A instituição fez parcerias com municípios da região de PG e também com universitários

 

Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) de Ponta Grossa leva enfermeiros e técnicos para realizar triagem e recrutar voluntários nas cidades dos Campos Gerais, para a captação de sangue neste ano. A instituição apresenta baixa de sangue do tipo O- e a medida busca suprir o estoque das doações. Hoje, o banco contém 20 bolsas, o que representa a capacidade do município de realizar cerca de seis procedimentos médicos, uma vez que em cada um deles, um adulto necessita de aproximadamente três bolsas de sangue. 

Valderes Cardozo, técnica de enfermagem responsável pela coleta, conta que a iniciativa foi criada porque moradores da região têm interesse em doar sangue, mas suas cidades não possuem a estrutura necessária, como refrigeradores para guardar o sangue coletado, por exemplo. Contudo, como a técnica explica, o ideal é que o ritmo de doação seja mais constante e equilibrado. “O sangue e as plaquetas têm prazo de validade, então a gente precisa de doadores constantes”, afirma.

O projeto durará o ano todo e tem o apoio das prefeituras dos municípios envolvidos para a estrutura de coleta e captação de voluntários. Ponta Grossa se torna o centro regional dessas coletas por ter os equipamentos e equipe necessária e ser vizinha das cidades que participam do programa iniciado pela Hemepar. O primeiro município a participar foi Sengés, em março deste ano, onde foram coletadas 119 bolsas de sangue. A expectativa é realizar ao menos uma coleta por mês nos municípios da região. 

No Paraná, há 23 hemonúcleos da Hemepar, com um coordenador em Curitiba e quatro regionais, localizadas nas cidades de Guarapuava, Cascavel, Maringá e Londrina. Nove núcleos estão distribuídos em Ponta Grossa, Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Umuarama, Paranavaí, Apucarana e Biobanco (Curitiba). Há ainda oito unidades de coleta e transfusão de sangue nos municípios de Paranaguá, Irati, União da Vitória, Cianorte, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Toledo e Telêmaco Borba, além de uma agência transfusional na cidade de Ivaiporã.

 

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Estoque de bolsas de sangue O- | Foto: Iolanda Lima

 

Outros Projetos em PG

Além da campanha nos municípios, a Hemepar tem parceria com a Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia (LAOH), ligada ao curso de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), para aumentar seu estoque de bolsas. Isso se dá por meio do Trote Solidário, que foi uma forma de estimular os calouros a se sensibilizarem com a causa e a serem doadores. Na edição de 2023, 17 calouros e 16 acompanhantes participaram, totalizando 14,9 litros de sangue doados. 

O estudante de medicina da UEPG e presidente da Liga, Vitor Hugo Pironatto, tem boas expectativas para o projeto. “Pensamos em tornar isso uma tradição do curso de medicina, e quem sabe expandir para outros cursos no futuro”, almeja. O trote também foi bem avaliado pelos calouros. “O ganho de pontos a mais dentro da atividade, fez com que a gente insistisse com que outras pessoas doassem também, e muitas dessas pessoas nunca tinham doado”, declara Nicollas Mikael da Silva, calouro de medicina na UEPG.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Iolanda Lima

Edição: Heloisa Riba Bida e Maria Eduarda Leme

Publicação: Heloisa Ribas Bida

Supervisão de produção: Muriel Amaral, Marizandra Rutilli e Fernanda Cavassana

Supervisão de publicação:  Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos

Entre os motivos está a pele clara e o trabalho no campo sem proteção adequada

Em 2022, o câncer de pele atingiu mais de 3,8 mil brasileiros e 41% deles são da região sul. O Painel Oncologia Brasil, do Ministério da Saúde, divulgou o levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e identifica o sul do Brasil com o maior número de diagnósticos de câncer de pele (melanoma maligno da pele), contabilizando 1594 casos. O Paraná apresenta 631 casos, 39% das incidências. 

A cabeleireira Arilene Pupo, 65 anos, sofreu com as complicações do câncer de pele. Ela foi à dermatologista para fazer um tratamento de pele e no retorno da consulta, após seis meses, a médica notou uma mancha no nariz e a encaminhou ao oncologista. “O médico deu o diagnóstico de câncer de pele e disse que precisava retirar. Foram em três lugares, mas não doía, nem incomodava, não tinha sintoma”, conta Arilene. Um dos maiores riscos do câncer de pele é que ele não provocar dor e os sintomas passam despercebidos.

Antes disso, ela já havia feito uma cirurgia no ombro devido a uma mancha cancerígena. “Foi bem agressivo e rápido. Hoje está tudo bem porque foi tratado a tempo, se demorasse mais teria ficado com sequelas”. Arilene ainda faz  acompanhamento médico e, desde então, passou a se prevenir. 

