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Crítica de Ponta 

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você

 

 

 

MUSICA

 

Laura Ferbit lança primeira música: ‘Amor Amor’

 

CAPA DA MÚSICA AMOR AMOR LAURA FERBIT

Capa da música “Amor Amor” usado na plataforma Spotfy

 

Com ritmo calmo e relaxante, ‘Amor Amor’ é a primeira música lançada pela cantora ponta-grossense Laura Ferbit. Disponível na plataforma Spotfy, são mais de 6.245 acessos na música de 2min e 34s. No estímulo MPB, a melodia relaxante e o tom de voz calmo trazem um momento suave à mente para quem procura relaxar.

A composição da cantora mostra sentimentos de encanto e “borboletas no estômago” durante toda a música. “Esse seu senso de humor. Nossa vibe é parecida. Eu que prometi não me apaixonar, agora tô perdida”. O trecho da música reflete quando uma pessoa está apaixonada e não sabe como agir com a outra pessoa.

A produção musical de Matheus Stiirmer e mixagem de Pedro Peixoto deixam o refrão da música pegajosa, mas não cansativa. “Amor, amor. Eu posso te dar o melhor da vida. Só por favor, peço que me aceite decidida como eu sou”. O trecho sugere que uma pessoa não deve mudar a personalidade por outra e que mesmo assim pode oferecer muitos momentos bons.

Graduanda no curso de direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Laura tem 22 anos. Aos quatro anos passou a cantar no coral da escola, fez aulas de teclado e aos 13 anos se tornou destaque no colégio em que estudava. Após isso fez aulas de canto, passou a tocar outros instrumentos e aos 17 anos começou a cantar em bares e restaurantes. Atualmente a cantora faz parte do Caveirão, grupo de bateria do seu curso.

Por Leonardo Duarte

 

Serviço:

Música: Amor Amor

Disponível em: https://open.spotify.com/track/6xX50qnzncIm9W2yuacZXx?si=d936973cdfb94b89

 

 cinema art

 

Cidade de Deus completa 20 anos e continua um filme atual e necessário

 

O longa-metragem é uma das obras audiovisuais consagradas no Brasil e traz em discussão temas necessários como a criminalidade e a desigualdade social. O filme, que completa duas décadas de lançamento em 2022, foi dirigido por Fernando Meirelles. A história também revela as consequências da violência na Cidade de Deus, bairro carioca que foi, por um longo período, classificado como uma das regiões mais perigosas do Rio de Janeiro.

O longa possui diversas cenas de crianças pegando em armas e participando de ações criminosas dentro da favela. Uma das cenas pesadas no filme é onde o personagem Zé Pequeno pergunta se um menino prefere receber um tiro no pé ou na mão como punição. O que se pode analisar com a cena é a criminalidade imposta às crianças como forma de ascensão social, como status e até poder na periferia. Outro tema abordado no longa é a desigualdade social, que pode ser vista nas relações dentro da Cidade de Deus, onde o caos, a repressão e a violência extrema levam as pessoas ao tráfico de drogas e ao mundo do crime.

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Foto: Divulgação

Um dos meninos que integrou o elenco do filme foi Douglas Silva que agora é um dos participantes do Big Brother Brasil, um dos Reality’s shows mais assistidos do País. O filme se desdobrou mais tarde na série Cidade dos Homens, onde Douglas, que interpretava Dadinho na infância, ganha o papel de Acerola.

O longa-metragem Cidade de Deus segue atual e a cada vez que se assiste é possível tirar aprendizados, principalmente sobre a realidade de muitas cidades do Brasil. O filme teve quatro indicações ao Oscar de 2004: Melhor Diretor, Roteiro Adaptado, Edição e Fotografia.

 

Por Evelyn Paes

Serviço:

Filme online no Globo Play

https://globoplay.globo.com/cidade-de-deus/t/5vXVkLJN1R/#:~:text=Assistir%20Cidade%2 0De%20Deus%20online%20no%20Globoplay

 

COMPORTAMENTO

 

Possível bloqueio de aplicativos desafia comportamentos de usuários

 

Na quinta-feira (17), àqueles que contrataram o serviço da Copel Telecom no Paraná estavam incertos se teriam acesso ao aplicativo de mensagens Telegram no próximo dia. Alvo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o aplicativo foi bloqueado no país por não acatar a uma lista de exigências, que incluíam a desmonetização e bloqueio de contas que espalharam fake news.

O aplicativo de mensagens, criado pelos russos Nikolai e Pavel Durov em 2013, vem ganhando usuários no Brasil. Dentre as funções do app estão a troca de mensagens, capacidade de criar grupos e a criação de canais, que podem ser assinados pelos usuários para receber notificações das publicações realizadas pelos administradores. O atrativo está nos canais que abrangem notícias, cultura pop, atualizações sobre reality shows e muito mais, os donos destes canais conseguem monetizá-los, através de propagandas e publicações pagas.

Durante o curto período em que o app ficou bloqueado para algumas operadoras, como a Copel Telecom no Paraná, diversos usuários ficaram sem condições  de se comunicar com amigos e familiares, se informar pelos  canais de preferência ou ganhar dinheiro através do trabalho que exercem pelo app.  Muitos possuem o app como plano B, mas para aqueles que usam o Telegram como principal aplicativo de mensagens formam um senso de comunidade.

