionadas à vida do autor como fatos que aconteceram na fazenda onde o pai morava em "Aparicio", histórias da colônia cecília em “Anarquista” e também traz a magia do circo, em meados do século XX, quando chegavam às cidades com apresentações e desfile de animais em "Respeitável público”.
Em relação aos textos, a escrita é simples e fácil para o leitor. É possível observar uma diversidade de temas e discussões interessantes através das crônicas e uma personalidade nos contos, como em “Hosana”, onde revela o nome de uma paixão juvenil. Além disso, através dos contos do autor é possível conhecer mais características da cidade de Palmeira, como o tropeirismo por exemplo.
Para quem tiver interesse em ler o livro, ele está disponível para comprar no Vagão, próximo a BR-151, em Palmeira, e disponível também na Biblioteca Pública Municipal Doutor Moisés Marcondes para os moradores da cidade.
Por Rafael Piotto
Serviço:
Livro: O cronista que caiu no conto (Rogério Lima)
Editora: Geraes Editora (Palmeira, PR)
Ano: 2020
Páginas: 118
Tours virtuais em museus são alternativa acessível, mas pouco utilizada por escolas em PG
Com a chegada da pandemia e a necessidade do isolamento social, muitos museus paralisaram as atividades presenciais e passaram a realizar visitas guiadas das exposições em cartaz. Com o Museu Campos Gerais não foi diferente. Desde o segundo semestre de 2020, o espaço disponibiliza agendamentos online, com foco em ações educativas para grupos e escolas do município. No entanto, a procura ainda é modesta!
A inclusão de crianças em museus já foi discutida anteriormente pela organização do MCG com a Secretaria de Educação de Ponta Grossa para promover parcerias pedagógicas entre o espaço cultural e a Rede Municipal de Ensino. Mas a cidade ainda caminha a passos lentos na proposta. Ao longo da pandemia, o museu registrou apenas a realização de uma atividade com a rede de ensino particular Sepam, na qual profissionais conduziram um tour virtual para os alunos da exposição Múltiplo Leminski, em exibição atual no museu.
Profissionais do Museu Campos Gerais realizam tours virtuais para escolas de PG durante a pandemia. Imagem: Museu Campos Gerais/ Divulgação
Contudo, a 15ª Primavera dos Museus, temporada nacional de eventos promovidos pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), realizada na cidade pelo MCG, também não possui programação para o público em idade escolar. Percebe-se que o incentivo carece de ambas as partes. De um lado, os alunos precisam ser estimulados em sala de aula a buscar referências culturais locais. De outro, é necessário criar atividades que integrem o grupo na rotina do museu. A união entre profissionais da educação e cultura é essencial para formar gerações que valorizem as produções de artistas da região.
A Primavera dos Museus traz como tema principal “Museus: Perdas e Recomeços”, uma reflexão sobre a importância dos espaços em momentos de infortúnios ao longo da história, mas que deixaram a missão de recomeço da sociedade. A programação completa de palestras e debates com pesquisadores e especialistas, bem como oficinas e mostras culturais está disponível no site do MCG. O evento é online e gratuito.
Por Manuela Roque
Serviço:
Acesse todos os encontros da 15ª Primavera dos Museus promovidos pelo Museu Campos Gerais em: https://www.youtube.com/channel/UC-19G-Rq3PwdcQx0Jtq_eew/featured
Site Museu Campos Gerais: https://www2.uepg.br/museu/
Agendamento para tours virtuais: museucamposgerais@uepg.br, informar perfil da turma, disponibilidade de horários e condições de acesso à internet.