Levantamento aborda adolescentes entre 13 a 17 anos de escola públicas e particulares
A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) de 2019, divulgada pelo IBGE em setembro deste ano, mostra que 63,3% de adolescentes entre 13 e 17 anos já ingeriram algum tipo de bebida alcoólica, sendo que três em cada dez, antes dos 14 anos.
A PeNSE monitora a saúde dos estudantes, como o uso de drogas, saúde mental, entre outros temas relacionados. De acordo com a pesquisa, as meninas são mais vulneráveis à ingestão precoce de álcool: a diferença percentual é de pouco mais de 4,5%.
Imagem: Portal Comunitário
No que diz respeito a outras drogas, a pesquisa evidencia que cerca de 22,6% dos adolescentes experimentou cigarro, 11,1% deles antes dos 14 anos. O levantamento ainda aponta que cerca de 13% haviam usado substâncias ilícitas, como maconha, ecstasy, crack ou cocaína, sendo que 4,3% consumiram antes dos 14 anos. O uso é maior entre os meninos (5,8%) do que entre as meninas (4,8%).
Entre outros aspectos, a PeNSE abordou a forma de obtenção das drogas e em qual região do país os jovens mais consomem tais substâncias, além do tipo de instituição na qual estudam, se na rede privada ou pública.
Infográfico: Júlia de Oliveira Andrade
Abordagem multidisciplinar
A psicóloga Simone Samson e Silva ressalta que o álcool é uma droga e que qualquer uma delas causam vício, podendo prejudicar o desenvolvimento do estudante. A neuropsicopedagoga Rosane Costa Ribeiro cita os danos para aqueles que consomem drogas em idade escolar: “O adolescente que se expõe a esse uso excessivo terá sequelas neuroquímicas emocionais, déficit de memória, perda de rendimento escolar, retardo no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades que tenha adquirido.”
As profissionais concordam que todos os tipos de drogas são capazes de promover socialização, mas, para que o uso excessivo não ocorra, é necessário prestar atenção nas atitudes e comportamentos do adolescente. Rosane ressalta que o tratamento para quem faz uso excessivo de alguma substância deve ser multidisciplinar. Simone ainda cita a ajuda de assistente social e acompanhamento médico.
No âmbito escolar, Rosane afirma que é necessário que a escola esteja atenta e que encaminhe este adolescente para um tratamento com psicopedagogo ou neuropsicopedagogo. Esses profissionais irão auxiliar nas tomadas de decisões, no autocontrole, planejamento, atenção, organização da vida escolar, entre outros aspectos.
No âmbito familiar, Simone destaca que a família, ao primeiro sinal de uso drogas, oriente o adolescente. Caso inicie o uso abusivo, os responsáveis devem ajudar, encaminhando para tratamento médico e psicológico.
Ficha Técnica
Repórter: Júlia de Oliveira Andrade
Edição: Deborah Kuki e Larissa Onorio
Publicação: Deborah Kuki e Larissa Onorio
Supervisão de Produção: Vinicius Biazotti
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen