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Crítica de Ponta 

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você!

 

 

 

litera

Os Campos Gerais a partir de 72 visões

Livro traz mais de 70 histórias sobre a região, contadas a partir da experiência dos autores

O livro Crônicas dos Campos Gerais conta com 72 textos de diversos autores, que relatam acontecimentos dos Campos Gerais a partir de suas próprias visões e experiências. Os textos percorrem vários lugares, como a Vila Ferroviária em Ponta Grossa, e a Praça da Matriz em Imbituva.

O livro, além de ser de rápida e fácil leitura, é ótimo para aqueles que desejam conhecer mais sobre os Campos Gerais. Cada crônica ocupa uma página e meia, então é possível ler aos poucos sem se perder nas histórias.

Crédito Academia de Letras dos Campos Gerais

Foto: Academia de Letras dos Campos Gerais

A impressão que fica após a leitura, é que as pessoas devem prestar mais atenção no seu entorno, visto que pequenos acontecimentos do dia a dia podem render boas memórias e histórias.

Uma das crônicas que pode ser encontrada já no início do livro, por exemplo, tem como título “Rotina”, e foi escrita por Felipe Vieira da Silva. O texto foi escrito a partir da visão de Felipe sobre o momento em que pegava o ônibus no Terminal Central, e o trajeto percorrido até chegar ao seu ponto de desembarque. Na crônica, o autor descreve o momento em que começa a prestar atenção nas pessoas que encontrava todos os dias, como é o caso de um casal de idosos, alguns ambulantes e estudantes do Regente Feijó. O foco do texto é mostrar como toda essa situação virou um hábito, e a forma como a vida continua após descer em seu ponto final.

O texto, assim como vários outros do livro, mostra que os pequenos acontecimentos têm importância, e que os Campos Gerais não se resume a uma única história, mas é feito por várias memórias individuais.

 

Por Ana Barbato

Serviço:

Título do livro: Crônicas dos Campos Gerais

Coordenador do projeto: Mário Sérgio de Melo

Realização: Academia de Letras dos Campos Gerais


 giros urbanos

Centro de Eventos vira ‘deserto’ pós Munchen

Moradores da região confirmam que o espaço abandonado é alvo de vandalismo

O Centro de Eventos de Ponta Grossa é um dos principais locais do município para a realização de shows nacionais. Com 605 mil m², a área também é palco da Festa Nacional do Chope Escuro, a Munchen Fest. Porém, quando não é utilizado para eventos culturais, o local fica praticamente deserto. Como não tem finalidades além dos shows, o Centro de Eventos é alvo de abandono e vandalismo. Devido ao mau tempo, o pavilhão principal apresenta problemas na estrutura, como rachaduras nas paredes e tetos. A informação vem de moradores do núcleo Santa Terezinha, localizado no bairro Contorno.

Leonilda Galvão, de 70 anos, reside próximo ao espaço. A aposentada, que mora a mais de duas décadas perto do Centro de Eventos, revela que o local já foi melhor preservado pela prefeitura. Galvão relata que a maioria dos shows da 31ª edição da Munchen Fest precisaram ser realizados em palcos externos, enquanto o pavilhão sediava alguns shows de bandas alemãs com tempo limitado de até 30 minutos. Mas, o que revolta a moradora é a notícia de quando encontraram o corpo de um jovem próximo ao espaço. O caso ocorreu no início de dezembro, uma semana após o fim da Munchen Fest. Para Galvão, o corpo ser desovado próximo ao local é um problema de segurança pública.

Leriany Barbosa

Foto: Leriany Barbosa

A Secretaria Municipal de Turismo é responsável pelo local e, ao ser questionada sobre a segurança do espaço, a assessoria afirma que o Centro de Eventos conta com monitoramentos remotos e presenciais, realizados pela Guarda Municipal de Ponta Grossa. Porém, para o morador da região Matheus Luiz de Oliveira, a segurança parece não funcionar, pois o local é regularmente invadido. Ao visitar o espaço, a reportagem do Crítica de Ponta se deparou com um dos portões entreabertos. Oliveira lembra que a única manutenção realizada pela prefeitura regularmente é o corte da grama.

