A redução de mercados universitários e falta de produtos em prateleiras são reflexos da pandemia
A região do Centro possui muitos estabelecimentos comerciais, porém existe uma deficiência de mercados. Para quem não tem carro, a tarefa de comprar mantimentos é mais difícil, em especial para estudantes.
Essa dificuldade é enfrentada pelo estudante de Geografia, Felipe Eduardo Melo. Ele divide apartamento com outras duas pessoas nas proximidades da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Melo relata que normalmente faz compras em mercados de atacado para facilitar a tarefa. “O mercado do calçadão é longe.”
Melo não tem carro e destaca outro problema. “Quando fazemos compras, pedimos carro em aplicativos. Porém, esses carros de app nem sempre querem aceitar corridas de volta pra casa.”
A falta de opções de mercados ou mercearias próximo ao Centro dificulta a realização de compras. (Foto: José Tramontin - acervo Periódico)
As mesmas dificuldades são encontradas no cotidiano da estudante de Direito Fernanda Rank. Além de estudar e estagiar durante a semana, ela também se preocupa em fazer as compras para casa. Ela precisa andar até os mercados
“Não tendo carro, fica difícil comprar tudo o que precisa. Ou vou ao mercado com frequência, ou falta muita coisa em casa”. Com poucas opções e prateleiras quase vazias nos mercadinhos, a estudante explica que não vê vantagens em ir a esses lugares, que também são mais caros. “No geral, a variedade de produtos é pequena, o que faz com que não atendam as necessidades dos moradores.”
Próximo à UEPG havia mais mercearias, mas a pandemia fez com que os estabelecimentos fechassem. Essa situação afligiu o comerciante Cleber Machado dos Santos. Há 23 anos, Santos trabalha num pequeno mercado na Avenida Munchen e conta que quase precisou fechar as portas.
Ele também explica que “temos poucos produtos porque não conseguimos nos estruturar, os preços são um pouco mais caros mesmo. Porém, se os universitários comprassem mais aqui, teríamos mais variedade e preços mais em conta”.
Ficha técnica:
Repórter: Kathleen Schenberger
Edição e publicação: Eder Carlos
Supervisão de produção: Marcos Zibordi
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen