Chico Alencar conhece pela primeira vez pré-assentamento Emiliano Zapata e conversa com os integrantes do MST sobre a situação política do país. Foto: Ana Luisa Vaghetti. 

 

O historiador e deputado federal Chico Alencar visitou o pré-assentamento Emiliano Zapata assim que chegou na região de Ponta Grossa, na sexta-feira (20), para conversa de uma hora com os integrantes do Movimento Sem Terra (MST). O objetivo da visita foi entender a situação do assentamento e explicar para os moradores o cenário político brasileiro, após as denúncias envolvendo o presidente Michel Temer.

"O Planalto é simbolizado por uma cuaia de cabeça para cima, o que significa que aquele é um lugar de ouvir os clamores da sociedade, é a Casa do Povo. Infelizmente eles ouvem o povo que tem dinheiro, os JBS da vida, os Odebrecht e outros", ressaltou Alencar. O deputado ainda contou sobre a situação difícil, em que o golpe acontece no dia a dia com a perda de direitos do povo, como a Previdência Social e leis trabalhistas.

Chico Alencar afirma que é totalmente a favor da reforma agrária e da luta do povo. "A história não para, o momento é complicado, mas é a resistência popular que nos ajuda pensar em dias melhores, para não perder a esperança que se contrói lutando", explica o historiador. O deputado não fez previsões sobre o futuro da política e defende que a marca desse tempo é a incerteza e imprevisibilidade. 

 

Acompanhe a fala de Chico Alencar sobre o cenário político do país:

 

 

Como alternativa da conjuntura política atual, Chico Alencar ressaltou que o povo pode ajudar através da luta e pressão popular. "É hora do grito na rua", afirmou o deputado. Em conversa com o Portal Periódico, Chico Alencar levantou algumas considerações sobre a importância da juventude e do jornalismo neste cenário nacional.

 

Chico Alencar: A juventude interessada, inclusive na luta da indução de despolitização ao desencanto tem um papel muito importante a desempenhar. Quem trabalha na área do jornalismo mais ainda, porque a informação no Brasil é mais deformação, tem sempre os donos de comunicação que veiculam e reportam a realidade de acordo com os seus interesses econômicos, então o papel de quem está estudando jornalismo é muito esse de democratizar a informação, porque só com informação horizontal e espalhada a gente vai transitando do senso comum, para o bom senso e depois para o fundamental que é o senso crítico. Então a juventude tem um papel muito importante a cumprir, sempre teve, em qualquer sociedade, mas no Brasil do desencanto, do descredito, da anomia, da confusão, dos cenários trocados, das cartas embaralhadas, uma juventude mais esclarecida, lúcida, que se organiza e luta, tem um papel decisivo. Eu quando vejo nas ruas e nas redes fico muito feliz, vocês me representam.