Alunos do período noturno da UniCesumar relatam problemas com a falta de segurança

Pouca iluminação e falta de patrulhamento contribuem para assaltos próximos à instituição

 

Os estudantes da UniCesumar sofrem com a falta de linhas de ônibus para frequentarem a universidade, localizada no bairro Oficinas. À noite, próximo ao horário do término das aulas, eles precisam caminhar aproximadamente 750 metros por ruas escuras e vazias até o terminal de ônibus mais próximo. Mesmo após muitos pedidos de reforços na segurança, as medidas tomadas não são suficientes, de acordo com os estudantes, que têm se organizado para lidarem com o problema de forma coletiva, saírem em grupos e não andarem sozinhos na região.

Em março deste ano, ao fazer esse trajeto, vários alunos relataram que foram assaltados ao passarem em frente a um terreno baldio, localizado num trecho que não há iluminação pública. A aluna de psicologia, Cássia Wesselovicz, descreve que foi até o terminal com outros dois amigos, quando foi vítima. “Quando a gente chegou até o segurança do terminal, já havia uma moça que também tinha sido assaltada no mesmo local, momentos antes, mas ela chamou a polícia”, lembra. 

Após as ocorrências, viaturas patrulham ocasionalmente a região e a prefeitura disponibilizou a linha Vila Cipa/Jardim Amália, que sai da frente da instituição às 22h36. Contudo, a demanda de acadêmicos que precisam do transporte coletivo no horário de término das aulas noturnas é muito maior que a capacidade dessa única linha. 

Como solução para quem não consegue embarcar no ônibus, os alunos criaram um grupo no WhatsApp, com mais de 150 alunos. O estudante de Engenharia de Software, Murilo Arruda, fala que o objetivo é que os próprios alunos consigam se organizar em maior número para chegar até o terminal juntos e em segurança. “O grupo uniu muito os alunos e é muito bom, eu me sinto muito mais seguro”. Quando alguém precisa ir ao terminal, outras pessoas são acionadas por meio de mensagens e se encontram em frente à faculdade para caminharem juntos, como tática para impedir os assaltos. 

Em grupos on-line nas redes sociais, alguns alunos contam que não se sentem seguros na instituição e que falta apoio da coordenação. No dia primeiro de abril, a Unicesumar lançou nota que determina que os alunos que saírem antes das 22h30, horário de término das aulas, serão notificados pelos professores. A atitude da universidade deixou os alunos insatisfeitos, pois muitos precisam sair alguns minutos antes para não perderem o horário do ônibus que utilizam para chegar em casa. Hugo Emannuel Ganzert, acadêmico de agronomia, conta que não pode esperar até esse horário. “Se eu sair da faculdade às 22h30, perco o último ônibus para chegar na minha vila e vou precisar usar o transporte por aplicativo”, afirma. Outros estudantes também se encontram nessa situação e pressionam a instituição para não serem prejudicados. 

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Ponta Grossa e a UniCesumar para questionar sobre soluções aos problemas dos alunos. Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura diz reforçar as ações de segurança, incluindo a intensificação de patrulhamentos preventivos realizados por equipes da Guarda Municipal. Quanto ao transporte coletivo, a nota afirma que o município tem acompanhado a situação e tomado medidas para absorver a demanda de forma mais eficiente. Já a universidade afirma estar acompanhando a implementação dessas medidas junto da Secretaria Municipal de Cidadania e Segurança Pública e orienta que “o (a) acadêmico (a) que sofrer qualquer ônus, registre Boletim de Ocorrência e informe a secretaria do campus, para que possamos reforçar junto aos órgãos públicos as medidas cabíveis”. 

 

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Linhas de ônibus disponibilizadas para os estudantes da UniCesumar não são suficientes | Foto: Annelise dos Santos

 

Ficha técnica:

Reportagem: Annelise dos Santos

Edição: Heloisa Ribas Bida e Ana Beatriz

Publicação: Heloisa Ribas Bida

Supervisão de produção: Muriel Amaral, Fernanda Cavassana e Marizandra Rutilli

Supervisão de publicação:  Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos

 

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