Crítica_de_Ponta_no_Rádio_Logo.png

Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você

 

 

 

 cinema_art.jpg

 Implicações da desigualdade social norteiam enredo de Round 6

_121063658_squid14.png

“Batatinha frita 1, 2, 3”: Boneca do primeiro de seis jogos em Round 6| Fonte: Divulgação

Lançada em setembro de 2021 pela Netflix, a série sul-coreana Round 6 se tornou um fenômeno mundial em pouco tempo e, atualmente, já é a produção de maior sucesso na história da plataforma de streaming. A obra retrata pessoas endividadas que se sujeitam a jogos e brincadeiras infantis para conquistar um prêmio bilionário em dinheiro que, a cada jogador eliminado, aumenta.

Ao considerar que a eliminação se dá com a morte dos participantes, o contexto desperta o pior possível em cada um dos jogadores. Quanto menos concorrerem, maior o prêmio no final. A série aborda de maneira irônica e cruel o quão reféns estão as pessoas do atual sistema capitalista e a que se sujeitam para, da forma mais imediata possível, sanar alguns problemas. Apostas, mais empréstimos, jogos de azar e caça níqueis são algumas das opções que podem quebrar alguém financeiramente.

O instinto de sobrevivência durante o jogo leva a pensar em questões literalmente “selvagens”, como os mais vulneráveis que evitam dormir para não ser caçados durante a noite pelos mais fortes. No primeiro episódio, o protagonista Seong Gi-Hun (Lee Jung-Jae), enquanto tenta sem sucesso a sorte em uma máquina caça níqueis, ouve de uma criança bem-sucedida no jogo que “ele não está pensando”. A única diferença entre humanos e animais, a capacidade de discernir, se mostra essencial para as tomadas de decisões que podem levar a tudo, ou, a nada.

A série, em si, não justifica o sucesso obtido, o que leva a crer que parte da audiência se deve à curiosidade pela produção já estar no topo. Pode segurar a audiência na criação de suspense, mas não tem o carisma necessário para, efetivamente, cativar o público. Enquanto crítica ao capitalismo, caso seja uma real intenção, ainda fica atrás, por exemplo, do clássico Clube da Luta.

Em Round 6, quando um jogador é favorecido, o discurso de desigualdade é dito explicitamente, mas as brincadeiras de criança e a tensão criada não são suficientes para solidificar a série. A conclusão é de que o sucesso não se deve a possíveis questionamentos que deveriam ser levantados, mas sim à eventual identificação com a realidade financeira dos personagens, o que, pelo menos, abre um debate sobre a eficiência do capitalismo em nível mundial.

 

Por Cássio Murilo

Serviço:

Título: Round 6
Disponível em: https://www.netflix.com/br/title/81040344
Temporadas: 1
Episódios: 9
Ano: 2021


   

literatura_art.jpg

Pandemia e a cegueira da atualidade

A priorização do bem-estar pessoal ao bem estar-coletivo e a falta de empatia são aspectos observados na sociedade atual durante a pandemia, mas também no livro Ensaio Sobre a Cegueira (edição 2020) de José Saramago. O livro apresenta a história de uma epidemia de cegueira, chamada de cegueira branca. 

No livro, as autoridades levam os infectados a um manicômio vazio, para ficarem afastados da sociedade, sem nenhum suporte do governo ou de outros serviços da sociedade. O descaso com a doença no livro, pode servir como analogia à pandemia da Covid-19 no Brasil, onde o presidente, Jair Bolsonaro, tratou muitas vezes a doença com descaso chamando-a de ‘‘gripezinha’’, desinteressado nas medidas protetivas, negando lockdown e as vacinas. Também podemos relacionar ao caso que aconteceu na última quinta-feira (21) quando o presidente comparou a vacina com a AIDS. A falta de cuidado com a sociedade e de priorização do coletivo, num cenário pandêmico, consequentemente, resultam em mais infecções e mortes.

Capa_do_livro_Ensaio_Sobre_a_Cegueira_edição_2020.jpg

Foto: Ensaio Sobre a Cegueira|Editora Companhia das Letras, Edição 2020

Em Ensaio Sobre a Cegueira, sem as autoridades e sem cuidados básicos, os infectados com a doença começam a se desentenderem. O caos dentro do manicômio ocasiona brigas, roubos e estupros. Esse individualismo presente no livro denuncia o estado que se abastece, até certo ponto, da morte e da doença. Em relação a pandemia da Covid-19, podemos usar de exemplo a crise econômica que serviu como instrumento para o aumento da desigualdade social e econômica no mundo. Enquanto mais de 200 milhões de pessoas entraram em estado de pobreza durante a pandemia, a riqueza dos maiores bilionários do mundo aumentou em cerca de 5 trilhões de dólares.