Mesmo durando apenas dois dias, antes de ser revogado pelo próprio STF, após cumprimentos da decisão judicial, o bloqueio afetou alguns usuários, impossibilitando a comunicação e a capacidade de se informar pelos canais. Com o bloqueio superado, os usuários voltaram  à normalidade, mas a partir de agora o medo sempre estará no fundo da mente, pois os gestores do app atenderam exigências legais do STF, mas se um dia algum aplicativo  for excluído das redes, como reagir e mudar rapidamente determinados hábitos adquiridos com o uso de aplicativos digitais?

Por Lucas Müller

 

 

MIDIA REGIONAL

 

Cobertura da situação da TVE é irregular e não envolve público em Ponta Grossa 

Com mais de 20 anos de existência, a TV Educativa (TVE) de Ponta Grossa registra um período delicado. Desde o final de 2021, a TVE enfrenta frequentes tentativas, por parte do poder executivo da cidade, de encerrar as atividades. O pretexto é de que a instituição gera mais gastos do que retornos ao município.

A situação, que já se prolonga desde 15 de dezembro de 2021 e foi retomada em meados de fevereiro na câmara de vereadores, causou comoção nesse meio tempo. Docentes dos departamentos de jornalismo da UEPG e da UniSecal, além de órgãos como o Sindicato dos Jornalistas do Estado, formaram uma frente em defesa da TVE enquanto o posicionamento da prefeita Elizabeth Schmidt continua inflexível.

Por ser uma situação complexa, espera-se uma cobertura jornalística constante e contextualizada para que o público compreenda o que está em jogo e, assim, possa cobrar uma posição dos representantes políticos. Em maior ou menor grau, tal cobertura vem sendo realizada pelos mais variados veículos da cidade, exceto por aquele que detém o maior alcance.

Entre os meios escritos, a cobertura de tais eventos é irregular. Enquanto o Diário dos Campos consegue trazer os dois lados e contextualizar as causas e as consequências da situação ao leitor, os veículos associados aRede e Jornal da Manhã seguem na contramão. Enquanto o primeiro emprega uma linguagem sem objetividade para falar do problema, o último deixa a desejar na forma como contextualiza o assunto.

Mas é a cobertura do Meio Dia Paraná, principal jornal televisivo regional da RPC, que se mostra menos presente. Com o alcance de mais de 153 mil espectadores que acompanham o noticiário - sem contar os outros 424 mil da região, segundo dados do IBOPE - a escolha por noticiar a pauta em um link, sem destaque ou qualquer referência posterior, é, no mínimo, uma opção pelo silêncio por parte da produção editorial da emissora.

Por Yuri A.F. Marcinik

 

LITERATURA

 

A polícia que mata, agora também em tela de streaming

rota

Rota 66 estreia no segundo semestre de 2022

Consagrado livro-reportagem de Caco Barcellos ganhará série no ano em que comemora duas décadas do lançamento. Produzida pelo Globoplay e baseada na obra homônima, a estreia está marcada para o início do segundo semestre de 2022.

O livro Rota 66 foi lançado em 1992 e conta a história do batalhão intitulado Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), unidade de elite da polícia paulista. A narrativa de Barcelos conta a história do assassinato de três jovens de classe média-alta, todos com idade entre 17 e 22 anos, durante os anos 1970 e 80.

Padrão de trabalho da unidade, as perseguições, assassinatos, com as vítimas geralmente alvejadas, são relatadas de forma elegante, mas crua quando necessário por Barcellos. A forma como apresenta Francisco, Augusto e Pancho, o modo como conta a história de vida das vítimas e, o principal, como relata o dia em que foram perseguidos e brutalmente assassinados pelos ‘matadores’, termo como o autor se refere aos integrantes da unidade. O cenário sempre era o mesmo, os matadores abordavam uma pessoa, que se recusava a cooperar e, então, iniciava uma perseguição policial, que resultava em troca de tiros, sempre iniciada pela vítima, que por um acaso era baleada em um órgão vital mas imediatamente levada ao hospital mais próximo pelas Veraneios dos matadores. Ironias à parte, os crimes seguiam um padrão definido e meticulosamente ensaiado que chocam e revelam o lado mais doentio da ROTA.

Além das minuciosas descrições das perseguições e assassinatos realizados pelos matadores, o livro apresenta a vivência de Caco nas redações, onde tinha acesso ao jornal Notícias Populares, que destacava com ênfase os assassinatos. Os corredores do IML também foram importantes, pois lá Caco apurou a maioria dos assassinatos, conseguindo identificar cerca de 4.200 pessoas executadas pela ROTA.

Mesmo com a repercussão da obra, que forçou Caco a sair do País devido à perseguição à qual virou alvo, nenhum matador foi condenado. Por pressão das famílias das vítimas, inquéritos foram abertos pela Polícia Militar, mas nada além disso. E, ainda hoje, muitos dos traços continuam presentes em abordagens policiais. Agressiva e preconceituosa em muitos momentos, e infelizmente as vítimas que ainda existem na atualidade seguem o perfil denunciado por Caco em 1992: jovens negros, de periferia e sem antecedentes criminais.

Por João Gabriel Vieira

 

Serviço:

Livro: Rota 66: A história da polícia que mata

Autor: Caco Barcellos

Editora: Record

Ano: 1992

Páginas: 336