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Crítica de Ponta 

 

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você

 

 

 

 

A ‘agressividade cinematográfica’ da violência policial contra negros

 

Vencedor do Oscar de Melhor Curta Metragem, Dois Estranhos (de título original Two Distant Strangers) foi lançado em abril de 2021 na Netflix. A trama apresenta o jovem negro Carter James (interpretado pelo rapper Joey Bada$$), que se vê preso em um looping temporal. Na tentativa de voltar para casa após acordar de uma noite com uma garota, acaba morto por um policial branco (Andrew Howard) várias e várias vezes.

O curta denuncia o preconceito e a violência presente em abordagens policiais contra negros nos Estados Unidos, o que também ocorre no Brasil. A situação reflete, em certos aspectos, o movimento Vidas Negras Importam (#BlackLivesMatter), onde os créditos trazem as frases “Diga os seus nomes” e “Lembre-se dos nomes deles”, além de uma lista de vítimas como George Floyd, estrangulado pelo joelho do policial branco Derek Chauvin em maio de 2020, na cidade de Minneapolis.

 

Cena do curta-metragem Dois Estranhos produzido pela Netflix | Imagem: Divulgação

 

De acordo com o 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2020 o Brasil teve 6.416 pessoas mortas por polícias civil e militar, 78,9% das vítimas são negras. O número total é o maior já registrado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública desde 2013, quando os dados começaram a ser coletados. Outro dado importante foi identificado pela pesquisa do Atlas da Violência 2021, onde 77% das vítimas de homicídio no Brasil são negras, e a chance de um negro ser assassinado é 2,6 vezes maior do que a de um não negro.

O curta Dois Estranhos divide opiniões, pois a maneira impactante como o delicado assunto é representado pode ser considerada até mesmo brutal para alguns. De certa forma, o alcance da plataforma e da premiação possibilitam discutir o racismo estrutural existente, além da denúncia de milhares de histórias reais de preconceito racial e violência policial no mundo.

 

 

Por Gabriel Ryden

 

Serviço:
Curta-metragem: Dois Estranhos
Direção: Travon Free e Martin Desmond Roe
Duração: 32 minutos
Ano: 2020 (lançamento mundial)
Disponível em Streaming: Netflix

 


 

 

Banda ponta-grossense conquista premiação da Rádio MEC com música autoral

 

A banda Casa Cantante foi premiada com a canção Lobo-Guará – Nosso Pantanal, no Festival de Música Rádio MEC 2021. A cantiga concorreu na categoria Música Infantil e teve mais de 13 mil votos do público.

A música fala de alguns dos vários animais que habitam o pantanal brasileiro: o lobo-guará, o tamanduá, a onça-pintada e o jacaré-de-papo-amarelo. A letra busca exaltar a beleza do bioma Pantanal e conscientizar as crianças sobre a diversidade da fauna brasileira. O clipe da canção ressalta a força dos animais, assim como enfatiza a importância da preservação da natureza.

Como uma poesia cantada, a letra e a melodia conseguem atingir não só as crianças, mas também um público de maior idade. Basta ouvir uma vez para guardar na memória.

 

O clipe da música Lobo-Guará – Nosso Pantanal ressalta a beleza da fauna brasileira e a importância da preservação da natureza | Foto: Youtube 

 

Lobo-Guará – Nosso Pantanal faz parte do álbum autoral lançado em 2020, intitulado EP Animal. Ao todo, o álbum conta com cinco músicas. Além dos animais nativos do pantanal brasileiro, a banda Casa Cantante também apresenta sons de vaga-lumes, pássaros e cães de estimação. Por outro lado, a banda possui um segundo EP: Cantigas Cantantes, igualmente lançado em 2020, integra canções brasileiras tradicionais, mas com um outro arranjo melódico.

Criada em 2018 por Juliani Ribeiro e Joãozinho, Casa Cantante produz músicas voltadas para o universo infantil. As cantigas compostas pela banda possuem o objetivo de auxiliar no desenvolvimento cognitivo das crianças através de brincadeiras cantadas.

 

 

Por Larissa Onorio

 

Serviço:
Música: Lobo-Guará – Nosso Pantanal (2020)
Banda: Casa Cantante
Disponível em: https://youtu.be/TZEOKZGSWy0

 


 

 

Exposição recupera memória do esporte em Carambeí

 

Além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida, o esporte também tem papel social. Mesmo que promova “disputas”, qualquer modalidade incentiva a sociabilidade e aproxima grupos que vivem diferentes culturas e realidades. Esse é um dos temas da exposição As práticas esportivas na colônia de Carambeí, que retrata a importância do esporte no desenvolvimento da comunidade carambiense.

