Problemas de acessibilidade e falta de serviços básicos figuram como dificuldades enfrentadas diariamente pela população

No Terminal Central, não há rampa de acesso ao piso superior - Foto: José Tramontin
Nos terminais de ônibus de Ponta Grossa é possível identificar os mais diversos problemas de acessibilidade para gestantes, idosos e deficientes físicos ou visuais. No Terminal Central, não há rampa de acesso ao piso superior. Existem cinco saídas para fora no piso superior e apenas uma no inferior. Além disso, muitas pistas para deficientes visuais estão quebradas. As estruturas nos banheiros são precárias, principalmente para deficientes físicos. Também não há proteção para chuva para as pessoas que usam a saída do térreo.


Situação semelhante é encontrada no Terminal Nova Rússia, em que a falta de limpeza dos banheiros, ausência de bancos e de cobertura no embarque comprometem as condições de conforto dos usuários do transporte público. Em Oficinas, não há acessibilidade para deficientes visuais e faltam sinalizações básicas, como faixa de pedestres pintada e localização de sanitários.


“O sentimento é de isolamento, não tem locomoção, os banheiros não tem estrutura, muitas rampas para acesso ao ônibus não funcionam, muitas vezes tenho que descer da cadeira para conseguir entrar no ônibus, é um transtorno”, diz o cadeirante Marcelo de Souza, 34 anos.


“Para algumas pessoas é impossível ir para o piso superior em uma rampa, idosos tem dificuldade de locomoção e não conseguem se movimentar dentro do Terminal, além da falta de ônibus nas linhas, o que ocasiona tumulto para entrar nos veículos”, aponta o aposentado e mestre de obras José de Lima Filho, 85 anos.


Dos terminais de ônibus de Ponta Grossa, o do bairro de Uvaranas é um dos que melhor atende as questões de acessibilidade. Com estrutura plana e rampas de acesso que ligam os pontos de embarque, circular pelo terminal não é problema para a deficiente visual Roseli de Jesus Borges, 54 anos. "O terminal de Uvaranas é bom porque os outros são piores. No terminal central uma amiga minha já caiu em uma das valetas laterais", relata a funcionária pública.


No terminal Nova Rússia faltam calçadas táteis e adequadas para deficientes visuais e físicos - Foto: Angelo Rocha
A opinião é compartilhada pela cadeirante Silvana Carneiro, 50 anos. Segundo ela, por ser um terminal pequeno, não existem muitas dificuldades para pessoas com condição como a dela. "O tipo de calçamento aqui dentro exige mais esforço para empurrar a cadeira de rodas, mas outros terminais são piores".


Dentro do terminal, faixas no chão alertam onde os passageiros devem aguardar o ônibus e dois porteiros auxiliam os usuários. Por outro lado, os banheiros são pequenos e o compartimento reservado a pessoas com necessidades especiais encontra-se inutilizável.


Em seu entorno, as calçadas já estão desgastadas e as duas rampas que levam até a entrada possuem danificações. A estudante Bruna Paliano, 23, lembra que falta uma rampa que ligue a rotatória com a calçada do terminal, visto o grande fluxo de pessoas que passam por ali.


O fiscal de trânsito do local, Jardel Antônio da Silva conta que algumas ações são tomadas para garantir acessibilidade. "Os motoristas são orientados a parar nas faixas dentro do terminal. Já pessoas com algum tipo de deficiência não precisam passar pela catraca, o acesso é pela lateral", afirma o motorista, que acredita que essas atitudes contribuem para maior acessibilidade no terminal.

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