Até o fim de março, 30.010 pessoas receberam a primeira dose da vacina na cidade
Com uma das maiores taxas de mortalidade do Estado do Paraná e o menor número de doses aplicadas - em comparação entre as cidades de mesmo porte -, Ponta Grossa encontra-se em momento precário no combate à pandemia do novo Coronavírus, de acordo com dados divulgados pelo ranking de vacinação. A campanha iniciou em janeiro de 2021 e, até o final de março, 30.010 mil receberam a primeira dose e 6.697 mil receberam a segunda dose da vacina. Até o momento, o grupo com maior número de vacinados são os profissionais da saúde, com mais de 4 mil com ambas as doses.
No país, campanha de vacinação começou em janeiro deste ano. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Em comparação com dados do Estado, é notável a desproporção entre a cidade e as demais na distribuição. Com mais de 30 mil casos confirmados e um total de 644 óbitos, a Associação Médica de Ponta Grossa cobra um aumento no repasse de doses ao município. Para o integrante do Conselho Municipal de Saúde de PG, Ismael Freitas, a vacinação acontece de modo lento em todo o país. “A vacinação está além das possibilidades do SUS, por conta de erros cometidos pelo presidente da república”, afirma o integrante ao tratar do impedimento da compra das vacinas de forma antecipada através do ministro da saúde, Eduardo Pazuello.
O Paraná hoje, de acordo com o consórcio da imprensa, vacinou 7,90% da população na primeira dose. Não sendo prioritário, a imunização avança lentamente no Sul, ao contrário do Amazonas, que teve preferência após crises sanitárias no início do ano. Agora, a situação se inverte. “Hoje, o Brasil inteiro enfrenta o que ocorreu no Amazonas em janeiro/fevereiro”, avalia Freitas. Isto demonstra que a pandemia desenfreada e a falta de vacinas agravam cada vez mais a situação do sistema público e privado de saúde.
Para outra integrante do conselho, Albertina Soares, a taxa de vacinação no Estado acompanha a média federal, ou seja, é muito baixa. “Vacinamos 1 milhão de pessoas e isso corresponde apenas pessoas acima de 70 anos e profissionais de saúde”, aponta. Considerando a parte econômica, um plano de vacinação eficiente seria capaz de ‘salvar’ a economia tão defendida pelos governantes desde o início da pandemia. O assistente social Marcos Koczur ressalta que a imunização é a única forma de retornar às atividades coletivas, como escolas. “A vacinação é um pacto coletivo entre toda a nação”, reconhece o profissional.
A estimativa da administração da Prefeitura de Ponta Grossa considera duas opções para imunizar a população. Em primeira opção, utilizando-se apenas das doses enviadas pelo Ministério da Saúde, no ritmo atual, seriam necessários 240 dias para vacinar 250 mil pessoas acima dos 18 anos. Em um segundo plano, contando as doses do Ministério mais as doses do consórcio de Municípios para a compra de vacinas, seriam necessários 180 dias para imunizar a população.
Ficha Técnica:
Repórter: Tamires Limurci
Publicação: Denise Martins
Supervisão: Sérgio Gadini
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil