A peça de encerramento do 50º Fenata contou com previsões de tarot e sucessos da MPB
O mago, os enamorados, o diabo, o enforcado. Essas são algumas cartas de tarot que direcionam e ambientam o espetáculo ‘O grande circo místico'. O musical foi apresentado no encerramento do 50º Fenata, no Cine Teatro Ópera, com a companhia Broadway de Curitiba.
A primeira apresentação de O grande circo místico foi em 1982, como uma criação de peças musicais de Chico Buarque e Edu Lobo, então toda a peça vai acompanhar canções como ‘A História de Lily Braun’, originalmente interpretada por Gal Costa e ‘A Bela e a Fera’, cantada por Tim Maia, contando a história de cinco gerações de uma família circense e quais rumos o circo toma em cada geração.
Na apresentação da última noite, além da música e do tarot, utilizados para direcionar a história, a peça usa de danças e artes circenses, como o balé e o trapézio, fazendo com que o musical fique ainda mais explicativo e profundo, objetivando contar uma história que envolve diversos amores e rumos que a vida pode tomar. Outro artifício que a peça utiliza para contar as histórias é a própria iluminação do palco, onde em momentos de alegria ou tensão as cores das luzes ficam mais quentes e quando o musical se volta para cenas mais tristes e introspectivas, logo o palco fica em cores frias.
Foto: Catharina Iavorski
A atuação dos 18 atores e atrizes, juntamente com as músicas, deixou a peça ainda mais artística e expressiva e a junção de vozes de todos cantando no palco gerou uma harmonia nas canções. Porém, o único ponto negativo foi um problema técnico em relação ao som, que em determinados locais do auditório geraram uma dificuldade de entendimento na letra das músicas.
O espetáculo além de contar a história de uma família circense e todas as suas relações geracionais, trata sobre a força da arte e sobre como ser artista é um ato de resistência. Ao final da peça, é exatamente isso que os atores e atrizes representam. Trocando de figurino, mudando de peças de época para camisetas de resistência, os artistas mostram ao público como a arte é luta.