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Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura de Ponta Grossa para você! 

 

 

MÍDIAS REGIONAIS

 

MIDIA REGIONAL

 

AGENDA CULTURAL DE PG NÃO ENTREGA AQUILO QUE PROMETE

Créditos: Leriany Barbosa

Falta de informações como preço e horário dificulta a presença do público em eventos culturais

 

Imagina só: uma agenda cultural portátil e de fácil acesso, que em questão de segundos você consegue acessá-la, apenas escaneando um QR code. Em uma cidade como Ponta Grossa, que conta durante o ano com grande diversidade em eventos no ramo artístico e cultural, ter uma programação que fomente a cultura e facilite a organização da população e dos produtores culturais, é ótima.

A agenda cultural 2022 feita pela Secretaria Municipal de Cultura, é uma iniciativa do programa #vivaculturaemPontaGrossa, em que pequenos folders com qrs codes são disponibilizados à população. Ao escanear o código, você é direcionado para uma página no site da Secretaria, onde os eventos estão todos listados, de acordo com os dias, meses e local. A ideia, que tinha tudo para dar certo, na prática, não ajuda tanto assim.

 

Quanto custa um ingresso para assistir um espetáculo? E em qual horário ele acontece? Pois bem, essas informações não são listadas. Na teoria, a agenda que deveria informar de forma completa sobre os eventos que ali aparecem, deixam de lado os dados mais importantes para quem acessa a página: tempo e dinheiro. Uma vez que, dada as condições que vivemos, tanto financeiramente quanto de tempo, o preço e o horário são o que chamam a atenção na hora da pessoa escolher o que fazer.

De acordo com a própria Secretaria, os horários não podem ser colocados com meses de antecedência no site, visto que imprevistos na montagem e periodicidade dessas ações podem ocorrer. Sobre os valores, depende muito de cada evento. Enquanto alguns são abertos ao público de forma gratuita, outros podem vir a ter uma taxa simbólica. Ainda segundo a Secretaria, todas essas informações são divulgadas no próprio instagram, @cultura.pg, próximas às datas dos eventos. Porém aqueles que não tem um perfil na rede social e não sabem desse detalhe, continuam sem ter acesso.

Então, já que esses dados não são listados no site, deveria pelo menos conter outros links que encaminham as pessoas a uma nova página com eles. Na era da tecnologia, ligar para os locais a fim de ter essas informações não é mais uma opção. A agenda que tinha tudo para dar certo, precisa ser repensada de maneira melhor.

Por Ana Luiza Bertelli Dimbarre

 

TEATRO

TEATRO E DANCA

ATÉ QUANDO?

Créditos: Catharina Iavorski

Espetáculo ‘Sobre Lendas e Mulheres’ traz discussões sobre ausência de liberdade e violências contra a mulher


Em apresentação única no Cine Teatro Ópera, no dia 15 de julho, no auditório B em Ponta Grossa, o espetáculo “Sobre Lendas e Mulheres” falou sobre as violências, o feminino, o feminismo e sobre o ser mulher. Para expressar isso, as atrizes Cleo Cavalcantty e Luana Godin usaram no palco um violão, um tambor,um par de sapatinhos vermelhos, seus corpos e suas vozes, onde constroem as histórias que compõem a peça.


O espetáculo reúne passagens do livro Mulheres que Correm com Lobos, e experiências das próprias atrizes. Já que em determinados momentos elas quebram a ideia de personagem no palco e trabalham suas próprias vivências com o público, deixando o espetáculo ainda mais intimista.


Para completar essa construção que as atrizes fazem no palco, elas dançam e cantam. A maioria das músicas são em espanhol e são compostas apenas por um violão e pelas vozes das atrizes.

Créditos: Catharina Iavorski

E tecnicamente, para completar esse ar de intimidade e pessoalidade da obra, o teatro estava com todas as luzes baixas e com uma luz vermelha como principal, onde não parecia necessariamente um teatro, mas transformou aquele ambiente num lugar seguro para quem estava ali trabalhar os temas sensíveis do espetáculo.


Além do contato que elas criam com o público durante a peça, entre elas há uma sincronia na atuação. É possível ver os sentimentos delas no palco ao contarem suas histórias e a relação entre público e até mesmo, sororidade. Comemorando os 10 anos do espetáculo, as atrizes já vieram para Ponta Grossa outras três vezes. E por isso elas decidiram comemorar essa data na cidade. É possível ter informações da peça e das atrizes no instagram @sobrelendasemulheres.


Por Catharina Iavorski

 

CINEMA

CINEMA

MINIONS 2 ENCHE CINEMAS NAS FÉRIAS ESCOLARES

Créditos: Universal Pictures/Reprodução

Filme cativa público infantil, mas decepciona os fãs mais antigos da série.