Há dois tipos de câncer de pele: o melanoma, que pode se espalhar pelo corpo e levar à morte, e o não-melanoma, que engloba os carcinomas, tipo de câncer mais comum e menos agressivo. “O melanoma se manifesta como casquinhas ou alteração na textura da pele. Os tipos de câncer carcinoma dificilmente levam à morte ou à metástase, mas o tratamento é cirúrgico, então quanto mais ele cresce, mais a cirurgia deixa sequelas e cicatrizes”, explica a dermatologista Cristiane Hass.

Considerando os tipos de câncer de pele, os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná ocupam a segunda posição da pesquisa da SBD. Segundo a dermatologista, a pele clara dos moradores da região é um fator de risco. Além disso, a economia é baseada na agricultura, atividade com alta exposição solar. 

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Trabalhadores da agricultura estão expostos a maior incidência solar | Foto: Mirna Bazzi/ Arquivo Periódico

Entre as formas de prevenir a doença estão a fotoproteção, com uso diário de protetor solar e medidas preventivas de exposição nos momentos de lazer, como o uso de roupas com proteção solar, além de evitar o sol entre às 10 e 16h. O diagnóstico precoce é uma importante forma de prevenção. Segundo Cristiane, a SBD recomenda que uma vez ao ano seja realizada consulta dermatológica, mesmo que não tenha doença de pele.

Anualmente, o Instituto Nacional de Câncer divulga uma estimativa de novos casos da doença. Os números são obtidos a partir da relação entre incidência e mortalidade, por meio do monitoramento dos registros novos da doença e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Na região sul, para 2023, estimam-se 2400 diagnósticos de melanoma maligno da pele, sendo o 13º tipo mais comum na população.

No município de Ponta Grossa, em 2021, foram reconhecidos 15 casos da doença. Em 2022, esse número caiu para seis. 

Em caso de suspeita procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. O Sistema Único de Saúde tem até 60 dias para iniciar a terapia em um centro de tratamento oncológico. 

 

Ficha Técnica

Reportagem: Isadora Ricardo

Edição e publicação: Catharina Iavorski

Supervisão de produção: Muriel E.P. Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Marcelo Bronosky

Pacientes unem auriculoterapia e acupuntura aos métodos tradicionais para tratar a doença


Pessoas que estão em tratamento contra o câncer fazem uso da auriculoterapia, acupuntura e homeopatia como terapias alternativas auxiliares no combate à doença. Os métodos não estão ligados à cura do câncer, mas focados na possibilidade de diminuir os efeitos colaterais do tratamento e bem-estar do paciente. A oncologista, Tania Hissa Anegawa, afirma que as terapias alternativas com comprovação científica podem ser eficazes nos pacientes. “Não é possível abandonar as terapias tradicionais de tratamento para o câncer, é necessário compreender que as terapias tradicionais e alternativas podem andar juntas no tratamento do paciente”, explica a médica.

Tania ainda esclarece que durante esses procedimentos é necessário um acompanhamento médico e o diálogo entre paciente e profissional para a escolha das melhores terapias. “Existem casos, por exemplo, em que a acupuntura pode agravar as possibilidades de infecção no paciente. Os profissionais precisam estar habilitados para saber qual a melhor forma de fazer esse tratamento alternativo”, explica.


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Créditos: Ana Luiza Bertelli Dimbarre


Graziele Oliveira descobriu, no início deste ano, que estava com câncer de mama em estágio avançado. Desde então, buscou outros mecanismos para que a sua qualidade de vida não fosse tão afetada, uma vez que, durante as sessões de quimioterapia, seu fígado foi sobrecarregado. “O tratamento alternativo, que no meu caso foi a acupuntura e auriculoterapia, ajudou a minha imunidade e, principalmente, nos efeitos colaterais que eu sentia pós-quimioteria”, afirma. 

Uma das profissionais que faz tratamentos alternativos em Ponta Grossa é a massoterapeuta, especializada em oncologia, Márcia Regina Aplevicz. Ela explica que esses procedimentos buscam conciliar técnicas alternativas e tradicionais, sendo comum pessoas que ficam indispostas pelos efeitos colaterais da quimioterapia procurarem por tais métodos. “A acupuntura, a auriculoterapia ou qualquer outra terapia alternativa é algo ligado ao bem-estar e ao psicológico do paciente. É muito melhor o paciente ir para a quimioterapia, com a ansiedade controlada, pois seu organismo vai reagir de forma mais positiva”, exemplifica. 


Ficha técnica

Reportagem: Catharina Iavorski 

Edição e publicação: Ana Luiza Bertelli Dimbarre

Supervisão de produção: Muriel E. P. do Amaral 

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Marcelo Bronosky 

Ondas de calor, mal-estar e insônia são alguns dos sinais do climatério que podem ser tratados com reposição hormonal

O corpo humano é formado por ciclos, envelhecer é resultado das fases de uma vida inteira. Um dos indícios desta passagem do tempo se manifesta pelos  declínios hormonais. No caso das mulheres, a questão é traduzida pela menopausa. A interrupção natural da menstruação ocorre entre os 45 e 50 anos de vida, o que marca o fim da fase reprodutiva dos ovários. O período é acompanhado de vários sintomas, que se não tratados podem gerar problemas mais graves como a incidência de osteoporose, pólipos uterinos e cistos nas mamas, além de interferir no lado emocional com o surgimento de ansiedade e depressão. De acordo com estudo realizado pela Sociedade Norte-Americana da Menopausa, a depressão afeta até 70% das mulheres no climatério. 