Fato é que a falta de empatia com as pessoas sempre esteve presente na sociedade, mas com a pandemia ficou mais visível isso. Assim, o livro Ensaio Sobre a Cegueira serve como apoio a essa análise da sociedade atual, mesmo sendo um livro lançado em 1995. O que fica após a leitura e reflexão da obra é o questionamento: o que realmente se revela da natureza humana quando enfrentamos uma pandemia.

 

Por: Evelyn Paes

Serviço:

Livro: Ensaio Sobre a Cegueira (José Saramago) - 2ª edição
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2020
Páginas: 312

 


 

musica_art.jpg

Autenticidade e psicodelia marcam novo single de Augusto Aguieiras

Lançado no final de setembro de 2021, o single Recursão faz parte do EP A Luz que Leva, recente trabalho de Augusto Aguieiras. Produzido pela gravadora independente Abrigo Records, a faixa com melodia psicodélica se desprende do usual e leva o ouvinte a uma viagem mental. Com clipe visualmente imersivo, a experiência se eleva e é possível viajar pela história contada por Aguieiras.

A faixa com pouco mais de quatro minutos de duração, se constrói em atos entre os refrões, com momentos e fases da vida de uma pessoa, sempre retornando ao ponto inicial, os refrões. Essa estratégia leva o ouvinte a refletir se não está insistindo em algo que já tentou ou já fez, com a expectativa de em algum momento poder ter a certeza de que achou o caminho correto.

aguieiras.jpg

Augusto Aguieiras| Foto: Reprodução Youtube

Com uma proposta ousada, o artista finaliza a faixa com uma apoteose visual e sonora, partindo de um momento de calmaria com riffs mais calmos para uma psicodelia e descontrole. Sem dúvidas, Aguieiras entrega uma experiência autêntica ao público com Recursão. Apesar das transições e quebras abruptas no ritmo, no geral, a faixa apresenta constância dentro da proposta.

A Luz que Leva é o quarto EP do artista e também será lançado pela Abrigo Records, gravadora ponta-grossense focada na produção de músicas alternativas, mesclando produções sonoras e audiovisuais no canal oficial, onde a produtora explora os formatos de produção feitas para plataformas como Youtube e Spotify.

 

Por João Gabriel Vieira

Serviço:

Música: Recursão (2021)
Duração: 04:29
Artista: Augusto Aguieiras
Gravadora: Abrigo Records
Disponível: Youtube e Spotify

 


 

 mídia_regional_art.jpg

Coluna RC busca retratar eventos da ‘alta sociedade’ pontagrossense

IMG_5312.jpg

Colunista social há 17 anos, o empresário Rômulo Cury retrata o cenário festivo, político e econômico de Ponta Grossa| Fonte: Divulgação

 

Colunista social há 17 anos, o empresário Rômulo Cury conquistou espaço na comunicação pontagrossense ao retratar o cenário festivo, político e econômico. "Os principais diferenciais do trabalho são os ensaios festivos, em que destaco mulheres empoderadas, valorizo famílias, destaco laços entre pais e filhos, e registro o amor indescritível de avós com os netos", explica Cury.

Além da força no veículo de imprensa, Cury possui engajamento na rede social Instagram, com mais de 11 mil seguidores, que têm acesso rápido às colunas da semana. Aproveitando o sucesso na carreira, Cury lançou uma autobiografia denominada "Quarenta e dois retratos", pela Editora Texto e Contexto, que conta com histórias da atuação no mercado de comunicação e eventos da cidade.

Romulo cursava Direito na Universidade Estadual de Ponta Grossa quando foi convidado para assinar uma coluna e desde então criou seu próprio estilo de atuação. A Coluna RC é publicada diariamente no Jornal da Manhã e é majoritariamente composta por fotos de eventos e pautas relacionadas à ‘alta sociedade’ de Ponta Grossa. Uma característica da coluna é a falta de profundidade nas pautas abordadas diariamente, que costumam trazer fotos e apenas uma linha de legenda descritiva da imagem. Não se trata de uma exposição detalhada dos acontecimentos, e sim uma breve descrição da foto. As fotografias publicadas são de autoria do fotógrafo Laertes Soares, parecendo uma agenda conjunta, sem esforço próprio do colunista.