O esporte entrou em quadra na década de 1920, com a chegada de imigrantes alemães na colônia. No início, as práticas não eram bem vistas pelos colonos mais velhos, por conta dos uniformes usados pelos jogadores e jogadoras. Com a paixão cada vez maior pelo esporte, a resistência diminuiu. Ao longo dos anos, diferentes modalidades ganharam força em Carambeí, como a ginástica, atletismo, futebol, vôlei e tênis.

 

Fotos fazem parte do acervo iconográfico da Associação do Parque Histórico de Carambeí, formado por mais de 10 mil registros | Foto: Reprodução/APHC

 

A mostra virtual, disponível no site do Parque Histórico de Carambeí, reúne mais de 470 fotografias que registram diferentes fases do esporte na cidade. O espaço também possui textos que contextualizam o desenvolvimento das práticas esportivas, bem como apresentam personagens envolvidos nesse processo, como a atleta Douwtje Dijkstra de Geus, responsável pela introdução do tênis na colônia. A exposição também está disponível em formato presencial na Casa da Memória do Parque. A entrada é gratuita e as visitas podem ser feitas de terça a domingo, das 10h às 17h.

Um ponto negativo é que as imagens não possuem nenhuma legenda informando quem está nelas ou em que momento foram registradas. Mas, é preciso reconhecer que, no passado, o registro da informação em imagem talvez não fosse a maior das preocupações. O resgate histórico feito pela mostra fotográfica permite compreender o papel do esporte no fortalecimento da relação entre colônia e cooperativa para a história de Carambeí.

 

 

Por Matheus Gaston

 

Serviço:
As práticas esportivas na colônia de Carambeí
Curadoria: Felipe Pedroso
Assistente de pesquisa: Rafael Silva
Arte e diagramação: Lucas Los
Acervo: APHC e Frísia Cooperativa Agroindustrial
Disponível em: https://www.aphc.com.br/praticasesportivas/

 


 

 

Mesmo após reforma, Casa da Cultura de Irati continua com portas fechadas

 

O público ainda não pode visitar a Casa da Cultura de Irati (Fundação Edgard & Egas Andrade Gomes). As portas do antigo casarão permanecem fechadas devido a pandemia, mesmo após a reforma, que se prolongou por anos passando por diversas gestões municipais. As obras iniciaram em 2016 e o custo da restauração ultrapassa R$ 500 mil.

A reforma respeita o estilo arquitetônico do prédio, recuperando a concepção original. Entre os serviços realizados na residência estão a recuperação e substituição de estruturas em madeira, recuperação do telhado e das janelas, restauração de espaços como cozinha e banheiro, além de serviços de pintura e alvenaria.

Em julho de 2021, aconteceu a primeira e única atividade, desde a reforma da Casa da Cultura, a Exposição do 10º “Irati em Imagens”. A mostra apresentou as fotografias vencedoras do concurso que acontece anualmente para comemorar o aniversário do município.

 

A residência existe há 102 anos | Foto: Ana Moraes

 

O espaço por muitos anos promoveu atividades culturais nas mais diversas áreas, como teatro, artes plásticas e música, é um dos poucos lugares em Irati voltado ao setor cultural. Além disso, o móvel abrigou acervos históricos e, portanto, também exerceu o papel de um museu no município. Contudo, o local continua fechado para visitas da população, que permanece sem muitas opções na Cidade.

A Casa da Cultura é um antigo casarão de madeira construído em 1919 por Arcélio Batista Teixeira. A residência pertenceu primeiramente à família Gomes. Em 1987 foi cedida à prefeitura e em 2004 foi doada ao município. O prédio está localizado no centro da cidade, na Rua 15 de Julho.

 

 

Por Ana Moraes

 

Serviço:
Casa da Cultura, temporariamente fechada
Endereço: Rua 15 de Julho.

