Pesquisa mostra que consumo de marmitas aumentou 41% no país
Os últimos dois anos trouxeram mudanças significativas nos hábitos alimentares da população, seja devido a crise econômica ou pela busca por hábitos saudáveis, e com isso, o consumo de marmitas aumentou. Conforme pesquisa realizada pela Fispal Food Service, aproximadamente 42% dos entrevistados afirmam que começaram a consumir marmitas. Os principais motivos são: preço dos alimentos (57%),alimentação saudável (28%) e falta de tempo (37%). Já a pesquisa Global Consumer Insights mostra que 55% dos brasileiros pagam mais por opções saudáveis de alimentação, valor que é 2% superior à média mundial.
Preparo de marmitas é uma opção para quem busca maior rapidez no dia a dia. | Crédito: Ricardo Tesseroli
A cerca de seis meses, Maritza Vollero faz marmitas para consumo próprio visando uma reeducação alimentar e, ao notar que é uma opção mais prática para o dia a dia corrido da faculdade, continuou com o preparo das refeições. “As minhas marmitas são pesadas e montadas com a quantia certa de cada alimento, seguindo as orientações da minha nutricionista”. Maritza diz que o hábito facilita a própria rotina e dos familiares, que agora também montam marmitas para levar ao trabalho.
Em uma tentativa de manter a dieta, Lisiane Ribas começou a preparar marmitas há quatro meses como opção para ajudar no processo de emagrecimento e também por economia. “Minha rotina é corrida e, quando não dava tempo de preparar uma refeição saudável, acabava recorrendo a alimentos gordurosos”. Com o novo hábito, Lisiane afirma que ela e sua família conseguem ter uma alimentação saudável mesmo com a agitação do dia a dia. “Com certeza é uma opção excelente, já que compensa bem mais do que comer em restaurantes, principalmente por conta dos valores”, ressalta.
Segundo a nutricionista Priscila Schlosser, as marmitas são uma opção mais prática e barata para quem busca uma rotina saudável. “Para o preparo da marmita é necessário buscar um equilíbrio entre os nutrientes, sempre montando pratos coloridos”. Ela afirma que metade da marmita deve ser preparada com salada e legumes, pois a densidade energética baixa desses alimentos promovem um alto nível de saciedade e vitaminas. Já a outra parte deve ser dividida em um quarto de carboidratos, – cereais, tubérculos, massas – priorizando o que é integral, e um quarto de proteína animal e vegetal, optando por carnes magras e evitando alimentos fritos.
A nutricionista ressalta que para vegetarianos e veganos, a dose de proteína vegetal deve ser maior. “É preciso consumir grandes quantidades de feijão, lentilha, soja, ou seja, leguminosas no geral”. Por fim, ela chama atenção para a necessidade de manter os exames em dia e acompanhar os níveis de vitamina B12 no sangue.
Armazenamento
Priscila dá dicas para armazenagem correta dos alimentos. Ela explica que as marmitas podem ficar até 48 horas na geladeira, e se a intenção for cozinhar para a semana toda, é necessário deixá-las no congelador. “Quando for descongelar, o ideal é passar para a geladeira um dia antes, já que descongelar em temperatura ambiente ocasiona alta proliferação de bactérias”. Os legumes devem ser preparados no processo chamado de “branqueamento”, que consiste em cozinhá-los em água fervente por um ou dois minutos, e logo após colocá-los em uma bacia com gelo. “Repetir esse processo algumas vezes evita que os legumes soltem água quando descongelados, o que os faz não murchar.”
A nutricionista afirma que o ideal é usar potes de vidro por serem mais higiênicos e seguros que os de plástico. “Se possível utilizar potes herméticos já que conservam melhor a consistência do alimento, pois entra menos ar no recipiente”, finaliza.
Ficha técnica:
Reportagem: Eduarda Guimarães
Edição e publicação: Ana Barbato
Supervisão de produção: Ricardo Tesseroli
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Marcelo Bronoski e Ricardo Tesseroli