Construído em 1991, o local foi construído na gestão do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho (1989-1992), especialmente para sediar a Munchen Fest e eventos de grande porte. O Centro de Eventos está localizado no núcleo Santa Terezinha, próximo ao 3º Regimento de Carro de Combate. Mas será que o espaço serve somente para shows? Acredita-se que a Prefeitura de PG precise investir e garantir a manutenção do Centro de Eventos, nem que seja para realizar campanhas de vacinação, como acontecia durante a pandemia, desde que utilize-o para atender demandas de interesse público na Cidade.

Por Leriany Barbosa

 

Serviço:

Centro de Eventos, Av. General Aldo Bonde, núcleo Santa Terezinha, bairro Contorno, Ponta Grossa - PR.


 mídia regional

Portais noticiosos de PG não valorizam Twitter para publicação de notícias

Os 5 perfis jornalísticos analisados apresentam pouco engajamento numa rede social útil para comunicação

O Twitter é uma rede social com presença de veículos jornalísticos, por possibilitar interatividade e a identificação de tendências. Em Ponta Grossa, de 5 veículos de notícias analisados, nenhum deles apresenta curtidas/comentários/compartilhamentos das publicações. A falta de engajamento demonstra o desinteresse do público leitor do jornal na rede específica pois, em outras redes, como o Facebook, a interação dos usuários com os veículos é maior. O comportamento do público reflete como os portais locais não buscam contemplar os leitores no Twitter.

O Twitter pode ser considerado uma rede de conscientização porque informa os usuários, com potencial de esclarecimento sobre atualidades, mas sem o aprofundamento de temas. A perspectiva é de um pesquisador de mídia digital e educador de jornalismo na Universidade da Colúmbia Britânica, Alfred Hermida, para quem o jornalismo deve saber usar a rede social como estratégia para alcance do público. É perceptível que não há estratégia de uso do Twitter pelos principais portais de notícias dos Campos Gerais, o que significa a perda de um público leitor que poderia ser contemplado.

Para publicação, os veículos resumem o título da notícia, adicionam o link da mesma para acesso do site noticioso, e aparentam esquecer da rede social após o processo. Não há interação com o público leitor, não há produção com linguagem específica da rede, como produção das populares threads (tweets que se complementam para ultrapassar os 140 caracteres), não são publicados vídeos ou fotos, gifs, e não existem comentários e compartilhamentos de conteúdo alheio. Os exemplos são estratégias utilizadas com finalidade comercial: plataformas de Streaming, por exemplo, que comentam os produtos e respondem a elogios e críticas de usuários. Considerando que as notícias são mercadorias, os produtores deveriam conhecer o público e buscar conexão com ele para ampliar e consolidar o consumo.

Os portais de Ponta Grossa, portanto, poderiam assumir uma postura ativa e proveitosa em uma rede social em que o público já costuma utilizá-la com o objetivo de consumir informações. Entender as lógicas que regem a rede social para aproveitar uma ferramenta gratuita e que tem possíveis leitores é importante para que a presença do jornalismo seja expressiva no ambiente digital, diminuindo o consumo de notícias produzidas por perfis não-especializados. Quanto mais o público da rede social reconhecer e credibilizar portais jornalísticos, menor a chance do consumo de notícias falsas ou antiéticas, por exemplo.