 


 

 

Venda online gera oportunidades no mercado de confeitaria

 

O Doces da Mi começou quando Milena Borochok, estudante de Engenharia Química, começou a vender bolos de pote na Universidade Tecnológica Federal do Paraná em 2019. Com a chegada da pandemia, a confeiteira se viu sem a oportunidade de vender bolos e decidiu iniciar o perfil no Instagram em dezembro de 2020. Desde então, o Doces da Mi tem em seu cardápio bolos e docinhos gourmet, e em datas comemorativas como Natal e Páscoa, chocotones e ovos recheados.

 

Milena em publicação do Instagram mostrando os bolos do cardápio | Foto: @docesdamipg | Instagram

 

Para fazer uma encomenda, a informação do perfil pede que o cliente realize com no mínimo cinco dias de antecedência. No cardápio há oito sugestões de sabores para os bolos: nozes, maracujá, prestígio, oreo, ferrero, ninho e nutella, quatro leites, e brigadeiro. Além da apresentação de quatro tamanhos de bolo que Milena trabalha, destaca-se a recomendação de uma a duas fatias para cada convidado.

Nas imagens da conta, é possível ver as decorações feitas e o preço dos bolos, de acordo com uma montagem simples. Pode-se notar que o valor é um pouco ‘salgado’ quando se vê que o bolo mini (de 13 cm) sai por R$90 e o grande (de 20 cm) por R$180. Decorações devem ser combinadas diretamente com Milena pela página, pois podem ter um preço diferente e, provavelmente, mais caro.

Os docinhos têm oito sabores diferentes (brigadeiro tradicional, beijinho, prestígio, ninho com nutella, limão, maracujá, kit kat e ferrero) e os preços também são altos como os bolos: 50 docinhos (com 3 sabores diferentes) por R$ 85,00 e um cento (com 4 sabores diferentes) por R$ 150,00.

O uso da internet tem se intensificado e na pandemia essa foi a alternativa para trabalhar e interagir. Uma loja virtual ajuda quem não pode abrir um espaço físico, pois evita aluguel e outras despesas.

O problema do Doces da Mi está no custo. Mesmo valorizando o produto ofertado, registra um preço elevado, se comparado ao que é possível comprar com o mesmo valor na Cidade. Os doces vendidos pela Milena são, deste modo, acessíveis apenas a um público que pode gastar mais em um momento em que a maioria da população enfrenta dificuldades para sobreviver.

 

 

Por Ana Paula Almeida

 

Serviço:
Instagram Doces da Mi:https://www.instagram.com/docesdamipg/

Preço: bolos a partir de R$90 e docinhos a partir de R$85

 


 

Em meio a pandemia, escritor de PG lança livro de ficção 

 

Filósofo, escritor, professor e empresário de Ponta Grossa, Ricardo Kuhn lançou em junho de 2021 um livro de ficção. Mundo das Ideias - Anjos de Circo é o primeiro livro do escritor, que destaca na obra elementos da filosofia, mitologia e magia.

Dividido em dez capítulos (Angelus, Philosophy, Tormentum, Genius, Schizophrenia, Oceanus, Tripalium, Moria, Lúcifer e Equilibrium), o livro conta a história de Hector, um anjo destinado a cuidar de quatro irmãos: Palhaço, Gula, Avarento e Inveja. O nome dos personagens remetem às suas personalidades.

O primeiro capítulo traz o nascimento das criaturas e descreve as características que possuem. O segundo capítulo relata a criação do mundo das ideias e as invenções feitas pelo Criador, onde se destaca a influência dos acontecimentos baseados na bíblia. Nos capítulos seguintes o livro retrata a busca do anjo Hector pelos irmãos, enquanto enfrenta outros obstáculos no percurso.

 

Capa do livro Mundo das Ideias - Anjos de Circo | Foto: reprodução

 

O livro todo possui ilustrações dos personagens retratados na história, o que permite com que o leitor, além de imaginar as características físicas, possa ver como o autor os descreve. Por possuir muitos personagens com nomes, por vezes, confusos (como Loucura, Justiça, Esquizofrenia), o livro requer do leitor atenção pela quantidade de nomes citados, o que acaba dificultando ao longo da leitura.

A obra pode ser adquirida na versão física e digital no site da editora Viseu, na loja Magazine Luiza, Amazon e Americanas. Já os livros físicos podem ser encontrados na cidade na loja Galeria Personare, localizada no hipermercado Condor de Uvaranas.

 

 

Por Larissa Godoi

 

Serviço:
Livro: Mundo das ideias - Anjos de Circo
Escritor: Ricardo Kuhn
Editora: Viseu
Páginas: 104
Ano: 2021