 

Por Marcela Panzzarini

Serviço:

Página no Instragram @oromulocury
Link Coluna RC: https://m.jornaldamanha.info/mix/398516/confira-a-coluna-rc-desta-quarta-feira-27-10

 

 


 

gastronomia_art.jpg

Em ‘gastronomia solidária’, entidades ajudam a combater a fome em Ponta Grossa

créditos_-_Casa_da_Sopa_Vó_Tereza.jpg

A Casa da Sopa Vó Tereza precisa de ajuda para manter as doações das cestas básicas| Foto: Casa de Sopa da Vó Teresa

O assolamento da pandemia no início deste ano e o aumento da instabilidade política e econômica trouxe o Brasil novamente ao mapa da fome. São 19 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Mesmo com o aumento de exportações de alimentos, a má distribuição agrava a situação do país. A falta de programa para combater o problema e estímulos na agricultura familiar são pontos esquecidos pelo governo federal.

Em Ponta Grossa, a Cáritas Diocesana ajuda os migrantes que estão no município. Até o início de 2021, a instituição colaborou na distribuição de cestas básicas da campanha “Quem tem fome tem pressa”. Atualmente as doações de alimentos não perecíveis podem ser feitas no endereço Rua Padre César de Buss, nº 335.

A Casa da Sopa Vó Tereza (Rua Expedicionário Vicente Rodrigues do Prado, nº 231) também realiza ajuda social para combater a fome. As famílias carentes que ganham cestas básicas são as que contribuem com a horta comunitária no Cará-Cará. Mensalmente são distribuídos os alimentos e atualmente as pessoas precisam de doações para continuar com a campanha e manter a doação de sopas.

Instituições assim colaboram com a população na ausência do Estado, auxiliando no combate à fome, na manutenção das famílias necessitadas e em amenizar a desigualdade social e econômica que o governo atual tem proporcionado ao país. As doações são necessárias e as pessoas em condições de contribuir podem participar das iniciativas humanitárias. Ao clicar no link, há uma lista de lugares que recebem doações de alimentos em Ponta Grossa. Afinal, alimentação solidária também é gastronomia!

Por Leonardo Duarte

Serviço:

Casa da Sopa Vó Tereza: Rua Expedicionário Vicente Rodrigues do Prado, nº 231
Cáritas Diocesana Ponta Grossa: Rua Padre César de Buss, nº 335.
O que doar: alimentos não perecíveis


 

cinema_art.jpg

O tempo (de dois dias) do imperador em Ponta Grossa

O mês de outubro celebra os 141 anos da visita do imperador D. Pedro II e sua comitiva aos Campos Gerais do Paraná. O objetivo da visita era verificar as condições e o andamento da colonização dos imigrantes no estado. A telenovela Nos Tempos do Imperador, apresentada diariamente, às 18h, na Rede Globo de Televisão, retrata a história do imperador D. Pedro II já a frente da corte brasileira.

Nos Tempos do Imperador é uma sequência da novela Novo Mundo (exibida em 2017) e conta a história da família imperial. Cerca de 35 anos se passaram entre as tramas. A diferença entre as telenovelas é que a primeira contava a história de D. Pedro II e a Imperatriz Tereza, já a novela atual relata a história focada nos filhos: as princesas Isabel e Leopoldina. Na primeira trama o imperador tinha pouco mais de 20 anos, enquanto na atual conta com 40 anos, o que influencia na maturidade do personagem e no próprio enredo.

Mesmo com características de uma vida adulta e madura, a novela mantém algumas características típicas de uma trama das 18h, que proporciona aventura, humor, romance e emoção. A telenovela esbanja produção de cinema no audiovisual. O elenco conta com Selton Mello, Leticia Sabatella nos papéis de imperador e imperatriz, a condessa Luísa, pivô do casal imperial, é interpretada por Mariana Ximenes, e o vilão do drama (Tonico) é interpretado por Alexandre Nero.

A visita do imperador aos Campos Gerais dialoga com o D. Pedro II de Nos Tempos do Imperador. D. Pedro chegou pelo litoral, passou por seis cidades (Paranaguá, Antonina, Quatro Barras, Curitiba, Campo Largo, S. Luiz do Purunã e Palmeira) até chegar em Ponta Grossa. O imperador ficou dois dias em PG, foi recebido com festa pelo Major Domingos Ferreira, e conheceu a cidade pelo bairro de Uvaranas e as colônias de imigrantes.

A telenovela Nos Tempos do Imperador foi a primeira produção a voltar às gravações depois do início da pandemia de Covid-19 (março de 2020). Os episódios da novela passam de segunda a sábado, às 18h25, na Rede Globo de Televisão, e também são disponibilizados no serviço de streaming da emissora (Globoplay).

 

Por Maria Eduarda Eurich

Serviço:

Foto: Reprodução / Globo

Nos Tempos do Imperador (2021)
Telenovela (Rede Globo)
Gênero: Drama
Criação: Alessandro Marson e Thereza Falcão
Direção Geral: João Paulo Jabur
Direção Artística: Vinícius Coimbra
Acesso: https://globoplay.globo.com/