Segundo a enfermeira especialista em ginecologia Sthefany Vaz, o climatério, período de transição para a menopausa, pode gerar uma série de sintomas como ondas de calor, insônia, suores noturnos, alterações de humor e secura vaginal. “Os sintomas podem diminuir com a prática de atividades físicas, alimentação equilibrada e reposição hormonal”, afirma.  Mesmo com esses sintomas, há quem prefira não fazer acompanhamento.

Eliane Veiga, hoje com 58 anos, conviveu com os sintomas da menopausa durante dez anos antes de buscar tratamento médico. “Os sintomas da menopausa dificultaram muito a minha vida, por conta das ondas de calor eu não conseguia dormir. Meu emocional ficou muito abalado, senti uma tristeza profunda e não tinha vontade de fazer nada”, relata. Para ela, os sintomas desapareceriam com o tempo e, por isso, não via  necessidade de buscar ajuda médica. A procura pela ajuda ocorreu apenas esse ano  por não suportar os sintomas. “No meu caso era falta de conhecimento sobre as alternativas para aliviar os sintomas, achei que estaria fazendo mal ao meu corpo”, aponta. 

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Envelhecimento nas mulheres é marcado pela menopausa | Foto: Catharina Iavorski

O medo de prejudicar o organismo também é um fator relatado por Maria Benedita de Campos não procurar acompanhamento médico. “Não vejo necessidade de consultar um médico, apesar dos sintomas como as ondas de calor existirem, aprendi a conviver com eles, acho que essas medicações são muito invasivas para o organismo da gente”, analisa. 

De acordo com a enfermeira ginecológica Sthefany Vaz, o tratamento para a menopausa não é algo obrigatório e depende da intensidade de cada sintoma. “Nem todas as mulheres precisam de tratamento médico, algumas passam por esse momento não sentindo alguns desses sintomas. Porém, outras necessitam de tratamento especializado pela intensidade do quadro apresentado”, esclarece.

É indicado fazer terapia de reposição hormonal para casos mais agudos, o que ajuda a regular o equilíbrio de hormônios e tratamento de reposição de massa óssea, caso necessário. O tratamento para menopausa não é o mesmo para todas as mulheres, porém a realização de exames deve ser feita anualmente. Segundo a enfermeira, os exames necessários incluem ecografia pélvica para analisar se há alterações do colo do útero, mamografia, densitometria óssea  para verificar o aparecimento de osteoporose, e a presença dos hormônios prolactina e estradiol que, quando baixos, sinalizam a ocorrência de menopausa.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Valéria Laroca

Edição e publicação: Maria Eduarda Ribeiro

Supervisão de produção: Muriel E. P. do Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Marcelo Bronosky

Os pacientes da vila Santa Terezinha se deslocam à unidade de saúde do Santa Paula para realizar consultas médicas

A Unidade Básica de Saúde (UBS) Clyceu Carlos de Macedo, da vila Santa Terezinha, está fechada para reformas. Desde a última semana de outubro, os moradores precisam andar quase três quilômetros para serem atendidos na UBS Egon Roskamp, do bairro Santa Paula. Segundo informações da Prefeitura de Ponta Grossa, as obras da UBS estão previstas para finalizar no dia 7 de novembro. Entretanto, a distância entre uma unidade à outra faz com que os pacientes optem por esperar pelo retorno dos atendimentos na Clyceu Carlos de Macedo. 

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UBS da Santa Terezinha está fechado para reformas. Foto: Leriany Barbosa

Egnon Schubert, 37 anos, é um dos pacientes que vai esperar o fim da reforma para ser atendido. Ele mora com a mãe, Marinez Schubert, 63 anos, e ambos são pacientes da UBS de Santa Terezinha. “Como costumamos andar a pé, o trajeto se torna complicado, e o deslocamento entre a nossa casa e a UBS do Santa Paula é muito longe”, afirma. Porém, para a mãe de Egnon, a espera não é uma opção. “Com a minha idade, eu preciso ir o quanto antes no postinho para renovar receitas médicas”, revela.

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Distância entre UBSs da Santa Terezinha e Santa Paula. Créditos: Google Maps

Para Schubert, a mudança de UBS poderia ser melhor. De acordo com ele, o local para realizar os exames e consultas deveria ser na UBS Alfredo Levandovski, localizada na vila Gralha Azul, também no bairro Contorno. Mesmo a distância sendo praticamente a mesma, o trajeto seria mais fácil, pois a unidade do Gralha Azul não tem grande contingente de pessoas para serem atendidas. "O postinho do Santa Paula atende muitas pessoas de outras vilas, assim como o da Santa Terezinha, já o Gralha Azul é mais restrito à população da própria região”, conclui Schubert. 

