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- Produção: Bettina Guarienti
- Categoria: Cidade e cidadania
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Mais de 500 pessoas estão sem moradia e condição piora com o frio
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- Produção: Maria Vitória Carollo
- Categoria: Cidade e cidadania
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Casos de furtos patrimoniais em ambientes públicos preocupa moradores da cidade
O município tem enfrentado aumento de furtos em ambientes públicos nos últimos quatro anos. As principais ocorrências são relacionadas a arrombamentos de carros e furtos de bens no interior dos veículos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, mensalmente são registrados mais de 100 casos, e a segurança pública de Ponta Grossa procura conter esse tipo de crime na cidade através do monitoramento das regiões mais afetadas.
Em 2024, já foram registrados mais de 600 casos | Foto: Maria Vitória Carollo
O furto se configura como diminuição do patrimônio alheio, sem o uso de violência ou ameaça à vítima. O Código Penal prevê pena de reclusão de um a quatro anos e multa. Para furtos cometidos durante a noite, a legislação prevê aumento de um terço da pena. No caso de destruição ou rompimento de obstáculo (como quebra de janelas de carros ou arrombamento de fechaduras) para que se realize o crime, considera-se furto qualificado, com pena de reclusão de dois a oito anos e multa. O furto se diferencia do roubo pela presença de violência ou ameaça contra as vítima.
Os furtos em ambientes públicos são os mais comuns, atrás somente das ocorrências residenciais | Foto: arquivo pessoal
Conforme os dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, os casos com destruição do patrimônio têm sido recorrentes. Bárbara de Paula, moradora do centro da cidade, conta que há dois meses o veículo do seu pai teve o vidro quebrado e os objetos pessoais que estavam no interior foram furtados. Durante uma visita à filha, ele deixou o carro estacionado na lateral do hospital Santa Casa e o furto aconteceu durante a madrugada. A família teve um prejuízo de mais de 5 mil reais, tendo em vista os itens roubados e a franquia do seguro para o conserto do vidro. O responsável não foi identificado e os objetos não foram recuperados.
Bárbara relata que não se sente segura. “Eu moro em Ponta Grossa faz 8 anos. Sempre morei aqui no centro e nunca tive tanto medo de sair na rua como estou tendo este ano”. Ela busca sempre voltar para casa de ônibus ou com carro de aplicativo, por menor que seja a distância, pelo medo de ser abordada ou furtada.
Iracema Ferreira passou por uma situação similar. Durante a manhã, ela deixou o seu carro estacionado nas proximidades do lugar onde trabalha e, quando retornou, o alarme estava disparado. “Abri a porta e vi que não estava do jeito que deixei. O porta-luvas estava aberto e tinham papéis jogados no chão e no banco", relata Iracema. Itens pessoais como um par de óculos de sol, um guarda-chuva e o extintor veicular foram levados, sem que o carro fosse danificado.
Panorama dos furtos em Ponta Grossa
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná registram um aumento constante dos casos de furto em Ponta Grossa nos últimos quatro anos. Em 2023, foram registrados 1265 casos, um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior. A secretaria disponibiliza os dados referente aos furtos no município desde 2020. Desde então, houve um aumento de 10% nos registros.
No primeiro semestre de 2024 foram registrados 694 casos de furto. A média de casos por mês registrados até então é de 115 ocorrências. No ano anterior, 2023, essa mesma média foi de 105 casos por mês.
Infográfico: Maria Vitória Carollo
As autoridades
Segundo informações do Destacamento do 1º Batalhão da Polícia Militar, a polícia ostensiva não consegue atuar nos casos de furtos, uma vez que, geralmente, as vítimas só identificam a ocorrência do crime depois que ele acontece. O ideal é registrar um boletim de ocorrência, para uma possível investigação da Polícia Civil e recuperação dos itens, especialmente de aparelhos celulares. O boletim de ocorrência pode ser feito online, no portal da Polícia Civil do Paraná, ou na sede da 13ª Subdivisão Policial, na Avenida João Manoel dos Santos Ribas, 667. A PM atua com maior frequência nos casos de roubo, uma vez que é possível a identificação das características do suspeito por parte da vítima.
A secretária de Cidadania e Segurança Pública do Município, Tânia Sviercoski, reforça a importância do boletim de ocorrência, porque além da possibilidade de investigação, as denúncias formais são a maneira que as autoridades têm para identificar os lugares mais perigosos e intensificar o patrulhamento. Tânia afirma que a secretaria atua no patrulhamento com foco em praças públicas e localidades de maior movimento, além do auxílio das câmeras de monitoramento espalhadas pela cidade.
Para a secretária, essa onda de furtos tem influências sociais. “É reflexo de várias situações, são reflexos sociais. Nós temos questões de saúde pública porque hoje tem muitos usuários de drogas e uma das consequências é o aumento de violência, crimes de furto”, explica Tânia. Relacionada a isso, a maior dificuldade de atuação em casos de furtos, nos dias atuais, está na articulação de um trabalho integrado entre segurança pública, saúde e assistência social.
Ficha Técnica
Produção: Maria Vitória Carollo
Edição e publicação: Radmila Baranoski
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Kevin Furtado
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- Produção: Laura Urbano
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As principais reclamações são relativas à deficiência na segurança e dificuldade de locomoção no período noturno
A Portaria nº 55/99 do Ministério da Saúde regulariza o atendimento de pacientes em Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Os serviços intermunicipais são de responsabilidade da Fundação Municipal da Saúde de Ponta Grossa (FMS/PG), que disponibiliza carros e ônibus (operados por empresa privada) para transporte de moradores que necessitam de consultas, exames e procedimentos cirúrgicos em hospitais de Curitiba e Região Metropolitana.
Os ônibus disponibilizados para este serviço saem de Ponta Grossa, de segunda a sexta-feira, em dois horários: às 04h e às 09h da manhã. Além do transporte intermunicipal, a FMS também se responsabiliza pelo pagamento de diárias de alimentação e, em casos específicos, pernoite para os pacientes e acompanhantes. Embora essencial, a iniciativa enfrenta problemas que impactam diretamente os usuários.
Um dos principais desafios é o deslocamento dos pacientes que viajam às 04h, do trajeto de suas casas até a rodoviária nas primeiras horas da manhã. Sem transporte coletivo disponível, que não opera após a meia noite , muitos usuários, geralmente idosos ou pessoas debilitadas devido a problemas de saúde, precisam encontrar alternativas seguras e acessíveis para chegar ao local.
Silvana Rodrigues de Oliveira utiliza o serviço de transporte há mais de seis anos e conta com o auxílio de um vizinho, que trabalha na rodoviária, para a locomoção. “Se não fosse por ele, a gente não saberia o que fazer. Talvez a gente viesse de ônibus até aqui, mas amanhecer na rodoviária não dá porque a gente tem medo”, explica.
A Fundação Municipal da Saúde (FMS) oferece transporte, com carros e vans, aos pacientes, de suas residências até a rodoviária, e deve proporcionar mais comodidade e segurança aos usuários. Para utilizar esse serviço, os pacientes precisam ir até o Centro Municipal de Agendamentos da Saúde, onde realizam a solicitação e organizam o transporte de acordo com as suas necessidades. José Antônio Malkut da Silva, motorista da FMS, explica a rotina que leva ao buscar os pacientes nas suas residências. “Nós começamos a pegar as pessoas perto da 01h30 da manhã e chegamos na rodoviária às 03h30. Além de trazer até aqui [rodoviária de Ponta Grossa], nós motoristas também levamos, de carro ou van, as pessoas até as consultas nas outras cidades. Diariamente saem os dois ônibus da empresa fretada para o transporte e mais 9 carros”, conta.
A segurança na rodoviária é outra preocupação constante. O fluxo de moradores em situação de rua ou usuários de entorpecentes é frequente no local, o que gera um ambiente de insegurança para aqueles que aguardam a saída dos ônibus. Em agosto de 2023, uma empresa de segurança privada foi contratada para monitorar a área. Silvana conta que antes desta contratação, o local era bastante inseguro, mas a presença das equipes de vigilância traz mais tranquilidade para os usuários da rodoviária. “Agora eu fico mais tranquila porque tem guardas, mas antes não tinha e dava medo das pessoas que ficavam encarando a gente”.
Helena Kocicki depende do serviço para o transporte dos seus três filhos, que vão a consultas frequentes no Hospital de Olhos do Paraná, devido ao diagnóstico de doença genética que causa a perda total ou parcial da visão. Ela relata que, como vão até a rodoviária em quatro pessoas, precisaram investir em um carro popular para a condução até o local. “Eu pago pequenas parcelas do carro que saem mais baratas do que se eu precisasse comprar passagem das empresas de ônibus até Curitiba quase toda a semana. Mas seria melhor se a [Fundação Municipal de] Saúde disponibilizasse mais carros de transporte até o ponto de embarque”, comenta.
