Profissionais e mães de alunos opinam sobre o modelo de educação na pandemia

Os mais de 48 mil casos de Covid-19 em Ponta Grossa e os mais de mil óbitos, incluindo os de professores e professoras, não afetaram as decisões do governo em relação às aulas presenciais no município. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME), as escolas e CMEIS estão totalmente aptas para receber os alunos cujos pais optaram pelo ensino híbrido. "O planejamento de retorno foi colocado em prática respeitando todas as características do momento atual da pandemia e o aprendizado em relação à biossegurança", informa.

 

A professora Rommy Salomão, que trabalha na Escola Municipal Ruth H. Ribas, explica que o formato híbrido proporciona atendimento individualizado aos estudantes, mas herdou as dificuldades advindas do ensino remoto. "A paralisação das aulas desencadeou um vácuo muito grande no processo de aprendizagem e a escola não tem respostas de como recuperar esse tempo", lamenta. Rommy acredita que as aulas deveriam permanecer no formato remoto até a imunização completa dos professores. Mas segundo dados do Vacinômetro PG do dia 28 de julho, pouco mais de 6 mil docentes da educação básica receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, e somente 33 profissionais receberam a segunda dose. "Eu acredito que os professores merecem trabalhar com segurança; portanto, aguardar pela segunda dose para que tudo volte passo a passo", defende.

Foto: Heryvelton Martins

Solange Dubiel Biancke, mãe de Benjamim e Pedro Augusto, alunos do 1° e 3° anos da Escola Municipal José Pinto Rosas, vê o ensino híbrido com positividade. "Tive muito problema com as atividades [dos meus filhos]. Não tenho ensino superior, muita coisa pego no Google". Solange notou grande diferença no rendimento escolar dos filhos com a vinda do sistema híbrido. "Eles aprendem melhor. Em casa, eles não fazem [as atividades] direito". A mãe aponta os professores negligentes como principais responsáveis pelo aumento de casos de Covid nas escolas. "Tenho contato com várias professoras e, vendo os status [nas redes sociais], elas vão passear”, afirma.

Para Cristina Pereira Rocha, mãe de Miguel (aluno do 2° ano na Escola Municipal Dr. Raul Pinheiro Machado), o formato híbrido é instável. "A criança começa a entrar no ritmo e já [precisa ficar] uma semana no online. Se tiver sintomas de gripe, mais uma semana. É muita instabilidade em pouco tempo", argumenta. Cristina defende a permanência das aulas remotas. "[Seria melhor] manter online, com mais assistência dos professores e videochamadas individuais. Quando melhorar, todos retornam [ao presencial]".

Este texto é parte do conteúdo da edição recém-publicada do jornal-laboratório Foca Livre, produzido pelo 2º ano de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Acesse a edição completa em https://periodico.sites.uepg.br/index.php/foca-livre

Ficha técnica
Repórter: Carolina Olegário
Editor de Texto: Mariana Real
Publicação: João Paulo Pacheco
Supervisão: Prof. Jeferson Bertolini, Rafael Kondlatsch e Muriel Emídio Amaral, Marcos Zibordi, Maurício Liesen

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