Leonilda Galvão, de 70 anos, também não aprovou a mudança pela falta de informações e esclarecimentos. “No geral, o atendimento continua o mesmo, assim como a demora para ser atendida. O interessante é que o postinho da Santa Paula também está com reformas a serem concluídas”, destaca a idosa. Ela menciona que surgiram diversas confusões com as datas. “As enfermeiras do postinho da Santa Terezinha falaram que eu precisava retornar sexta-feira (28) para pegar algumas receitas, mas naquele dia todos os postos de saúde da cidade estavam fechados”, expõe Leonilda lembrando que era dia do Servidor Público, logo a UBS não abriu. 

O que a Prefeitura diz?

O Município foi questionado pela reportagem sobre a escolha que resultou na mudança de atendimentos médicos na unidade de saúde do Santa Paula, porém, não obteve retorno. Além dos questionamentos sobre a metodologia de escolha, a reportagem também buscou saber o que seria de fato a reforma de modernização, o orçamento das obras e por qual motivo a UBS do Gralha Azul não foi escolhida para atender a população da Santa Terezinha, visto que a UBS escolhida também passa por reformas. Por fim, tentou-se entender como a Prefeitura iria operar caso as reformas passassem do prazo estimado. Mesmo com as mensagens encaminhadas em 26 de outubro pela reportagem, o Município não deu retorno. 

 

Ficha técnica

Reportagem: Leriany Barbosa

Edição e publicação: Isadora Ricardo

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Ricardo Tesseroli e Marcelo Bronoski

Quedas bruscas de temperatura são alertas para desenvolvimento de doenças alérgicas

O clima em Ponta Grossa tem se comportado de maneira instável nas últimas semanas. Apesar da predominância dos dias frios e chuvosos, dias quentes e ensolarados também dão as caras.  Um exemplo ocorreu entre esta segunda (17) e terça-feira (18), pois após um dia abafado e ensolarado, a terça amanheceu com chuva intensa, vento e frio. Essa mudança brusca impacta a vida de quem sofre com rinite e sinusite, pois a oscilação agrava as crises e as tornam mais frequentes.  

 

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Mudança brusca no tempo impacta a vida de quem sofre com rinite e sinusite. | Foto: Leriany Barbosa. 

 

De acordo com a otorrinolaringologista Elaine Prandel a rinite é uma doença irritativa das vias aéreas, uma inflamação, que pode ser alérgica ou não. Ela também diz que um tipo de rinite muito comum é a rinite derivada da mudança de temperatura, chamada de vasomotora. O clima frio de Ponta Grossa favorece o surgimento desse tipo de rinite. Já sobre a sinusite, a médica explica: “A sinusite ocorre quando há um microrganismo envolvido, seja viral ou bacteriano, então nesse caso já é uma infecção causada por um agente patógeno”.

A situação pode se agravar quando a rinite se desenvolve e causa sinusite. Como explica Elaine, a rinite provoca o inchaço e acúmulo de secreção nas vias aéreas e esse quadro evolui para a sinusite, o que pode causar infecções. Para quem sofre desses males, Elaine recomenda evitar agentes que causam alergias como pelúcias e o contato com animais como cães e gatos. Além disso, deixar o ambiente mais arejado, ainda mais na primavera, por conta da ocorrência de maior presença de pólen no ar. Caso o quadro se agrave, é importante recorrer ao tratamento médico, o que não descarta procedimento cirúrgico para desvio de septo

Quem passa por essa situação sabe o quanto é ruim lidar com os sintomas desagradáveis dessas doenças. Desde criança, Renan Luiz Taques, de 22 anos, sofre diariamente com a rinite. “Todo dia minha rinite ataca por conta dos cachorros e das flores que tem no quintal aqui de casa”, afirma Renan.  Ele conta que já procurou ajuda médica e foi diagnosticado com rinite crônica. “O médico passou alguns remédios e uma injeção que devo tomar uma vez por ano para tratar a rinite”, afirma.

 

Ficha técnica: 

Reportagem: Levi de Brito 

Edição e publicação: Cassiana Tozati 

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral 

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Ricardo Tesseroli e Marcelo Bronoski 

As etapas envolvem o tratamento do sangue até que ele seja destinado a outra pessoa 

Doação de sangue é um ato importante que pode ajudar a salvar vidas. O que nem todo mundo sabe é que o sangue coletado passa por várias etapas de preparação até ser destinado a uma pessoa. Desde o momento da triagem clínica do doador, até a forma de armazenamento do sangue coletado, são fases que interferem no processo final de doação.

