CRÍTICA DE PONTA
Produzido pelo terceiro ano de jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor sobre a cultura da cidade de Ponta Grossa.
Imagem pessoal vai além daquilo que se pode enxergar
Foto: Ana Barbato
A imagem pessoal diz muito sobre a personalidade de uma pessoa. Na sociedade contemporânea, a aparência pode chegar antes dos indivíduos em qualquer situação. Por isso, a busca por cursos que ajudem na construção da imagem vem crescendo, tanto por parte de pessoas que desejam consultar com um especialista, quanto por aqueles que pretendem se profissionalizar na área.
De acordo com o Centro Europeu, a procura pelo curso de Consultoria de Imagem e Estilo na instituição aumentou 2 mil e 42 por cento nos últimos sete anos, e mais de 300 alunos estão matriculados nas sedes de Curitiba e Ponta Grossa. Em determinados eventos, o estabelecimento conta com a presença de consultores renomados como ocorreu no último mês de março, quando a renomada colunista, Rachel Jordan, compareceu à sede de Ponta Grossa para palestrar.
Em uma consultoria é feita a análise de estilo, tipo físico, formato de rosto e coloração pessoal, para que o cliente possa construir uma autoimagem estratégica que vá de encontro com seus objetivos. Dessa forma, ganha-se consciência de quais peças de roupa, cores e cortes de cabelo harmonizam com as características físicas e estilo individual.
A imagem pessoal vai muito além daquilo que se pode ver, pois ela também abrange a forma com que as outras pessoas vêem uns aos outros. Com ela, é possível se expressar sem necessariamente iniciar um diálogo com alguém, e comunicar visualmente a personalidade própria aos demais. Além disso, ao ter conhecimento do que é harmônico com a aparência, pode-se fugir dos padrões impostos pelas tendências do mercado, principalmente da área da moda, e assim, adquirir peças que conversem entre si para montar um guarda roupa mais consciente.
Por Ana Barbato
Serviço
Centro Europeu de Ponta Grossa - (42) 3224-6669
Mal. Deodoro, 473 - Centro, Ponta Grossa - PR, 84010-030
https://centroeuropeu.com.br/portal/pontagrossa/
Ruptura questiona invasão do trabalho na vida pessoal
Foto: Reprodução
Ruptura, lançada neste ano pela Apple TV, aborda uma questão destacada pela pandemia: a separação entre vida profissional e pessoal. Com o isolamento em 2020, o termo home office ficou conhecido entre os trabalhadores de todo o mundo, por ser a alternativa encontrada para que o trabalho não parasse no período. Em 2022, com o avanço da vacinação, o trabalho presencial retorna, e as consequências da época do home office, onde os limites entre vida pessoal e profissional foram ultrapassados, ganham evidência.
Enquanto na ficção as pessoas têm as memórias separadas para que a vida pessoal não interfira no trabalho, e vice-versa, na realidade essa “ruptura” pode se apresentar emocionalmente, onde as pessoas têm um estado emocional diferente nessas situações. Em janeiro, a Síndrome de Burnout foi classificada pela Organização Mundial de Saúde como doença do trabalho, considerando o esgotamento mental que a caracteriza. Pessoas que sofrem com a síndrome podem apresentar depressão e ansiedade no contexto trabalhista, mas estão bem emocionalmente, quando afastadas. A relação da Síndrome, no home office, adquiria maior complexidade, a partir da mesclagem do local de trabalho e de lazer.
O distanciamento emocional em relação ao trabalho, abordado em Ruptura, se apresenta como um dos sintomas da síndrome, com a despersonalização. A indiferença em relação ao trabalho, característica de Burnout, assemelha-se a desumanização proposta na série, onde as personagens assumem uma personalidade diferente na vida pessoal e profissional.
Além de trazer as reflexões, Ruptura entretém os telespectadores por ser uma série densa, com mistério, mas mesclado com comédia. A fotografia relembra a série de ficção Black Mirror, junto de alguns elementos das clássicas sitcoms, “Situações de Comédia”, para que quem assiste se identifique com as personagens. Todos os elementos utilizados para o entretenimento dos telespectadores são úteis para que a atenção dos mesmos permaneça do início ao fim. E o propósito da série, de fazer com que a sociedade reflita acerca da forma que se identifica no contexto trabalhista e no pessoal, seja atingido.
Por Cassiana Tozati
Serviço
Série Ruptura na Apple TV
1 temporada
9 episódios de cerca de 40 minutos
O 34º FUC destaca canções sobre fuga e liberdade
Foto: Isadora Ricardo
A 34ª edição do Festival Universitário da Canção (FUC), realizado pela UEPG em 11 de junho, premiou as melhores canções inscritas de acordo com música, letra e interpretação. Com composições cantadas somente na voz e violão, e outras com participação de banda, o festival revelou variedade de gêneros musicais e, das 12 músicas apresentadas, destacam-se as que falam de sentimentos de fuga e expressão no pós-pandemia.
Diferentemente dos anos anteriores onde o festival ocorria em três dias, já em 2021, devido a pandemia, foi realizado de maneira online em somente um dia. No mesmo modelo, em 2022, em formato presencial no Cine Teatro Ópera, também foi realizado em noite única. O evento mantém apenas a fase regional e espera-se que em breve, retome a etapa nacional.
A música vencedora do festival foi apresentada por Vivian Bueno e a banda Você, Eu e os Isqueiros. A canção ‘Fé, Menino’ a canção fala de uma luta diária, de opressão ao feminino, e foi um desabafo da artista, que inclusive, já foi premiada em outras edições do FUC. O segundo lugar ficou com Scilas Augusto, com a música ‘Acende a Luz do Lampião’, que também venceu o prêmio júri popular. Scilas foi vocal da banda Mandau, de Ponta Grossa.
O Festival Universitário da Canção foi um show, onde cantores não pensaram somente em subir no palco e cantar uma música, mas tiveram uma preocupação com figurino, qualidade da canção e presença de palco. Eventos do gênero, reafirmam a necessidade da valorização cultural no âmbito regional como forma de fortalecer vínculo entre artistas e comunidade.
Por Isadora Ricardo
Serviço
Festival Universitário da Canção (FUC)
Realização: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Local: Cine Teatro Ópera - Centro de Ponta Grossa
Um olhar observador sobre a vida urbana
Foto: Mariana Gonçalves
Se você conhece a realidade da UEPG, pode pensar que seria pouco ou nada seguro fazer uma crítica sobre o livro de um professor. Lançado em 2022, o livro Invariáveis, coletânea de crônicas da autoria de Rafael Schoenherr, narra andanças pelos bairros da Princesa dos Campos, observações particulares sobre uma manhã nada anormal em uma panificadora local e descreve algumas pacatas tardes de fim de ano na cidade.
As crônicas trabalham o imaginário de quem já se aventurou pelas vielas de Ponta Grossa: o que foi feito do bar Panorama? Como deve ter sido participar do Fenata em meio ao Calçadão? E o Pub Underground? Quem frequentava o lugar? Por que o “Tim” é uma personagem lendário e por que as bebidas eram armazenadas em garrafas de plástico?
São questões que motivam olhar a cidade, buscando desvendar o que ela já foi, que histórias já produziu e quais são os lugares do passado, ainda presentes em 2022. As frações de momentos registradas pelo autor expõem uma observação acerca dos acontecimentos e, é possível, a partir do mapa traçado por Rafael, refazer os passos ao longo dos anos, dialogando com pensamentos a respeito do que se via e ouvia.
Invariáveis é, de certo modo, uma biografia não autorizada de Ponta Grossa, que traça o perfil do ponta-grossense e relembra alguns momentos triviais. Apesar de trazer diversas histórias, é necessário que o leitor se atente às referências, que são constantes na leitura. O olhar poético a partir do qual as crônicas são escritas também merecem atenção – se você é um leitor desatento, terá de ler mais de uma vez alguns trechos de alguns relatos. A crítica, entretanto, diz respeito ao valor de comercialização: vendido por R$30,00, o livro acaba se tornando inacessível para algumas pessoas, e, por conta do valor, pode desinteressar outros leitores.
Por Mariana Gonçalves
Serviço:
Para ter acesso à obra basta entrar em contato com o autor, através de seu Instagram @rafaelschoenherr, ou se dirigir à biblioteca do campus da UEPG centro, onde o livro está disponível para empréstimo.
