Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
Após 20 anos de estréia, A Pedra Filosofal volta aos cinemas
Foto: Divulgação
Para comemorar o vigésimo aniversário do primeiro filme da saga Harry Potter, cinemas do mundo inteiro exibem o longa na data comemorativa. Em Ponta Grossa o Cine Araújo disponibilizou uma sala para reprodução de A Pedra Filosofal, nos dias 19 e 20 de novembro.
Os bilhetes foram vendidos online pelo site ingressos.com e esgotaram em menos de 2 horas. No cinema não havia posters nem nada que indicasse uma sala específica para Harry Potter, a divulgação foi realizada apenas nas redes sociais.
As sessões especiais lotaram a capacidade do cinema e os fãs da franquia aproveitaram o encontro para fazer Cosplay dos personagens. No local havia espectadores vestidos de Harry Potter, Hermione, Dumbledore, Voldemort e outros. O momento também foi usado para brincadeiras com feitiços e varinhas, como na história de ficção. Um compilado de momentos marcantes dos oito filmes de Harry Potter foi exibido no mundo inteiro antes do longa em forma de homenagem aos 20 anos de estreia.
A Pedra Filosofal faz parte da série de sete livros de sucesso da escritora J.K Rowling, que retratam a história do garoto órfão que se tornou o maior bruxo de todos os tempos. O livro já possui mais de 100 milhões de cópias vendidas e é febre entre os amantes de literatura de todas as idades.
O filme foi exibido dublado e pela primeira vez em 3D nos cinemas, tornando a ação mais emocionante para os amantes da trama. As sessões foram exibidas ao meio-dia, duas horas da tarde, 5 da tarde e 8h da noite com o bilhete custando 27,48 inteiro e 13,74 meia.
Inicialmente, o Cine Araújo abriu apenas duas sessões no domingo, mas depois, por conta da alta demanda, foram abertas mais duas exibições.
A HBO Max anunciou um encontro do elenco também para comemorar os 20 anos de estreia, trazendo um lançamento da franquia, Harry Potter: de volta à Hogwarts e estreia na HBO Max no Dia de Ano Novo, 1.º de janeiro de 2022.
Por Marcella Panzarini
Serviço:
Duração: 2h30 min
Direção: Chris Columbus
Lançamento: 23 novembro 2001
Produção: David Heyman
Filme online:
https://www.hbomax.com/br/pt/feature/urn:hbo:feature:GXssCvwxYD76jiAEAAAAy
Aos 39 anos, V de Vingança ainda é uma sátira atual
Ilustração: Dave Gibbons
Lançada entre os anos de 1982 e 89, e sob roupagem comemorativa da editora Panini, a Graphic Novel V de Vingança ainda é capaz de chocar pelo diálogo com a realidade brasileira.
A obra acompanha Eve, habitante de uma Inglaterra dominada pelo autoritarismo que se instaurou após uma misteriosa crise social escondida no passado. Ao ser resgatada das ruas pelo pitoresco V, ela embarca em uma trama que a obriga a investigar a estabilidade de seu mundo. Atormentada pelo conhecimento, a moça vivencia uma jornada para rever o que foi ensinada a considerar normal, ou mesmo aceitável.
O vigor do texto de Allan Moore vem do modo como o autor destaca a força de pequenas crises, sociais, econômicas ou comportamentais. Paulatinamente elas criam instabilidades que resultam na insurgência do autoritarismo e um discurso simplista que apenas o prolonga no poder. Na visão de Moore, em meio a uma crise, a massa populacional, aturdida pelas necessidades básicas, opta por representantes autoritários na esperança de que a bravata deles se traduza em eficiência.
Não é necessário sair da cidade de Ponta Grossa para notar que tais sementes do caos em setores chaves já estão instauradas e exploradas há alguns anos no Brasil. Um exemplo é que, desde o início do segundo semestre de 2021, o preço da cesta básica cresceu mais de 9%, segundo dados do Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas da UEPG. Mas o governo federal não ousa mudar o cenário em que alguns poucos lucram com o padecimento do resto da população. Como é o caso dos investimentos offshores do ministro da economia Paulo Guedes.
Através de V, na transmissão de uma mensagem na BBC, a obra convida a ver que há “algo extremamente errado com o país”. Como Eve, trata-se de um povo que cresceu sob falsas histórias do passado e condicionado a viver sob o medo. E assim como ela, Moore defende que todos devem abrir os olhos e ver que o caminho da mudança é mais complexo do que apenas discursos enfurecidos e primitivos.
Por Yuri A.F. Marcinik
Serviço:
V de Vingança está disponível em plataformas como Amazon, Submarino, Mercado Livre e Skoob.
Selo cultural propõe resgate de formato físico do CD através de financiamento coletivo
Imagem do selo cultural Lambrequim | Ilustração: Divulgação
Fruto de idéias nascidas durante a pandemia, o escritor Marco Aurélio de Souza fundou o selo Lambrequim, voltado à produção de discos inicialmente e, no futuro, também de livros. O selo tem como uma de suas propostas o resgate da experiência com a mídia física, ao produzir CD’s de artistas regionais.
