Ponta Grossa gerou quase 4 mil vagas de emprego em 2024
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Dados Divulgados pela Caged revelam melhor saldo dos últimos cinco anos
Os setores que mais empregaram em Ponta Grossa foram serviços, indústria, comércio, construção e agropecuária. Foto: Julio Cesar Prado
Segundo o levantamento de dados fornecido pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o município de Ponta Grossa teve no primeiro semestre de 2024 o melhor saldo de vagas de empregos dos últimos cinco anos. Os dados mostram que de janeiro a junho foram registradas 3.890 vagas de empregos formais (com carteira assinada). Em comparação com 2023, foram geradas 2.279 vagas, o que corresponde a um aumento de 74,6%. De acordo com a Agência do Trabalhador e os dados do Caged, os setores que mais empregaram na cidade no período foram serviços, indústria, comércio, construção e agropecuária.
Gabriely Lemes, de 22 anos de idade, é atendente em um supermercado da região e este é o seu primeiro emprego com carteira assinada. Ela conta que apesar da cidade oferecer vagas em diversas áreas e empresas, sem ter experiência comprovada pela carteira, é mais difícil de conseguir. “Eu demorei para conseguir, mesmo que tenham muitas vagas, normalmente preferem quem tem experiência comprovada pela carteira assinada”, relata.
Pamela Cristina da Silva, de 26 anos de idade, desde maio, trabalha como auxiliar de escritório em uma clínica médica e valoriza o fato de ter carteira assinada. Para ela, esse vínculo empregatício é importante para garantir os direitos dos trabalhadores “Ter uma carteira assinada me dá segurança, porque sei que meus direitos, como férias e décimo terceiro estão garantidos”, ressalta.
O diretor da Agência do Trabalhador, Adriano Gonçalves explica que os empregos com carteira assinada são essenciais para movimentar a economia da cidade. Ele afirma que, quando surge uma nova indústria, por exemplo, além de gerar emprego, ela impacta também em outros setores que são necessários para seu funcionamento como matéria prima, transportes e etc.
Na visão de Adriano, os empregos com carteira assinada melhoram a qualidade de vida das pessoas, com salários para os trabalhadores e impostos pagos por essas empresas, que serão em parte retornados para os próprios cidadãos, desencadeando uma reação em cadeia. “Os pagamentos aos trabalhadores e a geração de impostos pelas empresas, que em parte retornam aos cidadãos da cidade, ou seja, é uma ocorrência em cadeia”.
A auxiliar administrativa Ana de França, é formada em biologia e conta que precisou mudar de área para conseguir o emprego com carteira assinada. “Fiquei um tempo procurando na minha área e não consegui, quando troquei achei em um mês”, reitera. Ana reforça que na cidade são oferecidas muitas vagas de emprego, mas que não exigem especialização, contudo, no caso de quem é formado e possui uma área mais nichada, as oportunidades são poucas.
Rayan Mendes Oliveira começou a trabalhar com carteira assinada em fevereiro, ele é técnico de rede interno. Rayan acha que a cidade não oferece boas vagas de emprego e as disponíveis não possibilitam progressão na carreira. “As vagas aqui não oferecem boas chances de desenvolvimento ou progresso justo, parece que as empresas não valorizam os trabalhadores”.
O Paraná é o terceiro estado do Brasil que mais gerou empregos em 2024, foram 124.647 vagas. Os setores que mais empregaram no estado foram a indústria, serviços, construção civil e comércio.
Infográfico: Bianca Voinaroski
Ficha Técnica:
Produção: Bianca Voinaroski
Edição e publicação: Karen Stinsky e Lívia Maria Hass
Supervisão de produção: Muriel Amaral
Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado
Real completa 30 anos em 2024 e enfrenta desvalorização
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- Produção: Ana Beatriz de Paiva
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A moeda, criada na década de 1990, foi responsável por estabilizar a inflação e a economia brasileira
Em 2024, o Plano Real completou 30 anos. A medida foi implantada durante o governo de Itamar Franco com o objetivo de amenizar a inflação vigente na época. A nova moeda cumpriu com o seu objetivo e durante os primeiros anos de circulação, um real era equivalente a um dólar. De acordo com o Banco Central do Brasil, em 1994 a inflação alcançava índices altíssimos de 47,7% ao mês e 4.922% ao ano antes da implantação desse plano. Os produtos básicos naquele período sofriam oscilações de preços mais de uma vez ao dia.
No site do Banco Central é possível encontrar a calculadora do cidadão. Ela aponta que em 2024, para o brasileiro ter o mesmo poder de compra equivalente a um real em 1994, seria preciso desembolsar R$ 8,08. A agência classificadora de risco de crédito Austin Rating apontou recentemente as moedas mais desvalorizadas do mundo. No ranking, o real brasileiro ocupa a 5° posição, com uma desvalorização de -14,6%, atrás apenas das moedas da Nigéria (-42,6%), Egito (-35,8%), Sudão do Sul (-29,9%) e Gana (-21,9%).
