Falta de incentivo financeiro impede Operário de formar equipe feminina de futebol

A formação de um time de mulheres deve acontecer apenas em 2027, quando for obrigatório

A falta de investimento e de incentivo financeiro são alguns dos obstáculos que impedem a inclusão de mulheres no Operário Ferroviário Esporte Clube. O time completou 111 anos em maio de 2023, porém ainda não tem perspectiva para a formação de equipes femininas. Enquanto isso, a equipe masculina do alvinegro disputa competições nacionais, como a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da Série C. 

Desde 2019, os clubes que disputam a primeira divisão do Campeonato Brasileiro cumprem a exigência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em manter equipes femininas. Durante um evento da Copa do Brasil, o presidente da instituição, Ednaldo Pereira, afirmou que até 2027 todos os clubes das quatro divisões do Brasileirão devem formar times de mulheres.

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Enquanto não são formados time femininos, mulheres ocupam as arquibancadas do Germano Krüger. Foto: Ana Beatriz de Paiva

 

A inexistência de equipes femininas impossibilita que as atletas locais tenham oportunidades e representem o clube em competições locais e nacionais. Eloah Spinelli, de 15 anos, é atleta pontagrossense da Escola de Futsal Independente E.C. e participou de testes em São Paulo. Mesmo aprovada, ela não tem condições financeiras para se estabelecer em outra cidade. A atleta acredita que o pouco incentivo pelo Operário prejudica a formação profissional de novas atletas. “Hoje eu treino em uma equipe amadora, mas seria importante um time com reconhecimento, como o Operário, para que pudéssemos jogar. Mesmo tendo pessoas com interesse, o futebol feminino não é incentivado”, explica Spinelli.

O Campeonato Paranaense Feminino de 2022 contou com a participação de apenas seis equipes (Rio Branco S.C., Foz do Iguaçu F.C., Athletico PR, Coritiba, Sobi São Braz e Toledo E.C.). Dessas, somente o Athletico e o Coritiba disputam competições nacionais, apesar de todas as seis equipes manterem times femininos.

Ao ser questionado se o cenário do futebol feminino no Paraná não instiga o Operário, Paulo Balansin, diretor de futebol da base do clube, afirmou que há necessidade de investidores próprios para essas equipes. De acordo com ele, equipes femininas serão formadas assim que o time possuir estrutura, verba e investidores para isso.

 

 

Ficha técnica:

Produção:  Laura Urbano

Edição de texto: Mariana Borba

Publicação: Rafaela Colman

Supervisão de produção: Muriel Amaral

Supervisão de Publicação: Luiza Carolina dos Santos e Marizandra Rutili