Marco lembra o recente revival com o disco de vinil e não descarta, futuramente, também prensar discos. Porém, o alto custo inviabilizaria o projeto, que viu no CD um formato mais democrático e acessível para o público. Além da facilidade, o CD é a mídia mais estimada por Marco. “É o formato que mais me apeguei, tem uma praticidade que o vinil não tem, e ainda ouço música através do CD, pois não é apenas uma coleção parada na estante”, conclui.
O selo foi lançado através de um financiamento coletivo, aberto em novembro de 2021. A expectativa é manter pequenas tiragens (150 cópias) para cada álbum dos seguintes artistas: Charme Chulo, Os Remanescentes e Giovanni Caruso. Mesmo em contexto moderno, de serviços de streaming e audição “relaxada”, como diz Marco, o interesse pelo formato físico pode ser visto em mais de 90% da meta inicial alcançada na campanha. O selo representa, para os dias atuais, uma das poucas manifestações favoráveis a uma audição envolvente e profunda com a obra de um artista.
No atual contexto brasileiro, o CD caiu em desuso aos poucos, visível em edições simplórias e meramente de “utensílio” que foram lançadas recentemente. Marco defende que essa não é a imagem correta do formato e que, através do selo, oferece encarte completo com letras, ficha técnica e demais informações relevantes da obra. Com isso, o Lambrequim se diferencia em trazer de volta uma experiência cultural que foi deixada de lado pela incansável busca por comodidade: a audição de maneira atenciosa e sensorial.
Por Cássio Murilo
Serviço:
Lambrequim - Inuntensílios
Facebook: https://www.facebook.com/lambrequimcultural
Instagram: https://www.instagram.com/lambrequimcultural/
A natureza e a sutileza de um retrato artístico dos Campos Gerais
O traço sutil de Sansana que realça a imponência do cenário que retrata | Crédito da Imagem: Reprodução/FMC
Com um traço marcante, trabalhando com luz e sombra, o artista plástico Emanuel Sansana apresenta uma nova visão sobre os Campos Gerais com a exposição “Tesouros da Nossa Terra”. Marcado por paisagens, com representações de longos campos, florestas e rios, Sansana mostra com sutileza e elegância a flora da região, passando também por figuras emblemáticas como os tropeiros que transportam o gado.
Casas e abrigos também ganham espaço na exposição, com um tom nostálgico, mas aprazível, algumas das pinturas passam tranquilidade com a escolha por um tom amarelado. Opção interessante, uma vez que um dos mais reconhecidos artistas também expressou através das cores a calma que desejava, com O Quarto em Arles, van Gogh deixou que as cores manifestassem a calmaria e o sono que desejava representar. E sem comparar um ao outro, Sansana transmite uma sensação semelhante com “Abrigo” e “Folhas de Outono”.
Outro aspecto que se sobressai nas obras do artista é o modo como retrata a mudança das estações e, através da arte, o avanço do tempo sobre o local. E com ele a noção de que a realidade retratada por Sansana ficou para trás, o que valoriza e destaca o trabalho do artista que permite revisitar alguns locais e momentos.
De forma criativa, Sansana transmite através das telas uma aura de tranquilidade e contemplação, ao passo que retrata a “sua terra” como a vê, apresentado a imposição da natureza que retrata, algo que está presente nas obras, mas também a calmaria expressa pela paleta de cores utilizada e a forma como compõe as telas.
Por João Gabriel Vieira
Serviço:
A exposição “Tesouros da Nossa Terra” está disponível online e de forma gratuita no site da Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa.
Portal de notícias busca informar moradores de pequenas cidades dos Campos Gerais
O site Portal Curiúva busca informar as pequenas cidades dos Campos Gerais | Crédito: Portal Curiúva
O deserto de notícias é um problema em várias regiões do país. No Paraná e nos Campos Gerais a situação não é diferente: muitas cidades do interior principalmente moradores de pequenos municípios sofrem com a escassez de notícias locais e ficam à mercê dos portais regionais ou nacionais que pouco informam, a não ser sobre temas de onde está localizada a sede de redação.
O Portal Curiúva da cidade de Curiúva busca amenizar a disparidade e a falta de informação. Com cobertura nas cidades menores dos Campos Gerais e Norte Pioneiro, o portal possui 34 editorias que variam de saúde, esporte, cotidiano e outros. Há também blogs de colunas com assuntos de famosos, receitas, TV, dicas de saúde, enquetes e outros.
Apesar de parecer um site completo, a proposta editorial apresenta vários problemas estruturais. O excesso de propagandas atrapalha na leitura dos informes e até mesmo na escolha do que se vai ler. Os textos não possuem assinaturas de jornalistas e são sempre assinados pela ‘redação’ do portal. São poucas as notícias em que se percebe ser realmente produzidas da redação, muitas são releituras de textos publicados em outros sites. Percebe-se também uma tendência sensacionalista nos materiais veiculados na página no Facebook, muitas publicações são memes ou de pré-julgamento a situações locais ou do momento.
Apesar das problemáticas citadas, o Portal Curiúva consegue informar, mesmo que de maneira superficial, sobre fatos que dizem respeito aos moradores de diversas cidades da região. A falta de estrutura de jornalismo das produções mostra não só uma limitação de notícias, mas também a situação do atual mercado do jornalismo.
Por Leonardo Duarte
Serviço:
Portal Curiúva: https://www.portalcuriuva.com.br/