- Detalhes
- Produção: Kailani dos Santos Czornei
- Categoria: Violência de gênero
- Acessos: 580
A maior parte dos abusos é cometida por pessoas próximas às vítimas
Uma a cada cinco estudantes entre 13 e 17 anos foi abusada ou importunada sexualmente no Brasil em 2019, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as vítimas, cerca de 9% sofreram violência sexual e, para 68,2% delas, o crime ocorreu antes dos 14 anos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), divulgada em setembro.
A maior parte dos agressores é próxima das vítimas: 29,1% são namorados, 24,8% amigos e 22,7% familiares. Os relatos da pesquisa referem-se à importunação sexual, como toques, beijos, ou exposição do corpo em escolas particulares, e estupros em escolas públicas. A mesma pesquisa demonstrou que os casos de abuso sexual entre meninas são de 20,1%; entre os meninos, 9,0%.
Para Bruna Javorski, psicóloga e coordenadora do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) em Telêmaco Borba, a maioria dos casos acontece por pessoas da própria família, o que confronta a afirmação da pesquisa sobre a maior parte dos abusadores constarem entre os namorados e amigos.
Bruna aponta a desestabilidade mental e a insegurança para criar vínculos como os principais traumas. Além disso, jovens agredidos sexualmente apresentarão falta de confiança em relação aos corpos e nos contatos com pessoas ao redor. Essa insegurança é ainda maior quanto aos abusos ocorridos dentro de casa, pois a família deveria ser a base de confiança de um adolescente, e ela, por vez, se vê quebrada em razão do abuso.
Kailani dos Santos Czornei
Há também o sentimento de culpa que os adolescentes carregam. Javorski afirma ainda que, inconscientemente, as vítimas questionam se não deram algum tipo de abertura para que aquele ato acontecesse. “Muitas vezes a vítima traz esse discurso de que, em algum momento, deu a entender que aquilo era permitido, que deu algum tipo de margem”, completa.
Por isso é de suma importância o tratamento psicológico, a maioria se vê impotente e não sabe a quem recorrer. Além do tratamento psicológico, Javorski cita os centros responsáveis por ajudar esses jovens, além de quaisquer vítimas de abuso, o CREAS, e a própria Assistência Social. Após acionar o Conselho Tutelar do município, o acompanhamento deve ser feito pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Ambos os programas fazem visitas domiciliares e procedimentos para a melhor saúde psicológica dos envolvidos, entendendo quais foram os motivos que possivelmente levaram às agressões, garantido o bom convívio familiar e a segurança da vítima para com ela mesma.
Ficha Técnica
Repórter: Kailani dos Santos Czornei
Edição: Yasmin Orlowski e Rafael Piotto
Publicação: Rafael Piotto
Supervisão de Produção: Vinicius Biazotti
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
Vídeo: Mês de agosto marca os 15 anos da Lei Maria da Penha e o combate da violência contra a mulher
- Detalhes
- Produção: Cassiana Tozati
- Categoria: Violência de gênero
- Acessos: 565
O mês de agosto é destinado ao combate da violência contra a mulher, porque marca os 15 anos da Lei Maria da Penha. O objetivo principal desta lei é de estipular punição adequada a quem comete a agressão doméstica. São definidos 5 tipos de violência: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Junto com esta marca, existe em 2021 a sanção da Lei 14.188 que criminaliza a violência psicológica contra mulheres.
Ficha Técnica
Reportagem: Cassiana Tozati
Publicação: Gabriel Ryden
Supervisão: Cintia Xavier, Marcos Zibordi e Maurício Liesen