A presença de buracos e postes dificultam a circulação de deficientes visuais 

 

Apesar da legislação brasileira exigir condições de acesso facilitado a portadores de deficiência nas vias públicas, em Ponta Grossa isto não é tão visível. Em uma caminhada curta pela região central é possível verificar que nem todas as ruas possuem calçadas adaptadas. 

Um exemplo é a avenida Eusébio Batista Rosas, no Jardim Carvalho, onde as calçadas com pisos táteis estão em apenas algumas quadras. A via foi revitalizada e foram instaladas calçadas onde não existiam, mas os pisos táteis foram colocados na mesma linha de postes. De acordo com o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), no artigo 41, parágrafo 3º, as calçadas implantadas ou reformadas devem conter melhorias “com vistas a garantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida a todas as rotas e vias existentes”.

Orlando Eugênio de Freitas, de 50 anos, tem deficiência visual. Ele afirma que as ruas do município não foram projetadas para atender às pessoas com necessidades especiais. Ele destaca que são poucas as ruas que têm pisos táteis e, quando têm, apresentam problemas como buracos e substituição do piso por lajotas comuns, que causam incerteza ao deficiente visual. “Conseguimos seguir um piso tátil em linha reta e desviar de cada obstáculo é difícil. Colocar o piso na linha dos postes, por exemplo, parece uma piada de mau gosto”, desabafa.

ACESSIBILIDADE Periódico

Foto: Arquivo Periódico

 

A deficiente visual Simone de Paula, de 49 anos, concorda com Orlando quanto à falta de planejamento das ruas para os pedestres e a situação fica mais crítica quando se trata de deficientes visuais. Para ela, os pisos táteis são de muita valia, desde que instalados corretamente, mas em Ponta Grossa parece que foram colocados apenas para cumprir a lei e não pensando em dar acessibilidade. “Nós corremos nossa guia (bengala) no piso tátil e ele precisa ser livre. Não tem sentido ficarmos desviando de todos os obstáculos, pois isso não facilita nosso deslocamento”, afirma.

A fiscalização da execução de obras é responsabilidade da Prefeitura Municipal. Ela foi procurada por meio da Assessoria de Imprensa para comentar sobre a ausência de calçadas acessíveis, mas até o fechamento da edição não retornou o contato.

 

Ficha Técnica: 

Reportagem: Eder Carlos

Edição e publicação: Catharina Iavorski

Supervisão de produção: Muriel E. P. do Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Marcelo Bronosky 

 

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