Entusiasmo, ansiedade e muita alegria. é o que se observa no público que vai ao cinema para assistir os Minions 2: A Origem de Gru. O mais novo lançamento da Illumination cativa o público infantil e também jovem, que acompanha a saga desde 2010, quando foi lançado o filme Meu Malvado Favorito, o primeiro da série.


Com um forte apelo visual, já que os personagens principais, os minions, falam em um dialeto próprio que se configura em uma mistura de idiomas, o filme se passa nos anos 70, quando Gru, ainda era uma criança. O intuito é mostrar como Gru inicia sua carreira de vilão e é por isso que acontece o flashback de 50 anos. As roupas, a trilha sonora, a linguagem e o comportamento dos personagens ilustram bem a época.

Durante o filme, muitas gargalhadas foram ouvidas. Os Minions 2 conseguem tirar o riso, com elementos direcionados às crianças de idade pré-escolar. Ele tenta prender a atenção dos jovens ao colocar aspectos que fazem ligações com as demais produções da saga, mas não tem tanto êxito.

O roteiro do filme deixa a desejar, primeiro porque o título dado ao longa aqui no brasil está equivocado, pois os minions 2 não trata da ‘origem de Gru’, mas sim da ‘ascensão de Gru’. pois na questão da origem do personagem, muitas coisas foram contadas nos outros filmes intitulados “Meu Malvado Favorito”. Muito por conta do título dado por aqui, se esperava que o filme evidenciasse os porquês de Gru ser um vilão, o que o fez ir para o lado do mal. Porém, é apresentada uma criança de 11 anos que está bem definida em relação ao pensamento e as vontades de se tornar um grande vilão.

Como o filme conta uma história que já se sabe o desfecho, já que se trata de uma volta no tempo para relatar fatos da vida de um personagem já formado pelos filmes anteriores, esperava-se alguma descoberta impactante, algo que fizesse quem assistiu os demais filmes entender o porquê de determinado acontecimento em algum filme anterior. Mas nada disso acontece. O roteirista Bryan Lynch não agrega emoção àqueles que acompanham os bichinhos amarelos que amam banana.

O filme fica em cartaz na cidade durante a temporada de férias. Porém o preço de R$ 20,00 pela meia entrada não vale a pena para aqueles que acompanham a saga há mais tempo. Os demais filmes da série estão disponíveis em serviços de streaming.

Por Kadu Mendes

 

COMPORTAMENTO

COMPORTAMENTO

ARTESÃOS DISPUTAM ESPAÇO COM INDUSTRIALIZAÇÃO EM PG

Créditos: Heryvelton Martins

Cada vez menos as pessoas buscam itens artesanais e recorrem a produtos industrializados, por conta do preço

Amor, paixão e até hobby, tudo isso pode definir um pouco do que os artesãos de Ponta Grossa acham de suas produções. Mais do que isso, os produtos artesanais se tornam fonte de renda de artistas que a cada dia perdem espaço para as grandes fábricas capazes de produzir itens bem semelhantes em questão de segundos e por menos da metade do preço.


Cada vez mais os ponta-grossenses esquecem algo muito importante em uma produção artística: o amor, elemento que por vezes, na correria do dia a dia fica de lado. O que as grandes fábricas trazem em agilidade, os artesãos de PG respondem com sentimento de amor e comprometimento com aquilo que muitos começaram a fazer ainda quando criança.

Ao ver um robô pintar um quadro logo surge um sentimento esquisito, isso porque o robô não tem sentimento e por isso irá fazer apenas o que foi programado. Mas porque diante de comidas, brinquedos e até enfeites, que antes eram artesanais, feitos por robô o sentimento não se repete?

Créditos: Heryvelton Martins

Seja um bolinho de chocolate ou um carrinho de brinquedo esculpido na madeira, ambos representam algo, seja para a moça do terminal que vende bolinhos artesanais para pagar a faculdade do filho ou a idosa que aprendeu a tecer com sua mãe, esse tipo de significado, uma máquina nunca vai conseguir transmitir.


Em Ponta Grossa o ponto de referência para aqueles que buscam produtos artesanais é a casa do artesão que fica na praça Barão do Rio Branco, no centro da cidade e surgiu após a iniciativa de um grupo de artesãs. O espaço funciona de segunda a sexta, das 08h às 18h.

Por Heryvelton Martins

 

LITERATURA

LITERATURA

LITERATURA PONTA-GROSSENSE É MARCADA POR UM "ARCABOUÇO" DE COTIDIANO

Créditos: Kathleen Schenberger

Livro de bolso transporta narrativas flexíveis que conversam com a vida de cada leitor


E se a subjetividade do dia a dia coubesse em um bolso? Essa é a proposta do livro Bolso: onde a vida cabe, da escritora Renata Regis Florisbelo. A obra, como o nome sugere, tem o formato ideal para ser colocada em um bolso e levada para qualquer lugar. Este é o 14º livro da autora que sucede outras produções como “Surreal verossímil" e “A melhor janela”. Ela integra a Academia de Letras dos Campos Gerais e a Academia Ponta-Grossense de Letras e Artes. O pequeno livro publicado pela editora Estúdio Textos carrega 80 textos curtos, de uma a três páginas. A leitura é fácil, porém é necessária atenção e boa interpretação para compreender as mensagens de cada conto.


Em muitos momentos a autora faz trocadilhos com o bolso. Questionando o quanto um bolso pode ser simples, mas carregar tantas coisas. Pode-se entender que uma das essências da obra é pensar dessa forma, textos que remetem a trivialidade e a subjetividade de um bolso. Alguns textos que chamam a atenção são: Em ponto, Espera, Envelhecida, Festa e Fundo. Em conteúdo, traz temáticas singelas, mas também o lado sombrio da vida, como a morte, tristeza e desilusões. Tudo com uma abordagem lírica.

Observando as intenções da autora com o livro, é difícil dizer quais textos saem do eixo da obra. Contudo, algumas passagens do livreto são confusas. A autora parece tentar colocar todos os pensamentos de uma vez, o que não é necessariamente ruim. Porém, é preciso ler uma, duas e até três vezes para compreender. Como é o caso do texto Buraco. Outro ponto que dificulta a leitura de alguns textos é a pontuação, algumas frases carecem de vírgulas que auxiliariam em uma leitura mais fluida.
MÚSI

Apesar dos percalços de leitura, a obra se faz especial pela proposta que carrega. O estilo de escrita da autora reflete a proximidade com a simplicidade. Renata explica: “Particularmente não sou muito afeita a escrever sobre coisas grandiosas ou sobre grandes feitos.” O livro traz essa perspectiva, mas não se engane ao pensar que é feito para ser lido de forma despretensiosa e rápida. A obra é ideal para quem gosta de olhar a vida com o carinho da reflexão, cada texto seduz pela sutileza dos pequenos eventos do cotidiano. Um livro que te faz pensar e viver nas páginas onde a vida cabe.

Serviço:
O livro pode ser adquirido diretamente com a autora através das redes sociais e tem o valor de R$ 30,00.

Por Kathleen Schenberger

 

MÚSICA

MUSICA

ESTILO VIBRANTE NO ROCK DE PG

Créditos: Fábio Gurski via Instagram

Banda A Coisa abre segundo dia de apresentações no Sexta às Seis


Com estilo vibrante e pesado. O álbum “A Coisa”, da banda de mesmo nome, possui 12 faixas musicais lançadas em 2018. A produção de 44 minutos conta com os principais sucessos da banda, como Eu em Você, Bad Trip, Beijo Não, Fugindo do Olhar e Gospel do Ateu, ambas com mais de mil visualizações no Spotify.

O estilo predominante nas músicas da A Coisa é um hard rock com pegadas alternativas, e toques de melancolia em suas letras. Esse contraste dos tons agressivos da guitarra com os versos, junto a uma timbragem remetendo ao stone rock, torna a melodia harmoniosa. O vocal rasgado e agudo do vocalista Jessé complementa a atmosfera ardida da música.

A faixa número 5, chamada Tic Tac Toc, chama atenção pela letra, onde o eu lírico vive um caos consigo mesmo, junto com uma vibe pesada. Outro destaque é a música Bad Trip, com um ritmo voltado mais ao hard rock, impossível de ficar parado. Por fim, outra recomendação é a música Gospel do Ateu, ainda mais vibrante, que conta com a presença de um solo de guitarra ardente.

A capa do disco traz a figura de uma coisa, fazendo alusão ao nome da banda. Nela estão dispostas a imagem de um pássaro com pernas humanas, onde o pé está afundado em uma piscina. O fundo é uma imagem em branco, com elementos rabiscados dispostos de forma caótica, como em uma pintura surrealista, o que traz uma pegada gore para a capa.

Créditos: Rafael Schwab via Instagram

A banda A Coisa é de Ponta Grossa. Fazem parte dela quatro integrantes, o vocalista Jessé Vandoski, o guitarrista Pedro Ruzão, o baixista Felipe Oliveira e o baterista Silvio Mendes. Eles se apresentaram durante o segundo dia de shows no sexta a seis, junto com a banda Hoovaranas.


Serviço:
Banda: A Coisa
Início: 2008
Álbuns: A Coisa
Disponível em: Todas as plataformas musicais de streaming e Youtube.

Por Lucas Ribeiro