Na noite de sexta-feira (09) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou o resultado do julgamento da chapa Dilma-Temer. Com quatro votos contrários e três favoráveis, não houve a cassação do mandato. A ação alegava abuso de poder político, econômico e fraude na campanha eleitoral de 2014.
O cientista político Emerson Urizzi Cervi afirma que a decisão de ontem fortaleceu o governo Temer no cenário político. “Como a chuva ajudou e a safra no Brasil foi boa, é possível que a economia comece a dar sinais positivos. Se isso acontecer, Temer pode recuperar algum espaço na sociedade. Veja, é a chuva que aumenta a safra, que aquece a economia, que deixa a população feliz. O governo Temer apenas se aproveitará disso”, analisa.
Até então, movimentos favoráveis à saída de Temer se intensificaram e ocuparam as ruas do país nos últimos meses. Durante os protestos manifestantes pediam por “Diretas Já!”, mas para que isso ocorra é necessário que Temer renuncie ao cargo ou que um dos processos de impeachment que tramitam no Congresso seja aceito. “Se houver intensificação de protestos, será contra as reformas diretamente e contra o governo Temer indiretamente”, ressalta Cervi.
Durante a sessão votaram contrários a cassação da chapa Dilma-Temer, os ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira de Carvalho Neto e Gilmar Mendes. O relator do processo Herman Benjamin e os ministros Luiz Fux e Rosa Weber votaram a favor.
A decisão do TSE deve gerar diretamente, segundo o cientista político Emerson Cervi, fôlego para o governo Temer continuar com base no Congresso e executar as reformas. “De longo prazo, é possível gerar uma tendência do TSE se limitar a fatos anteriores e não incorporar novos elementos em julgamentos futuros, isso impacta principalmente em denúncias contra prefeitos e vereadores”, afirma.
A investigação da chapa Dilma-Temer iniciou em 2014, após uma denúncia da coligação do PSDB, foi arquivado por falta de provas em 2015, retomando apenas em outubro do mesmo ano.