Antes do coronavírus eram coletados 80 litros por mês; agora são 120
As doações do banco de leite do Hospital Universitário Materno-Infantil (HUMAI), em Ponta Grossa, não diminuíram durante a pandemia. Antes do avanço do novo coronavírus, o HUMAI recebia cerca de 80 litros de leite por mês. Agora, recolhe 120 litros mensalmente.
Só em 2021, o hospital fez parte de duas campanhas para incentivar a doação de leite materno: uma em 19 de maio, no Dia Nacional da Doação de Leite Humano, e outra na Semana Mundial da Amamentação, que aconteceu de 1 a 7 de agosto. As datas tinham o objetivo de incentivar a doação, além de mostrar o trabalho do banco de leite do hospital e a importância do leite para mães que estão internadas.
Segundo Wagner Kloster Antunes, nutricionista do Hospital Universitário, a doação de leite materno tem uma importância social e cada vez mais a população deve apoiar a causa para que ela chegue até mais pessoas.
De acordo com Hospital Universitário, até junho deste ano o HUMAI realizou 366 atendimentos individuais, 40 atendimentos em grupo e 914 visitas domiciliares, arrecadando 540 litros de leite humano.
Ana de Bastiani, enfermeira do hospital, diz que se a mãe notar dificuldade de o bebê se alimentar, ou se ele não está ganhando peso, pode procurar ajuda do banco de leite. É importante que a mulher busque ajuda para que seu filho obtenha os nutrientes necessários para crescer com saúde. Ao chegar ao hospital, o leite passa por um processo de análise microbiológica para depois ser pasteurizado e guardado no banco. Quando verificado que não foi coletado corretamente, a doação é descartada.
Foto: Raylane Martins/ Acervo: Foca Foto
Ministério da Saúde
O aleitamento materno é a alimentação mais importante nos primeiros anos de vida de uma criança. De acordo com o Ministério da Saúde, até os cinco anos de vida a amamentação reduz o risco de mortalidade em 13%. Além disso, evita complicações para a criança como o risco de diarreia e infecções respiratórias. Também diminui os riscos de alergia, diabetes, colesterol alto e hipertensão. O leite materno dá à criança uma maior nutrição e ajuda na criação do vínculo entre mãe e filho.
Todos os anos o governo federal cria campanhas para incentivar a doação de leite para mães que não conseguem amamentar. Este ano não foi diferente. A campanha ‘Todos pela amamentação. É proteção para a vida inteira’ tem o objetivo de informar a população e incentivar a amamentação das crianças com até os dois anos ou mais, com foco nos primeiros seis meses de vida.
Atualmente o Brasil conta com 222 bancos de leite humano e 219 postos de coleta. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas em 2020, cerca de 181 mil mulheres doaram mais de 226 mil litros de leite materno. Dados coletados até junho deste ano mostram que 92 mil doadoras conseguiram fornecer mais de 111 mil litros de leite.
Números divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que os índices nacionais de aleitamento materno, em crianças com menos de seis meses, aumentaram de 2,9% para 45,1% entre os anos de 1986 e 2020. A amamentação no primeiro ano de vida também aumentou de 30% para 53,1% entre os mesmos anos.
Segundo dados da OMS em conjunto com a Unicef, cerca de seis bilhões de vidas são salvas anualmente pelo aumento da amamentação nos primeiros seis meses de vida.
Como doar
As mães que desejam doar para o banco de leite do HUMAI devem estar em processo de amamentação e serem clinicamente saudáveis. Serão analisados exames e hábitos de saúde a partir de um cadastro. Se atenderem as exigências, a mulher deve receber os materiais de coleta, a orientação de como realizá-la e de como armazenar o leite. Semanalmente, a equipe vai até a casa das doadoras, seguindo todos os procedimentos de biossegurança. Para mais informações, entre em contato pelos telefones: (42) 3220-1050, (42) 3311-8414 ou pelo WhatsApp (42) 99148-1909.
Ficha Técnica
Reportagem: Ana Paula Almeida
Edição e Publicação: Deborah Kuki
Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen