O Novo Ensino Médio (NEM) deve começar a valer de forma obrigatória para estudantes do primeiro ano do ensino médio em 2022. Essa proposta de ensino aumenta a carga horária escolar de 800 para 1.000 horas anuais. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a grade curricular deve destinar 60% das aulas para contemplar a Base Nacional Comum Curricular e 40% para os itinerários formativos. 

Os itinerários formativos são um conjunto de disciplinas, projetos, oficinas e núcleos de estudo, focados em preparar o jovem para o mercado de trabalho. Esses itinerários são divididos em quatro áreas do conhecimento: Matemática e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. O estudante deve escolher dois itinerários, acompanhados de formação técnica e profissional, para aprofundar os estudos. 

 

Arilson Schenberger Divulgação

Foto: Arilson Schenberger

De acordo com o MEC, nenhuma disciplina será excluída, e de forma complementar, os estudantes serão orientados a criar um projeto de vida para estimular responsabilidade e dialogar sobre os projetos pessoais. O Ministério reforça que o objetivo principal do NEM é possibilitar que os alunos saiam com o diploma do ensino médio e curso técnico ou profissionalizante. 

 

Preparação 

Em Ponta Grossa, as escolas se organizam  para iniciar o próximo ano letivo com o novo sistema. Segundo o Núcleo Regional de Educação (NRE), todas as escolas, públicas ou privadas, devem seguir este modelo. A coordenadora do NEM em Ponta Grossa, Luciana Cristina de Souza, destaca que para aumentar a carga horária será implantada a sexta aula nas escolas. Além disso, todas as escolas devem ofertar os itinerários na própria instituição. “Os itinerários são concomitantes e não haverá necessidade do estudante se deslocar de uma escola para outra, todos terão acesso a itinerários diferentes”, ressalta. 

Luciana salienta que apesar da nova dinâmica no ensino, as escolas possuem estrutura para aplicar os itinerários e nenhuma instituição pública passa por reformas em função do NEM. Segundo Luciana, os diretores e pedagogos de cada escola no Paraná já passaram por treinamento diretamente com a Secretária da Educação e do Esporte (Seed-PR) e devem auxiliar os professores na adaptação ao novo sistema. 

A mudança agrada alguns estudantes, como é o caso de Yasmin Caroline Schmidt, aluna do 9º ano no colégio estadual Dorah Gomes Daitschman em Ponta Grossa. Ela destaca que a escola já passou pelas principais mudanças para o próximo ano. Yasmin afirma que levará algum tempo para se adaptar ao aumento da carga horária, mas acredita que a mudança é positiva. “Pode ser que o NEM melhore significativamente o aprendizado, pois acredito que a escola vai dar mais atenção aos alunos”, reforça Yasmin.

 

Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). 

 

Ficha Técnica
Repórter: Kathleen Schenberger
Edição de Texto: Carlos Eduardo Mendes e Isadora Ricardo
Edição e Publicação: Yasmin Orlowski
Supervisão de Produção: Muriel Amaral, Cândida de Oliveira, Jeferson Bertolini
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi, Maurício Liesen

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