Imediatamente após a coleta, o sangue é armazenado em caixas com placas refrigeradas a 16º C, por duas horas, a fim de estabilizar a temperatura. Nesse momento ele é chamado de “sangue total”. Segundo a farmacêutica bioquímica do Hemepar de Ponta Grossa, Vivian Aparecida Maciel Mendes, o objetivo é separar os quatro hemocomponentes do sangue: concentrado de hemácias, plasma, concentrado de crioprecipitado e concentrado de plaquetas. Para isso, as bolsas de sangue passam por um processo físico de centrifugação em duas etapas. A primeira etapa separa as hemácias do plasma e a segunda separa o plasma das plaquetas. 

Cada hemocomponente do sangue são igualmente essenciais, no entanto, cada um possui uma finalidade diferente. As hemácias, por exemplo, ajudam no tratamento de vários tipos de anemia e doenças hereditárias. Já o plasma e o crioprecipitado são destinados a pessoas com problemas de coagulação. As plaquetas auxiliam no tratamento hemorrágico.

Antes que o sangue seja liberado para doação (transfusão) , é necessário fazer exames da amostra. O intuito é verificar se o doador possui alguma doença possível de ser transmitida. Sendo elas: sífilis, HIV, hepatite B, hepatite C, doença de chagas e vírus HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas) 1 e 2.

De acordo com Vivian, se os exames detectarem algum problema “o doador é convocado para coletar uma segunda amostra para confirmação e ele é direcionado para dar início ao tratamento”, afirma. A primeira amostra coletada, por sua vez, é descartada.

Todo o processo de coleta, centrifugação e exame leva em torno de 48 horas. Somente após todos esses estágios é que os componentes do sangue são liberados para doação.

DOAÇÃO SANGUE Maria Fernanda de Lima

Foto: Arquivo Periodico/Maria Fernanda de Lima

Armazenamento correto

Após o processo de centrifugação, todos os componentes exigem diferentes formas de armazenamento. Vivian explica que o concentrado de hemácias deve ser refrigerado em uma temperatura de 4º a 6º C e dura entre 35 e 42 dias. Já o concentrado de plaquetas é conservado em temperatura ambiente e dura apenas cinco dias. Tanto o plasma, quanto o crioprecipitado são armazenados a 30º C negativos e duram até um ano congelados.

Até mesmo durante o transporte de algum elemento é necessário ter o cuidado com a temperatura adequada. Se não forem armazenados corretamente, os componentes podem ser contaminados por bactérias e devem ser descartados.

 

Antes da coleta, vem a triagem

A triagem clínica, etapa anterior à doação, é indispensável para o funcionamento correto de todo o procedimento citado. Segundo a enfermeira do Hemepar, Vanessa Andrade, a triagem consiste em um questionário extenso sobre hábitos de vida, medicações e histórico de saúde do doador. Além de verificar se ele atende aos critérios de doação, também é avaliado se a coleta pode causar algum problema, tanto para o doador, quanto para quem recebe o sangue.

De acordo com Vanessa, a triagem auxilia na investigação de possíveis problemas que os exames em amostras não seriam possíveis de descobrir. “Todo o questionário feito aqui na triagem clínica é para descartar a possibilidade desse doador ter alguma interferência em algum ponto que venha trazer prejuízo em qualquer parte do processo. Mesmo com os exames feitos no sangue, a triagem clínica se mantém importante”, afirma.

Este ano as doações caíram 20% comparado há dois anos, porém, o Hemonúcleo da cidade ainda consegue operar sem faltas de sangue. Essa falta só é sentida quando a  baixa das doações está acima dos 40%. De acordo com a farmacêutica bioquímica do Hemonúcleo, Márcia Barbosa Machado, “por dia, são distribuídas cerca de 40 bolsas para hospitais e clínicas da cidade, e para este mês, o estoque de bolsas de sangue se mantém tranquilo devido às doações já feitas em setembro”.

A doação pode ser feita via agendamento no site do Hemepar. O interessado também pode ligar para o número (42) 3223-1616. O Hemonúcleo fica na rua General Osório (esquina com Coronel Dulcídio).

 

Ficha Técnica:

Repórter: Larissa Onorio

Edição e Publicação: Maria Eduarda Ribeiro

Supervisão de produção: Ricardo Tesseroli

Supervisão de publicação: Candida de Oliveira, Marcelo Bronosky e Ricardo Bronosky

Paraná é referência na doação de órgãos no país; PG acompanha os índices do Estado

 

A cor verde marca a Campanha Nacional para a Doação de Órgãos e Tecidos, conhecida como Setembro Verde. Idealizado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. A doadora Amanda Calixto comenta sobre a importância das ações para conscientização da população. “A doação de órgãos ainda é pouco discutida, mesmo sendo de grande importância social”. 

Em Ponta Grossa, de acordo com os dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, entre janeiro e maio deste ano,  11 doadores estiveram aptos a transplantes de órgãos na região. Em comparação a 2021, os números permanecem estáveis, totalizando uma média de dois doadores efetivos por mês.

Segundo o coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Universitário (HU), Guilherme Arcaro, o processo de doação é iniciado após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. Em seguida, quando o paciente é um potencial doador, há um diálogo com a família para a autorizar o processo. 