 Por Cassiana Tozati

Serviço:

Pesquisa de Alfred Hermida: https://deliverypdf.ssrn.com/delivery.phpID=572020111031084066025085090115015108006045091065063000028096099064103121089022081103045011120033106120053098124026003111099122047040027013023094069064120108115116026009081056095080024031115119094085004122095071085125079028031108126010105124068021008117&EXT=pdf&INDEX=TRUE

Rede social citada no texto: https://twitter.com

Artigo sobre estratégia de interação das Plataformas de Streaming: https://jovemnerd.com.br/nerdbunker/plataformas-de-streaming-interagem-no-twitter-e-dao-as-boas-vindas-ao-disney-plus/

Explicação dos termos “gifs” e “threads”: https://www.mlabs.com.br/blog/thread-do-twitter#:~:text=Thread%20significa%20linha%20ou%20fio,a%20gente%20que%20voc%C3%AA%20descobrir%C3%A1.

https://www.futuraexpress.com.br/blog/o-que-e-gif/


cinema

Série “Todo dia a mesma noite” revive tragédia registrada há 10 anos na Boate Kiss

Seriado transita entre o registro histórico e o desrespeito às famílias das vítimas

Em 2023, o incêndio na Boate Kiss, da cidade de Santa Maria (RS), completa 10 anos. O episódio deixou 242 pessoas mortas e 636 feridas. O seriado “Todo Dia a Mesma Noite”, disponível na Netflix, foi inspirado no livro homônimo escrito por Daniela Arbex. Ambas as obras caminham em uma linha tênue ao atualizar um acontecimento recente, que pode tanto registrar a memória como invadir o luto e a privacidade dos familiares, amigos e conhecidos das vítimas. 

Os personagens apresentados na série são inspirados em vítimas reais, retratam as famílias, os amigos, as características das vítimas, e é assim ponto que a obra se torna psicologicamente pesada. Muitos telespectadores destacaram nas redes sociais o desconforto em acompanhar tão de perto as pessoas que faleceram na tragédia. Ao apresentar as características, o diretor da série optou por salientar o sotaque gaúcho, uma vez que a tragédia aconteceu em Santa Maria, no centro do estado. Porém, em alguns momentos, a fala se torna de certa forma não natural com gírias exageradas e sotaque forçado. 

Todo Dia a Mesma Noite Foto

Foto: Divulgação Netflix

Com o foco nas personagens e no sofrimento, tanto o público quanto a minissérie se distanciam da motivação central que a obra deveria ter: um alerta para que não ocorra novamente. Ao enxergar apenas o horror, os jovens não se colocam na realidade retratada e não percebem que podem também vivenciar uma situação similar. Em Ponta Grossa, diversas casas noturnas poderiam sediar algo parecido por permitir a superlotação, contar com pouca ventilação e, inclusive, difícil saída de emergência. 

Tragédias impactantes despertam a curiosidade do público. Contudo, é preciso direcionar a atenção para o alerta, não só para o horror e a exposição do desastre ocorrido. Essa é uma das intenções presentes no seriado: apontar uma história além dos boletins policiais, humanizar as vítimas e trazer a tragédia ao cotidiano de quem hoje assiste. Ao situar o espectador na cena do acontecido, a série alcança o objetivo de pautar e relembrar o problema social.

Por Bettina Guarienti

Serviço:

A série Todo Dia a Mesma Noite, lançada em 2023, tem 5 capítulos de cerca de 40 minutos cada e está disponível no serviço de streaming Netflix.


comportamento

Uma moda ecológica em forma de Ecobag

Item passa a integrar o dia a dia de brasileiros que buscam hábito e consumo consciente

As ecobags, ou ‘sacolas ecológicas’ não são novidade no mercado, mas com a  recente popularização nas redes sociais tornam-se um item ‘da moda’ cada vez mais  utilizado entre jovens e adultos.

Procurada para os mais diversos fins, as sacolas ecológicas podem ser produzidas a  partir de inúmeros materiais, como algodão, TNT, jeans ou a juta, por exemplo, uma fibra  natural proveniente de uma planta com o mesmo nome. Versáteis, estilosas e com  variedades de estampas, modelos, materiais e cores, o hábito entrou em voga e deixou de  ser algo utilizado somente para compras, e pelas pessoas que, de alguma forma,  preocupavam-se com o meio-ambiente.