Falta de fiscalização do uso de máscara preocupa em circos
Foto: Betania Ramos
Uma opção de lazer a baixo custo em Ponta Grossa, mas que por falta de fiscalização preocupa a saúde pública. Para os que apreciam a arte circense, o Ferrari Circus vem a Ponta Grossa para oferecer um espetáculo para todas as idades. Na cidade desde o dia 20 de maio, o grupo está localizado em frente ao Ministério Público, próximo do centro e realiza apresentações diariamente às 20h30.
Em cada espetáculo, o circo realiza entre 18 e 20 apresentações. Para as crianças, o Ferrari exibe artistas fantasiados de Homem Aranha, Patrulha Canina e outros personagens infantis. Já para prender a atenção do público adulto, há exibições de malabaristas, equilibristas e outros artistas, além do tradicional palhaço que arranca sorrisos de todos.
O circo oferece lazer e entretenimento a um valor acessível aos moradores de Ponta Grossa, o espetáculo varia entre 9,90 para cadeiras populares e 20,90 reais para as cadeiras vips. A diferença no ingresso reflete na visibilidade e proximidade do palco. Para os ingressos vips, há à disposição cerca de 300 cadeiras próximas do palco, e para as populares estão cerca de 600 lugares. Devido a distribuição das cadeiras em um espaço plano, os espectadores que ocupam os últimos lugares acabam tendo dificuldade para prestigiar as apresentações, em especial os que ficam nos espaços de trás das colunas de suporte da lona.
O fator preocupante está na saúde pública, pois o local pode concentrar cerca de 900 pessoas em um espaço fechado por mais de duas horas sem a obrigatoriedade ou recomendação do uso de máscaras por parte da Prefeitura. Ambientes assim tornam-se propícios para a contaminação com a covid-19 e outras doenças respiratórias que estão em alta com a chegada do inverno e baixas temperaturas.
Por Victória Sellares
Serviço:
Ferrari Circus
Local: Rua Ermelino de Leão, em frente ao Ministério Público.
Apresentações: segunda à sexta 20h30 / sábado e domingo 16h, 18h e 20h30.
Quando portais locais optam por likes ao invés de informar com precisão
Foto: Reprodução
Todo jornalista sabe que não se deve divulgar informações de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes, como destaca o inciso II do artigo 11, do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Entretanto, parte da mídia de Ponta Grossa parece esquecer do compromisso. Ao noticiar a queda de uma jovem do quinto andar de um prédio, na região central da Cidade, próximo a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), os portais de notícias Boca no Trombone e Mz Notícias deixaram de lado a informação e optaram por dar espaço à especulação.
Os portais não perderam tempo e resolveram noticiar o ocorrido ao vivo. Os dois veículos divulgaram lives, em páginas do Facebook, no momento em que os médicos socorristas estavam prestando os primeiros atendimentos à vítima. Diversos aspectos da cobertura incomodam, pois enquanto o repórter da Mz Notícias estava próximo das ambulâncias, o repórter do Boca no Trombone chegou até “matar” a jovem de 20 anos. Mesmo que as informações tenham sido corrigidas nos minutos seguintes, o repórter do Boca (BNT) gerou tumulto na rede social.
A live do Mz Notícias possui cerca de 6 minutos, já a live do Boca no Trombone se estende por 11 minutos e 20 segundos. Tanto o Mz Notícias como o Boca no Trombone divulgam informações confusas. Um exemplo é o andar que a jovem supostamente teria se jogado, pois ambos os repórteres falam ter sido do sexto andar. O repórter do Boca no Trombone depois muda o discurso e diz que a queda ocorreu do quinto andar. E, aí, no meio da live, surgem especulações das pessoas que estavam online e o repórter até questiona a possibilidade de a jovem estar grávida.
Em meio a contradições e incertezas, ambos os portais divulgaram uma matéria que aparenta mais ser uma nota, devido a quantidade de caracteres. A matéria do Boca no Trombone traz a idade da jovem, o local da queda e reforça que ela sobreviveu mesmo com as fraturas registradas. As mesmas informações estão na matéria do Mz Notícias, porém, ao final, informa-se que o caso seria investigado pelas autoridades locais, por não saber se a vítima tentou ou não suicídio.
Por Leriany Barbosa
Serviço:
Agenda da mídia regional.
Blog Boca no Trombone - Boca no Trombone
Portal de notícias da Rádio Mz - Mz Notícias