Mães são obrigadas a passar por pinguela para levar filhos à escola
Três 'pinguelas' - passagens improvisadas - situadas nos bairros Bonsucesso e Palmeirinha encontram-se em situação precária. Moradores da região correm risco ao passar pelas travessias, já que todas estão com tábuas podres e chegam a chacoalhar no momento em que as pessoas atravessam. Esta é a única forma dos habitantes do bairro saírem das casas, porque não passam ônibus e nem outros meios de transportes pelos locais.
Na Palmeirinha, a ponte maior fica localizada na Rua Francisco Camerino. Nela, moradores passam até com veículos sobre a travessia, com risco do carro cair pois, ao passar pelo local, é perceptível que as tábuas não estão firmes e bem afastadas uma das outras. Ambulâncias e viaturas da Polícia Militar também ficam impedidas de trafegar. Com isso, moradores são obrigados a subir até a rua principal para receber o atendimento. Transporte dos correios e ônibus circular também não passam pelo local, apenas na rua ao lado, porém, para chegar ao ponto, é necessário passar pelas pontes.
A moradora Lucimara de Almeida, do lar, 37 anos, utiliza a ponte todos os dias e diz ter medo em passar com o carro pela travessia. Segundo ela, a situação sempre foi a mesma. Dias atrás, o marido e a filha tiveram as mãos mordidas por um rato, que saiu do esgoto e foi até sua residência. A moradora pensou em tomar providências. “Eu queria fazer um abaixo-assinado para quem sabe melhorar, pois estamos praticamente ilhados e com medo de cair no esgoto.”
Outra travessia fica na rua ao lado, na Rua Bandeirantes, onde além de se mover quando os moradores passam, a pinguela também está torta. Em dias de chuva, a água do esgoto a céu aberto chega a bater às margens da ponte.
Segundo o aposentado, Vitor Buti, 57 anos, foi necessário fazer reclamações ao poder público para que a pinguela fosse construída. “O Marcelinho (prefeito Marcelo Rangel) ‘garganteou’ e não queria fazer, mas tive que falar que eu mesmo faria e iria tirar dinheiro do meu bolso para fazer”. Buti relatou que durante a construção da travessia, informou aos rapazes que estava realizando a obra que a pinguela estava torta, eles responderam a Buti que “não tinha perigo e era assim mesmo”. O aposentado, que mora há dois anos no local, relatou também que já precisou de ambulância, mas teve que ir “se arrastando” até a rua principal, pois o veículo não chegava até sua casa.
Um caso semelhante ocorre a menos de um quilômetro do local, na ponte que liga o Bonsucesso ao Jardim Três Rios. Para deslocamento das crianças para escola de uma vila a outra, a única passagem é pela pinguela de madeira de oito metros de comprimento por 60 centímetros de largura.
A assessoria de imprensa da Prefeitura, através de e-mail, informou que equipes técnicas da Secretaria de Obras “já estiveram no local para colher as informações sobre a viabilidade do serviço e com isso os trabalhos estão previstos para serem iniciados até o fim de setembro”. A nota da assessoria informa ainda que “a população deve formalizar as reivindicações por meio do protocolo 156” para que os pedidos entrem no cronograma para análise da “viabilidade e posterior execução”.
Ficha Técnica
Reportagem: Eduardo Machado
Edição: Raylane Martins
Supervisão: Professoras Hebe Gonçalves, Ben-Hur Demeneck, Rafael Kondlatsch, Angela Aguiar e Fernanda Cavassana
Monitora: Hellen Scheidt