Moedas desvalorizadas no mundo. | Crédito: Ana Beatriz de Paiva
José Renato Olszewski é economista e explica que na década de 1990, o real foi responsável por trazer estabilidade econômica para o Brasil. “Juntamente com o plano real, vieram outros adventos responsáveis por modernizar a economia”. Olszewski comenta como a desvalorização da nossa moeda pode impactar a vida dos brasileiros: “as famílias hoje, com a mesma renda, compram menos. Esse processo afeta diretamente o fluxo circular da economia e a queda atinge a indústria”.
O economista observa que dentre as principais explicações para a desvalorização de uma moeda está o endividamento do setor público. “O governo precisa fazer o pagamento de juros pelo déficit primário gerado, há uma transferência de recursos financeiros que poderiam ser investidos no crescimento da economia, mas foram para pagamento de juros”. Além disso, o comércio internacional se torna outro polo responsável pela desvalorização, visto que há grande procura pelo dólar, moeda em comum entre os países, para a realização de transações internacionais. “É importante entender que a moeda mais utilizada no mercado é o dólar, e o Brasil precisa da moeda internacional para fazer frente aos pagamentos de importações. Assim funciona a lei da oferta e da procura, quanto mais se procura uma moeda no exterior, maior é o preço que irá ser pago nela”, esclarece.
A desvalorização da moeda e o consequente crescimento no preço de produtos básicos afetam diretamente os comerciantes. Vladimir Axt é dono de um pequeno negócio em Ponta Grossa. Ele afirma que com o aumento dos preços, seus clientes pagam o mesmo valor para quantidades cada vez menores. Além da compra dos produtos gerar lucros menores para o seu negócio. “Quando o valor das mercadorias sobe, os dois lados perdem, tanto eu como vendedor, porque preciso diminuir o lucro para o valor do produto não ser tão alto para os clientes. E os clientes pagam o mesmo valor por quantidades menores de produtos”. Ele relata que procura equilibrar os preços das mercadorias para não prejudicar os compradores.
Diva dos Santos é dona de uma mercearia. Costuma fazer compras para seu negócio a cada 15 dias e percebe o aumento regular dos preços a cada transação. “Toda vez que faço compras, o valor aumenta. Então, como forma de manter meu negócio, preciso reajustar o valor dos meus produtos frequentemente”. A comerciante conta, ainda, que parou de vender alguns itens devido aos altos valores e a baixa procura em sua região. Como uma forma de alavancar o seu comércio, Diva destaca que em períodos próximos a datas festivas ou comemorações, investe em produtos específicos, que geralmente não são comercializados por ela durante outras épocas do ano.
Os preços no início do Plano Real
De acordo com o Banco Central, em 1994, o valor do salário mínimo era de 64,79 reais, o que equivaleria a R$523,52 corrigidos pela inflação dos dias atuais. Em 2024, o valor é de R$1.412.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1994, uma cesta básica poderia ser comprada por R$67,40, o que em valores atuais, corrigidos pela inflação, seria o equivalente a R$544,61. Atualmente, o valor de uma cesta básica é de R$809,77.
Já o preço do litro da gasolina na maior cidade do Brasil (São Paulo) era de R$0,55, o que equivaleria a R$4,44 nos dias de hoje. No entanto, atualmente o valor do litro da gasolina em São Paulo é de R$5,66 segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Histórico da moeda brasileira
Durante o governo de Itamar Franco, o ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso foi responsável por elaborar o Plano Real, implantado no dia 1 de julho de 1994, com o objetivo de reorganizar a economia brasileira. Nos anos 1990, a inflação no Brasil atingia níveis altíssimos, e o cruzeiro, moeda vigente na época, valia cada vez menos do que o dólar e os preços de alimentos, gasolina e prestações subiam descontroladamente. Ao longo dos primeiros quatro anos da implementação do plano, o valor do real foi estável, sofrendo apenas em 1998, uma pequena inflação de 1,5%.
Na atual economia, a situação é diferente. Para se comprar um dólar, o brasileiro precisa desembolsar cerca de cinco reais e cinquenta centavos. Atualmente, de acordo com o IBGE, o governo federal utiliza o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como “índice oficial da inflação no Brasil’’. Este serve de referência para as metas de inflação e para as alterações nas taxas de juros. O IBGE divulga o índice regularmente desde 1980. Segundo o IPCA, houve uma alta geral dos preços de 521% desde o primeiro dia em que o real passou a circular.
Ficha Tecnica:
Produção: Ana Beatriz de Paiva
Edição e publicação: Mel Pires e Luisa de Andrade
Supervisão de produção: Carlos de Souza
Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado