Na palestra “Reformas Neoliberais e o Futuro da Democracia”, que fechou a XII Semana de Integração e Resistência, o historiador e deputado federal Chico Alencar abordou assuntos de natureza política que envolvem o exercício democrático no Brasil.
Chico Alencar trouxe em seu debate uma linhagem de acontecimentos históricos que teve início na revolução de 1930, quando se esboça pioneiramente a opinião pública no país, passando pela década de 1980 – notadamente destacada por ele – marcada pelo crescimento da representatividade das mulheres, negros e do indígena; além do início do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 1985. O deputado salientou ainda a importância da Constituição Federal de 1988, vigente até então, alegando ser a mais democrática até hoje.
Falando sobre a atualidade, Chico Alencar chamou a atenção para a crise civilizatória em que o país se encontra. Movido pelo capitalismo europeu, o Brasil possui a economia fragilizada e a política corrompida pelo capital financeiro e pelo marketing. Segundo ele, é preciso atentar-se à alienação e submissão em que vive o povo brasileiro, reforçando que este precisa buscar significados e sempre contestar o poder, inclusive o midiático. Alencar finalizou sua fala declarando que a sociedade necessita urgentemente de um novo projeto de nação.
Chico Alencar é historiador graduado pela Universidade Federal Fluminense e atualmente é deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) do Rio de Janeiro, exercendo seu quarto mandato consecutivo.
"Tivemos sempre mais estadania do que cidadania. A horizontalização da cidadania sempre foi precária", Chico Alencar.