Durante baixas temperaturas, animais recebem casinhas, alimentação e água
Com a chegada do inverno, os animais de rua sofrem quando os termômetros registram baixas temperaturas. Para amenizar o frio, a ONG Voz Animalista realiza ações como a produção e instalação de casinhas provisórias fabricadas com caixas de leite longa vida (UHT). “Recebemos as doações das caixas, montamos as casinhas e as distribuímos nas praças de Ponta Grossa”, afirma Isabella Godoy Danesi, coordenadora da entidade.
A ONG também disponibiliza ração e água aos animais em frente a residências e comércios da cidade. “É muito comum vermos, não só os animais em situação de rua sofrendo com o frio, mas também os animais que possuem moradia fixa, por não receberem os cuidados necessários dos donos”, critica Isabella. Além de realizar essas medidas, a coordenadora reforça a importância da adoção responsável dos bichinhos. A ONG não abriga animais, mas acompanha os procedimentos para que a adoção seja realizada.
Foto: Leriany Barbosa
Mesmo reconhecendo a importância da instituição, Isabella aponta que o município não apresenta políticas públicas sólidas para debater o assunto. “Já que a Prefeitura de Ponta Grossa não consegue amparar todos os animais que estão nas ruas, ao menos deveria incentivar os projetos comunitários, para que cada vez mais eles sejam amparados, principalmente nas estações mais frias do ano”, enfatiza.
A ONG SOS Bichos esteriliza e castra os animais em situação de rua, além de promover a adoção responsável em Ponta Grossa. A coordenadora da instituição não governamental, Claudete Mesquita dos Santos, revela que há três anos, um cachorro morreu devido ao frio intenso.
Se em dias convencionais os animais de rua estão vulneráveis, em dias de frio essa condição é mais crítica. A médica veterinária, Adriele Chirigatti, afirma ser possível que um animal morra de hipotermia, principalmente aqueles que vivem em situação de rua por serem mais magros e por terem poucas camadas de pelo. “O animal que não possui um abrigo fixo precisa, pelo menos, de uma casinha”, afirma. A veterinária ainda destaca que algumas doenças são mais intensas no inverno. “São comuns doenças respiratórias como a gripe, a rinotraqueíte felina, que seria uma espécie de bronquite que se dá em gatos e a tosse canina.” Adriele ainda lamenta o fato do animal em situação de rua adoecer e não ter acompanhamento veterinário. “Todas essas doenças são tratáveis, mas é provável que esses animais morram e nós nem saibamos o motivos, pois eles não são amparados, seja pelos donos ou por políticas públicas”, relata.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para averiguar políticas públicas voltadas aos animais em situação de rua no inverno - como o Centro de Referência de Animais em Risco (Crar), que agora é gerenciado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Mas até o fechamento da reportagem, não houve retorno sobre dados ou ações destinados aos animais em situação de rua nesta época do ano.
Ficha Técnica
Reportagem: Leriany Barbosa
Edição e publicação: Catharina Iavorski
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen