Escolas de ensino regular buscam dar suporte a alunos com necessidades especiais, com apoio da Secretaria de Estado da Educação (SEED). De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), hoje em Ponta Grossa são mais de 1 mil crianças com algum tipo de deficiência em inclusão no ensino regular. 887 alunos possuem laudo médico de suas necessidades especiais e 381 estudantes aguardam resultados dos procedimentos médicos. “No início de 2013, havia somente 95 laudos. O restante das crianças não possuíam ainda esses laudos. Com algo certificando que a criança em questão é especial, o professor é capaz de trazer e fazer dentro de sala de aula uma melhor orientação para aquele aluno com dificuldade”, relata a coordenadora de Educação Especial, Elizabeth Alves.

Segundo a coordenadora, atualmente as escolas estão preparadas para receber crianças com algum tipo de deficiência, seja ela intelectual ou motora. “Já iniciamos esse trabalho de inclusão da criança no espaço escolar em 2013. Quando se recebe um aluno que necessita de auxílio específico, os professores devem buscar outro tipo de preparo, pesquisar, buscar ajuda. Quando a criança chega à escola, o ambiente escolar é preparado para o acolhimento desse aluno, tanto pelos outros colegas quanto pelos professores”, afirma.

O Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado orienta e acompanha professores e alunos na escola, quando esta recebe um aluno especial. “A equipe que trabalha no CMAEE tem formação em neuropsicopedagogia clínica. Essas professoras que têm essa formação foram em busca de algo a mais para dar conta da questão e procurar entender para poder ajudar melhor a criança”.

Os métodos de aprendizagem para auxílio de crianças especiais são incluídos nas atividades das demais crianças na sala de aula. De acordo com as normas básicas de educação, a professora regente faz o planejamento pensando em uma atividade individualizada para o aluno. O conteúdo deve ser o mesmo que é trabalhado para os demais alunos, mas o currículo/atividade é adaptado para a criança que possui uma dificuldade maior.

Escolas que possuem mais de sete crianças com necessidades especiais, são obrigadas pelo Ministério da Educação (MEC) a destinar recursos para a criação de salas multifuncionais.
A Escola Municipal Prefeito Coronel Claúdio Guimarães, na vila Coronel Claúdio, é uma das instituições que possuem sala multifuncional. Segundo a professora Ediclelaine Aparecida de Mello, são 25 alunos que frequentam as salas. Com um esquema de rodízio, as crianças são agrupadas conforme o nível de dificuldade para realização de atividades complementares. “As crianças são atendidas por grupos. Isso se dá conforme o nível de aprendizagem. A cada uma hora são trocadas as crianças”, completa.

A inclusão de crianças com necessidades especiais ainda é desafiadora para a educação, na Escola Municipal Prefeito Coronel Cláudio, o atendimento aos alunos também encontra dificuldades. De acordo com a professora Ediclelaine Aparecida de Mello, a escola não possui nenhum suporte aos alunos com deficiência visual, por exemplo. “Não possuímos nenhum material especializado para essas crianças para dar o devido auxílio. Por exemplo, um cego, não possui materiais nem livros em braile”, completa.

Bianca Ramos conta que seu filho Matheus, 10 anos, com diagnóstico de hiperatividade, não recebe o suporte necessário dentro de sala de aula. “A escola disse que não tem professora para ele”. Matriculado no 5º ano em uma escola pública da cidade, Bianca afirma que a instituição não possui o preparo necessário para receber alunos especiais. “O Mateus, muitas vezes, não é compreendido. Não entendem que ele tem as suas limitações. De fato, pra mim, a escola não tem suporte”, complementa.

Em Ponta Grossa, há centros especializados em necessidades especiais, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), a Associação Ponta-grossense Assistência à Criança com Deficiência (APACD), a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais(APADEVI) e a Escola Geny Ribas. Segundo Elaine Lima, mãe de Marina Rafaella Alves de Sousa, que estuda na APACD, colocar a filha em uma instituição especializada foi a primeira opção. “Na APACD, ela tem todo suporte necessário, como fonoaudióloga, fisioterapia, entre outros atendimentos. Na escola regular, ela poderia ter uma assistência para ir ao banheiro, por exemplo. Mas outros atendimentos, provavelmente, ela não iria possuir. Isso iria acarretar dificuldades para ela e para mim”, completa.

A lei no 9.394 que assegura o direito das crianças especiais de frequentarem ambientes escolares. “Se a criança especial vai frequentar uma sala de aula regular ou não, é opção dos pais. Temos muitos alunos, por exemplo, que iniciaram na APAE e passaram para o ensino regular. Mas é sempre uma escolha dos pais do aluno”.

Elizabeth Alves explica que a SME oferece auxiliar de inclusão até o quinto ano. Já a partir do sexto ano, a Secretaria orienta os pais na busca por instituição especializada para os filhos.
A professora Ediclelaine relata que a inclusão é mais aproveitada quando o aluno tem a oportunidade de conseguir seguir no aprendizado com os demais colegas. “Como professora, sou a favor da inclusão desde que o aluno com laudo tenha condições de acompanhar os demais no ensino regular”, conclui.

Ponta Grossa possui 50 salas de aula com recursos voltados para as crianças especiais, segundo a assessoria de comunicação da SME. Alunos com maiores dificuldades contam com um professor que os auxiliam dentro de sala de aula, como os cadeirantes ou surdos/mudos.


Falta de professores auxiliares dificulta a Inclusão Escolar em Ponta Grossa

Ficha Técnica:

Texto:
Larissa Hofbauer
Vídeo: Bruna Kosmenko e Rafael Santos
Supervisão: Professoras Angela Aguiar, Fernanda Cavassana e Paula Melani Rocha
Edição: Hygor Leonardo

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