Apesar dos problemas, Helena acredita que o sistema facilita o tratamento de saúde dos filhos. “Eu uso o ônibus há 24 anos, desde que eu descobri a condição do meu primeiro filho e ele precisou passar por vários exames e procedimentos cirúrgicos. Nos anos seguintes, meus outros filhos nasceram com outras deficiências e todos eles são acompanhados por médicos em Curitiba”, explica.
A Fundação Municipal de Saúde, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), esclarece os procedimentos para a solicitação do transporte nos casos de Tratamento Fora do Domicílio.
Os usuários devem agendar o serviço no endereço do CAT na Rua Visconde de Taunay n°750 , apresentando os documentos de Pedido médico local e RG do paciente ou acompanhante. Os acompanhantes são permitidos para menores de 18 anos, idosos acima de 60 anos, deficientes físicos ou neurológicos incapacitantes, e mulheres pela Lei nº 14.737/2023. Recomenda-se o comparecimento dos pacientes na rodoviária com 20 a 30 minutos de antecedência. Caso os pacientes ainda tenham problemas com a locomoção, deve enviar os documentos pelo e-mail: altaspontagrossa@gmail.com
Os ônibus disponiveis para o serviço em Ponta Grossa operam de segunda a sexta-feira, das 04h e às 09h da manhã | Foto: Laura Urbano
Ficha Técnica
Produção: Laura Urbano
Edição e publicação: Ana Beatriz, Mariana Borba e Gabriel Ribeiro
Supervisão de produção: Carlos Souza
Supervisão de publicação: Kevin William e Candida Oliveira
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- Produção: Luísa de Andrade
- Categoria: Cidade e cidadania
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A iniciativa visa aumentar a população de abelhas e educar a comunidade sobre a importância da polinização
Poliniza PG é o nome da iniciativa municipal que dispõe sobre a criação, manejo e transporte de colméias de abelhas nativas sem ferrão para escolas do município e outras instituições educacionais. A lei 14320/2022 foi aprovada pela Câmara Municipal de Ponta Grossa em 2022. O projeto é ligado à Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e conta com o assessor Edson Maciel, que tem 8 anos de experiência na apicultura e é o responsável técnico pela efetivação e monitoramento das colméias instaladas no município.
As abelhas sem ferrão são cultivadas em caixas de madeira. | Foto: Luísa de Andrade
Uma derivação do Poliniza PG é o projeto Jardins de Mel, vinculado à Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa, que tem por objetivo a implantação de caixas de abelhas melíponas (sem ferrão) em escolas, CMEIs e instituições filantrópicas. Maciel explica que a Prefeitura dá o apoio necessário para os professores responsáveis pela ação. “A gente vai lá, conversa com os estudantes e com a equipe da escola. Damos esse apoio aos professores para repassar ensinamentos sobre as abelhas nativas sem ferrão, e a sua importância para o meio ambiente e para a polinização de árvores frutíferas e flores”.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Ponta Grossa, Izaltino Cordeiro dos Santos, destaca a importância da atividade de conscientização ambiental principalmente por ser direcionada aos alunos e às unidades de ensino do município. O objetivo principal do projeto é a educação ambiental, que começa nas escolas parceiras. Para o assessor Maciel, é fundamental que os educadores abracem a ideia e ajudem na consolidação do projeto em Ponta Grossa. “Hoje, o projeto tem uma aceitação de quase 100%” , comenta Edson. Atualmente os Jardins de Mel são desenvolvidos em 19 instituições, entre eles escolas, CMEIs municipais, a Universidade Estadual de Ponta Grossa e em algumas instituições filantrópicas como a Irmãos Cavanis e Aproaut.
A Escola Municipal Prefeito Engenheiro Eurico Batista Rosas foi uma das entidades que recentemente adotou o projeto Jardins de Mel. De acordo com a diretora da escola, Andréa de Fátima Kret Teixeira, a ideia de trazer o projeto para a unidade surgiu de uma professora da educação infantil, inspirada na implementação bem-sucedida dessa atividade em um CMEI da cidade. Para garantir a sua execução adequada, a escola conta com a supervisão e orientação de Maciel, a fim de desenvolver atividades educativas focadas no estudo das abelhas nativas, especificamente a espécie Mandaçaia, introduzida na instituição.
Andréa destaca que o projeto é uma oportunidade para promover conceitos de preservação ambiental e responsabilidade ecológica entre alunos e professores. "Este projeto será como uma sala de aula ao ar livre, em que os professores realizarão observações e atividades riquíssimas com seus alunos", afirma a diretora, enfatizando o impacto positivo da iniciativa na formação educativa.
Conscientização ambiental contra práticas nocivas
Ainda que o governo municipal esteja desenvolvendo práticas que visem a conscientização ambiental, o cenário não favorece a preservação das abelhas nativas e de outros animais. Guto Rotta é educador da área de Ciências Sociais e secretário da Associação dos Apicultores e Meliponicultores dos Campos Gerais. Ele afirma que existe negligência do legislativo referente a ações que visem efetivamente a preservação do meio ambiente da cidade. “A gente já teve até projeto de lei engavetado que era contra a plantação de árvores extremamente tóxicas às abelhas em Ponta Grossa, as espatódeas, populares bisnagueiras, árvores exóticas que vieram da África e que não matam apenas as abelhas, matam beija-flor, passarinhos e qualquer espécie de polinizador que chega na flor extremamente tóxica”, explica Rotta. Além disso, outra prática nociva adotada pelo governo municipal é o fumacê, utilizado para combater o mosquito da dengue. O método, que apresenta apenas 40% de eficácia no combate ao aedes aegypti, é mortal para as abelhas, conforme Rotta.
A preservação das abelhas nativas impacta diretamente o funcionamento da vida humana. Mais de 70% da alimentação humana em todo o mundo depende da polinização das abelhas. Essa atividade tem sido muito afetada pela monocultura, esterilização dos solos e por devastações. “O Brasil é um país continental, com diferentes biomas e todos dependem diretamente da abelha e da polinização. Mas, elas acabam sofrendo as consequências da falta de cuidado com o meio ambiente, porque onde teriam o seu alimento natural do bioma, este alimento foi completamente varrido pelo plantio da soja”, avalia o secretário.
Ficha Técnica:
Produção: Luísa de Andrade
Edição e Publicação: Loren Leuch e Vitória Schrederhof
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Kevin Furtado
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- Produção: Maria Tlumaski
- Categoria: Cidade e cidadania
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A medida desagradou profissionais e usuários do transporte público
A partir do dia 20 de maio, mais nove linhas de ônibus ficam sem cobradores em Ponta Grossa. As demissões dos profissionais estavam previstas desde a última votação de reajuste salarial dos trabalhadores, feita em dezembro de 2023. Em contato com a Viação Campos Gerais (VCG), a decisão foi tomada para incentivar os passageiros a utilizarem o cartão de transporte ou que possuam o dinheiro trocado, para facilitar o embarque.
Porém, a medida não agradou a categoria. Carlos Henrique Vieira trabalhou por 12 anos como cobrador de ônibus e acha sua profissão importante. “Trabalhei por muito tempo cobrando dentro do ônibus, ajudava muito o motorista, porque aí ele não precisava perder muito tempo para fazer a troca do dinheiro, ter tirado essa profissão apenas deu um trabalho a mais”. Para ele, colocar o motorista para fazer mais uma função pode acabar sobrecarregando e tomando mais tempo da viagem. “Agora o tempo que vai levar para o ônibus parar, esperar o motorista trocar o dinheiro de todos os passageiros, e embarcar todos será muito mais longo, coisa que não precisa com o cobrador”, comenta.
A estudante Isabela Ferreira, utiliza o ônibus diariamente, e é contrária à mudança. “Acho que o cobrador facilitava o embarque, nem todo mundo tem tempo de ir fazer o cartão de ônibus ou anda com dinheiro trocado no bolso”. Para ela, o cobrador ainda ajudava na hora da organização. “São muitas pessoas embarcando, o cobrador ajudava a manter um controle, pedindo para as pessoas irem para trás, ou avisando o motorista que não havia mais espaço”, aponta.
Diversas linhas já se encontram sem cobradores | Foto: Wesley Machado
Atualmente, a empresa opera 60 linhas sem cobradores pela cidade. A medida começou em fevereiro e março deste ano, com 31 linhas, no mês de abril, a empresa anunciou mais 20 linhas com o motorista realizando a função da cobrança da passagem. As novas linhas sem cobradores são Cachoeira, Cará-Cará, Catarina Miró, Leila Maria, Núcleo Pitangui, Ouro Verde, Parque Nossa Senhora das Graças, Shangrilá – Terminal Central, Vila Liane. Segundo a VCG, os trabalhadores já haviam sido informados da medida desde 2023. Ainda de acordo com a empresa prestadora de serviço, há o movimento de demitir todos os cobradores de todas as linhas.
Ficha Técnica
Produção: Maria Tlumaski
Edição e publicação: João Victor Lemos e Vitória Schrederhof
Supervisão de produção: Muriel Amaral
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Luiza Carolina dos Santos