De acordo com dados do Programa das Nações Unidas (UNEP - UN Environment  Programme), aproximadamente 7 bilhões das 9,2 bilhões de toneladas de plástico  produzidas de 1950 a 2017 se tornaram resíduos plásticos, que acabaram em aterros  sanitários ou lixões. No Brasil, alguns estados já se mobilizam para evitar a poluição por  sacos plásticos. No Amazonas, por exemplo, a venda e distribuição de materiais para o  acondicionamento e transporte de produtos pelo consumidor final está proibida.

Créditos Mariana Gonçalves

Foto: Mariana Gonçalves

Com a crescente popularização das temáticas ambientais, as ecobags passaram a  ser uma alternativa às sacolas comuns ou até mesmo mochilas e bolsas tradicionais,  segundo usuários. As ecobags também tornaram-se peças marcantes na composição de  estilos e looks para o dia a dia. E, assim, diversas marcas famosas passaram a  comercializá-las por valores elevados (por vezes, até abusivos), se comparados aos valores  comumente encontrados nos mercados e estabelecimentos comerciais.

Seja por moda, estilo ou consciência ambiental, fato é que as ecobags vieram para  ficar e, na maioria dos casos, para, ajudar as pessoas na busca pela diminuição dos  plásticos descartados no meio ambiente.

Por Mariana Gonçalves

Serviço:

Programa da ONU ao Meio Ambiente - https://www.unep.org/pt-br Confira sugestão ao descarte de resíduos plásticos, acesse.


musica

MUM apresenta poder vocal e de escrita em performance

Cantora realizou uma última apresentação de 2022 no Kingston Pub

O Kingston Pub, bar com temática jamaicana de Ponta Grossa, realizou uma programação especial para o aniversário de 1 ano do local. Quase no final das apresentações programadas, MUM tomava o palco no sábado, 17 de dezembro, timidamente cumprimentando quem estava presente. O que seguiu nos momentos iniciais foi, possivelmente, a demonstração de uma das performances expressivas da cidade atualmente.

Gabriela de Paula é o nome real de MUM, sigla que significa “Mais Uma Mulher”. Acompanhada de uma banda de qualidade inquestionável, a cantora interpreta as músicas sem medo das caras e bocas, com gestos quase coreografados e poder vocal. Em meio às músicas, conversa com o público e explica as motivações ao escrever as letras, sempre com um caráter realista e emocionalmente pesado.

mari ahelena

Foto: Maria Helena Denck

Na apresentação realizada dia 17, MUM recriou alguns dos feitos do show no Sexta às Seis realizado em 2022. O que surpreende é que, mesmo em uma estrutura menor, mais fechada e que, com certeza, conseguiria expor defeitos com maior facilidade, o que parece é que a artista não só recria como melhora a cada dia a performance. Ela parece conhecer as próprias potencialidades, e não se acanha ao explorá-las ao máximo, música após música.

É possível destacar algumas performances que foram particularmente tocantes. Carcaça, poema musicado escrito por MUM, tem letra, instrumental e vocal carregados, e emociona quem escuta e consegue se identificar com o sentimento de ser uma mulher. Emudecer, parceria com Lilo, fica mais surpreendente a cada minuto que passa. O encerramento da apresentação, com interações entre a cantora e a banda, destaca cada um dos nomes que torna possível o show.

A performance no Kingston Pub foi a última de MUM e banda em 2022. Para acompanhar a programação de apresentações da cantora, a partir de janeiro/23, é possível seguir a artista no instagram (@maisunamulher).

Por Maria Helena Denck

Serviço:

MUM - Gabriela de Paula.

Apresentação no Kingston Pub dia 17 de dezembro de 2022.

@maisunamulher.