Na rua Visconde do Rio Branco, já existe um trecho com 800 metros de ciclofaixa, que podem ser utilizados também para caminhadas. (Foto: José Tramontin)

Ciclistas reclamam da falta de segurança no trânsito de Ponta Grossa. Neste ano já ocorreram 43 acidentes envolvendo bicicletas na cidade. Ponta Grossa conta com mais de sete mil metros de extensão de ciclovias e ciclofaixas, segundo informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPLAN) da cidade.

Na Rua Visconde do Rio Branco uma faixa especial liga os bairros de Olarias e Oficinas; no Jardim Gralha Azul são dois mil metros especiais para o trânsito de ciclistas e na Vila Ildemira e Jardim Planalto há extensão de ciclovia e faixa compartilhada.

Para o engenheiro civil Joel Larocca, há uma desconexão entre as Secretarias do Governo Municipal e as pautas defendidas pelas entidades ligadas ao ciclismo. “A Prefeitura implantou uma ciclovia depois do Centro de Eventos até o conjunto Gralha Azul, sem nenhum ponto de partida, nem de chegada ou de parada”, afirma. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, uma ciclovia ou ciclofaixa deve ter ponto de partida e de chegada, orientando os ciclistas através de rotas na cidade.

No município, grupos como a Liga de Ciclismo dos Campos Gerais, Movimento ProCiclovias e Projeto Ciclofaixa atuam na defesa do ciclismo. A Liga é formada por dez membros que buscam a difusão do ciclismo abrangendo toda a região de Ponta Grossa. “Quanto às ciclovias e faixas compartilhadas, estamos estacionados nessa discussão porque dependemos da boa vontade das autoridades em executar”, diz o diretor de eventos da Liga, Alício de Oliveira.

O Projeto de Ciclofaixa é uma forma de discutir a viabilidade de implantação de ciclofaixa compartilhada para praticantes de caminhada, ciclismo, corrida de rua e esportistas em geral. O objetivo é conseguir cerca de três mil assinaturas digitais para concretizar o projeto; até o momento já foram 867 assinaturas. “Não aceito a ideia de nossa cidade ter 350 mil habitantes e não ter espaço para treinamento e participação de eventos esportivos”, conta Marco Aurélio Raash, ciclista e idealizador da iniciativa.

O Movimento ProCiclovias defende melhores condições para o ciclista. O objetivo é lutar por estrutura cicloviária que possibilite o ciclista pedalar com mais segurança. O movimento reivindica a falta de bicicletários, ciclofaixas, ciclovias e sinalização. Os integrantes já realizaram um estudo organizado sobre as possíveis rotas cicloviárias em espaços mais planos da cidade. Para o ciclista e integrante do Movimento ProCiclovias, Cloter Filho, é necessário trazer a discussão de ‘Mobilidade Urbana por Bicicleta’ na revisão do Plano Diretor de 2016.

“Queremos segurança em relação ao outros veículos e segurança pública. Defendo uma cidade mais amiga do ciclista e da bicicleta”, comenta.

Municípios como Londrina possuem quase 34 mil quilômetros de ciclovia e ciclofaixa e São José dos Pinhais possui 14 mil quilômetros de ciclovia. “Claramente, Ponta Grossa não tem coragem de investir no sistema cicloviário. Se não fosse a imensa covardia do poder público municipal perante os motoristas de veículos particulares, sempre ciosos de ceder um milímetro que seja de seus espaços de manobras”, fala Larocca.

Até o momento, o IPLAN não executou o projeto que prevê uma ciclofaixa da OAB até o Parque Ambiental, porque não houve repasse de verbas. Segundo a arquiteta do IPLAN, Jamile Salim, o Instituto não está realizando nenhum projeto de estrutura cicloviária. “Estamos trabalhando com o Plano Diretor, um projeto macro que terá como uma das demandas a criação de mais rotas para os ciclistas”, ressalta Jamile. Para a arquiteta, houve um aumento de número de pessoas que praticam o ciclismo e utilizam esse meio de transporte no dia a dia.

Neste ano, já ocorreram 43 acidentes envolvendo bicicletas no trânsito de Ponta Grossa. Os números foram divulgados pelo Sistema Digital de Dados Operacionais da Polícia Militar do Paraná e do Corpo de Bombeiros. Os ciclistas reclamam da falta de segurança ao pedalar pelas ruas. A Revista de Engenharia e Tecnologia (2013) publicou um artigo sobre a situação de declividade frente à implantação de rotas cicloviárias em Ponta Grossa.

Por meio de entrevista com 408 trabalhadores de indústrias, dentre os quais 74 utilizam a bicicleta como meio de transporte, foi possível identificar os principais motivos para não escolher esse meio. Falta de segurança, intempéries, grandes distâncias ao trabalho, trânsito intenso, medo de acidentes e má qualidade das ruas são alguns dos problemas levantados.

Confira o vídeo do cilcista Daniel Dias sobre as dificuldades de locomoção na cidade. (Vídeo: Verônica Scheifer)


Para apoiar o projeto de ciclofaixa compartilhada, acesse  http://ciclofaixapg.com.br/
       
Conheça o mapa cicloviário de Ponta Grossa, trabalho realizado pelo ProCiclovias em parceria com o IPLAN

https://prociclovias.blogspot.com.br/2013/11/mapa-cicloviario-de-ponta-grossa-previa.html

 

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