Arcaro explica que os transplantes são realizados pelos centros transplantadores. Na região, os mais próximos ficam em Campo Largo e Curitiba. Além disso, ele explica como ocorre o recolhimento dos órgãos. “A equipe transplantadora vem até o hospital, realiza a captação dos órgãos e os encaminha aos centros conforme disponibilidade e compatibilidade doador-receptor”, destacou.

O coordenador ressalta que o Paraná lidera o ranking nacional de doadores efetivos por milhão de habitantes e Ponta Grossa segue nesta mesma tendência estadual. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), o Brasil é referência mundial na área de transplantes de órgãos e tecidos, assumindo o segundo lugar no ranking de maior transplantador, atrás apenas dos EUA. Bem como possui o maior sistema público de transplantes do mundo, com cerca de 95% do financiamento dos transplantes realizados pelo SUS.

Corrente do bem

Com apenas dez anos de idade, Gabriela Romanoski de Andrade viveu uma corrida contra o tempo após ser diagnosticada com Miocardiopatia Dilatada, em julho de 2020. Transferida para o Hospital Pequeno Príncipe para realizar seu tratamento, em poucos meses, ela deu entrada na fila de transplantes em busca de um novo coração, mesmo com o seu transbordando de tanta bondade e amor. A pequena Gabi tinha dois sonhos, receber a primeira comunhão, com direito a uma cerimônia surpresa preparada na capela da instituição médica e outro de ajudar as pessoas, principalmente crianças. Infelizmente, em novembro de 2020, a pequenina não resistiu, mas seu sonho permanece forte com o Projeto Gabi Vive, relata a amiga da família e colaboradora do projeto Ligiane Santos.

A ideia do projeto é ser uma rede de apoio para os familiares que estão na mesma situação, promover campanhas de arrecadações e difundir materiais sobre a conscientização da doação de órgãos para contribuir no aumento do índice de doadores efetivos.

Ligiane comenta sobre a importância da realização de campanhas e movimentos para divulgar informações sobre o procedimento de doação. No ano passado, a colaboradora relata que o projeto realizou ações ligadas ao Setembro Verde. “Muitas pessoas nos disseram que, ao lerem as informações dos posts, mudaram positivamente de ideia sobre suas decisões acerca da doação de órgãos”. 

Como virar um doador

Segundo informações do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, existem dois tipos de doadores: o doador falecido, onde é necessário comunicar os familiares sobre o desejo, visto que o procedimento só pode ser realizado com a autorização de parentes próximos. E o doador vivo: qualquer pessoa saudável que deseje doar um de seus rins ou parte do fígado para um familiar próximo, ou uma pessoa não aparentada - neste caso sendo preciso uma autorização judicial.

Os órgãos que podem ser doados são: coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e também tecidos, como: córneas, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões. Ou seja, um doador pode ajudar muitas pessoas. De acordo com o Sistema Estadual de Transplantes os órgãos são destinados a pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista única de espera. A seleção dos pacientes que aguardam o procedimento ocorre baseada na gravidade da doença, tempo de espera na lista, tipo sanguíneo e compatibilidade com o órgão doado. Após a doação, os órgãos são removidos cirurgicamente e, antes de ser entregue a família, o corpo é reconstituído condignamente e sem deformidades, podendo ser velado normalmente.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Larissa Del Pozo

Edição e publicação: Catharina Iavorski

Supervisão de produção: Ricardo Tesseroli

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Ricardo Tesseroli 

Para que entre em vigor, PL precisa da autorização presidencial

Mulheres podem vislumbrar maior liberdade na realização de laqueaduras no Brasil. No início de agosto, a Câmara dos Deputados aprovou alterações na lei em relação ao procedimento e, se aprovado pelo Presidente, não será mais necessária a autorização do cônjuge para realizar a cirurgia. Além da ausência de autorização masculina, o projeto altera de 25 para 21 a idade mínima para realizar a laqueadura e permite a esterilização logo após o parto do primeiro filho, não sendo necessária a espera pós-parto. 

“A figura do marido que delibera pela mulher ainda está longe de ser um folclore. Parece uma piada, mas essa lei está vigorando”, diz a professora do Departamento de Biologia Geral, Marcela Teixeira Godoy, também coordenadora do projeto O que você estava vestindo?, que faz a exposição de roupas das vítimas de violência sexual, do momento em que foram violentadas. A lei anterior previa a anuência do companheiro para realizar a laqueadura  com no mínimo 42 dias depois do parto ou ao término do puerpério. 

ATENDIMENTO MÉDICO SAÚDE Mariana Okita

Foto: Mariana Okita (Acervo Periódico)

Para Marcela, as alterações na lei representam maior liberdade para a mulher, que pode zelar de forma independente pela própria saúde. “Ninguém deveria ter o poder de decisão direto ou indireto sobre o corpo da mulher, que diz respeito somente a ela. A alteração na lei impede que a mulher faça duas cirurgias, duas internações, dois procedimentos que poderiam ser realizados na hora do parto”, ressalta. Marcela também destaca que um dos objetivos da laqueadura é evitar os vários riscos à saúde que uma gravidez indesejada pode causar. 

