Na próxima quarta-feira (15), Dia Nacional da Paralisação em Defesa da Educação e das Universidades Públicas, a Associação Nacional de Pós-Graduandos participa de protesto nacional
A cada ano a tensão pela continuidade dos programas de pós-graduação na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) aumenta. Isso porque o repasse de verbas destinadas às pesquisas tem diminuído cada vez mais, causando preocupação à comunidade acadêmica. Atualmente, a UEPG recebe auxílio da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (FA), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
 
Fachada da UEPG - Campus Central | Foto: Luiza Sampaio

Com a diminuição dos investimentos estaduais e federais, programas de pós-graduação têm passado por limitações no desenvolvimento de atividades, como ausência de palestrantes em eventos ou mesmo falta de recursos para a realização dos eventos. Muitos estudantes têm ficado sem receber as bolsas que, para muitos serve como garantia de permanência na universidade, R$ 1.500 para mestrado e R$ 2.200 para doutorado.

“Os cortes na Capes acabam com a possibilidade de novas cotas de bolsas. Não haverá editais de fomento à pesquisa e talvez não haja recursos para pagar o último edital Universal do CNPq. Na Fundação Araucária não será diferente. Os cortes impossibilitam os editais de fomento à pesquisa, como o Edital da Pesquisa Básica e Aplicada”, diz o coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UEPG, Alessandro Nogueira.

“A solução está nas atividades que geram recursos financeiros e uma proximidade maior com o setor industrial, estabelecendo parcerias para benefício de ambos os lados. Em vários países, isso já é realidade há muito tempo e agora precisamos nos adaptar. Mas para que isso ocorra, o governo, tanto Estadual quanto Federal, precisam elaborar políticas para que possamos avançar, como por exemplo, incentivos ao setor industrial na cooperação com Universidades”, afirma.

A reportagem solicitou dados à Pro-Reitoria de Pesquisa da UEPG sobre recursos para pós-graduação na Universidade, mas não obteve retorno.

Segundo a presidente da Associação de Pós-Graduandos da UEPG, Isabela Sens Fadel Gobbo, os movimentos estudantis têm lutado contra o posicionamento do governo. “Temos nos posicionado firmemente contra esses cortes. Acreditamos que seja só o começo. Muitas universidades, estaduais ou federais, vão sofrer com a diminuição das verbas para pesquisa. Isso retira a liberdade e dificulta o acesso do povo à educação, inviabilizando a existência das nossas universidades públicas, gratuitas e de qualidade, produtoras de conhecimento crítico”, diz Gobbo, estudante do Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas da UEPG.

“Antes lutávamos para ampliar. Hoje é para não perder o que temos. Nesse sentido, nos mobilizaremos com as entidades do movimento estudantil, no dia 15 de maio, para fortalecer nossa caminhada”, completa. No dia 15 de maio, Dia Nacional da Paralisação em Defesa da Educação e das Universidades Públicas, a Associação Nacional de Pós-Graduandos, junto a outras entidades científicas e educacionais, fará um ato contra as medidas impostas pelo governo às universidades públicas.

Ficha Técnica
Reportagem: Laísa Braga
Edição: Luiza Sampaio
Supervisão: Angela Aguiar, Ben-Hur Demeneck, Fernanda Cavassana, Hebe Gonçalves, Renata Caleffi