Sileda Becket, de 55 anos, é um exemplo de como as decisões sobre o próprio corpo são atreladas à figura masculina. Ela fez a laqueadura há 20 anos e conta o que lhe foi dado de orientação para o procedimento. “A médica me pediu, além de refletir bem sobre a decisão, a assinatura do meu marido”, relata. Sileda optou pelo procedimento porque não queria mais ter filhos após o nascimento da terceira filha e seu marido não aceitava fazer a vasectomia. Sileda acrescenta outra dificuldade que afeta a vida da mulher. “Afinal de contas é ela que depois tem a responsabilidade em relação ao seu emprego, em relação à licença maternidade. Ela que corre o risco de ficar desempregada”. 

A lei não contempla todas as realidades femininas. Uma estudante universitária de 22 anos, que prefere não ser identificada, expõe que desde que atingiu a maioridade, tem interesse em realizar a laqueadura. “Eu nunca tive interesse em ser mãe, e não quero ter aquela obrigação que toda mulher tem de construir uma família”, explica. Mesmo com a possível alteração na lei, em que ela teria idade mínima e não precisaria de assinatura do parceiro, ela ainda precisaria ter um filho. 

Para ela, a alteração significa uma vitória apenas parcial. “Acham que é necessário ter um filho primeiro, porque talvez você vá se arrepender. Não consideram, inclusive, a possibilidade de que existam outras formas de se ter um filho, como a adoção”. A estudante não se sente segura com os outros métodos contraceptivos, como a pílula anticoncepcional. E, enquanto as exigências da lei intercederem pelas vontades da mulher e sobre o que faz com seu corpo, ela permanecerá com a insegurança. 

 

Ficha técnica:

Reportagem: Cassiana Tozati e Victória Sellares

Edição e publicação: Maria Helena Denck

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Maurício Liesen

Falta de divisão entre esferas profissional e privada pode influenciar no desenvolvimento de Síndrome de Burnout 

 

O trabalho híbrido, conhecido por combinar o presencial e o home office, tem sido cada vez mais aplicado após o isolamento por conta da covid-19. Trata-se de um contexto onde os trabalhadores desenvolvem as atividades em horários condizentes com as rotinas pessoais. Porém, os benefícios das tecnologias, que possibilitam esse tipo de trabalho, ainda precisam ser avaliados. É um desafio dividir a vida profissional e pessoal com o uso das redes sociais e aplicativos de mensagem, pois não importa o horário, o trabalho consegue se misturar com a vida privada por esses meios. 

O psicólogo Luiz Ricardo Pauluk diz que as queixas pela invasão do trabalho na vida pessoal, a partir do uso de redes sociais e WhatsApp, são frequentes em seu consultório. “Posso dar como exemplo um casal que precisou estabelecer regras rígidas, porque o WhatsApp profissional de um deles invadia a privacidade. Isso, por sua vez, levou à uma crise no casamento que quase resultou na separação”, conta. A solução do casal foi proibir o uso profissional do aplicativo após as 22h, e as consequências dessa atitude seriam resolvidas no dia seguinte. 

Para Pauluk, é preciso avaliar o uso das tecnologias e buscar uma educação a partir disso. “Não temos uma cultura que administre bem o contato com o mundo virtual. Não sabemos, de modo geral, dosar o uso dos dispositivos eletrônicos”. A falta dessa postura diante das tecnologias pode ocasionar na Síndrome de Burnout, principalmente no contexto de trabalho híbrido. 

Por ser caracterizada como um estado de exaustão psicológica derivado do excesso de trabalho, que pode gerar sintomas depressivos, ansiedade, de despersonalização (como se a pessoa sentisse sua personalidade se esvaziando ou se dissolvendo) e perda de satisfação no trabalho, a síndrome apresenta complexidade maior no trabalho híbrido, onde o ambiente de trabalho e espaço privado se confundem. E para evitar a exaustão nesse contexto, o psicólogo dá algumas alternativas. “A parte virtual do trabalho híbrido depende de uma organização específica. Algumas dicas seriam organizar os horários de trabalho, a dinâmica familiar, o espaço reservado para trabalhar. Por exemplo, nunca utilizar o quarto, onde se descansa.” 

Uma psicoterapeuta, que não quis ser identificada, relata ter desenvolvido a Síndrome de Burnout a partir da dificuldade em separar a vida pessoal da profissional. Um ponto que ela destaca é o fato de seus pacientes conseguirem entrar em contato com ela em qualquer horário. “Estou sempre à disposição dos meus pacientes para ajudá-los e, mesmo quando não são assuntos urgentes, devo respondê-los. Muitas vezes é meia-noite de um domingo, por exemplo, e não consigo sair do WhatsApp por causa disso, o que dá um desgaste emocional e físico”, explica. 

Para ela, sua situação com o uso das tecnologias não parece se encaixar no termo “trabalho híbrido”, pois não há dias determinados e horários para responder as mensagens. Porém, ao considerar o trabalho além da terapia presencial, o desgaste acaba sendo semelhante. “Por parecer simples responder uma mensagem ou outra por aplicativos, não é visto como trabalho. Mas, na realidade, estou trabalhando, só que fora do consultório.” 

Ela acrescenta que ainda não conseguiu encontrar o equilíbrio necessário para o uso profissional das tecnologias e que, por isso, não consegue descansar no tempo livre. “Sempre estou pensando nas mensagens que me enviam, além das demandas do consultório. É preciso muita organização e um pouco de desprendimento do trabalho também. Quero estar disponível para meus pacientes, mas nem sempre os assuntos precisam ser tratados imediatamente”. A psicoterapeuta pensa em definir horários para tratar de assuntos que não são urgentes pelo WhatsApp, com o objetivo de melhorar sua saúde mental e parar de sobrecarregar o trabalho. 

 

Ficha técnica:

Reportagem: Cassiana Tozati

Edição e Publicação: Catharina Iavorski

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

 

Produtos de higiene íntimo oferecem riscos à saúde da mulher, alertam ginecologistas

Quem acompanha a cantora Anitta nas redes sociais se deparou com o lançamento de um perfume unissex às áreas íntimas. Porém, segundo especialistas, o produto chamado Puzzy pode causar infecções na região. Por alterar o pH dos órgãos, não é aconselhável o uso de perfumes e sabonetes, uma vez que podem causar doenças sendo a mais frequente é a candidíase, provocada pelo fungo Candida albicans. Quem já teve, sabe o incômodo com coceira, inchaço, corrimento pastoso, dificuldade para urinar e dor durante as relações sexuais. 

Segundo a ginecologista Keilla Lima, produtos como lenços umedecidos e desodorantes íntimos não são recomendáveis para uso. Para a higienização, os mais adequados são os sabonetes convencionais, desde que sejam neutros e de preferência glicerina. “É muito importante que as mulheres também saibam fazer a higienização íntima de forma adequada, para além dos produtos. Água e sabão neutro são apenas na região externa, pois caso contrário, ocorre o desequilíbrio da proteção vaginal”, explica. 

Ainda de acordo com a médica, é possível desmistificar o uso desses produtos de higiene através do conhecimento, mesmo que haja incentivo ao consumo. “Saber e entender que a mucosa vaginal é uma área muito sensível, já contribui para que as mulheres usem itens adequados para a saúde íntima”, conclui Keilla. Caso ocorram irritações e suspeita de doenças devido ao uso de produtos íntimos, recomenda-se procurar atendimento médico, preferencialmente ginecológico para melhor avaliação. 

 

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Foto: Leriany Barbosa

 

Consumo dos produtos

A reportagem realizou um levantamento sobre o uso de produtos de higiene para áreas íntimas, como sabonetes íntimos e perfumes semelhantes ao Puzzy de Anitta. O público que respondeu à pesquisa foi de 40  mulheres, entre 19 e 46 anos de idade, que usam ou já usaram os produtos. Delas, 35% faziam uso de produtos de higiene para a área íntima, mas pararam de usar devido a relatos de pessoas que tiveram infecções por conta dos perfumes e sabonetes. Por outro lado, 30% das mulheres ainda utilizam os produtos. 

Quando questionadas se já contraíram alguma doença na região íntima devido ao uso dos produtos de higiene, 10% das entrevistadas responderam que tiveram candidíase. Enquanto 5% das mulheres revelaram que já sofreram com infecção urinária ou alteração no corrimento vaginal - líquido que serve para proteger e lubrificar a região. Apesar das recomendações médicas, 25% das entrevistadas não veem problema quanto ao uso, mesmo sabendo dos riscos que podem vir a ter. 

Adriana Rebonato, de 46 anos, foi uma das mulheres que respondeu ao levantamento e afirmou ter sequelas quanto ao uso desses produtos. Em 2015, ela contraiu uma alergia por conta do sabonete íntimo e os sintomas seguem até hoje. “A reação alérgica começou com um vermelhidão na vagina, então não pensei duas vezes e logo marquei uma consulta com o ginecologista. Após uma série de exames ele me alertou que essa irritabilidade foi causada pelo sabonete íntimo”, explica.

Adriana ainda revela que atualmente ela não pode usar determinados tipos de absorventes, calcinhas e tem que manter a região depilada. “Eu usava esses sabonetes desde jovem, pois eles sempre foram sinônimos de limpeza, mas na verdade eles apresentam riscos à saúde da mulher e, infelizmente, descobri isso na prática”, alerta.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Ana Luiza Bertelli Dimbarre e Leriany Barbosa

Edição e Publicação: Lilian Magalhães

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen