Número total de casos confirmados representa 9,4% dos ponta-grossenses
Dados divulgados no boletim epidemiológico da Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa desta segunda-feira (26) apontam que 33.627 ponta-grossenses já foram infectados pela Covid-19. Até o momento, a cidade registrou 810 óbitos confirmados da doença; 26 estão em investigação. A faixa etária dos 60 aos 69 anos foi a que mais sofreu perdas desde o início da pandemia, representando mais de 27% do total. Homens representam 58% dos óbitos confirmados, com mais de 460 vidas perdidas.
Em comparação com cidades paranaenses com população próxima ao número de habitantes de Ponta Grossa, que segundo dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra 355.336 habitantes, Cascavel, com 332.333 habitantes, apresenta uma taxa de infecção de sua população superior a 9,4%, com um total de 31.459 infectados na cidade, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel, atualizados no último dia 17. Já São José dos Pinhais, com população de 329.058 habitantes, apresenta taxa de infecção de 5.33% da população, com um total de 17.535 casos confirmados, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde da cidade, atualizados no dia 19 de abril. Quanto ao total de óbitos, enquanto Ponta Grossa registrou 810 falecimentos até o dia 26 de abril, Cascavel e São José dos Pinhais registraram 624 e 527 mortes, respectivamente, números que constam nas últimas atualizações dos municípios.
Conselho Municipal de Saúde
A cidade de Ponta Grossa passa por uma fase de baixa no número de casos diários de Covid-19, no mesmo período em que passa por uma flexibilização das medidas restritivas impostas na cidade durante o período mais crítico de 2021. Para o Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Ponta Grossa, Jefferson Gomes Palhão, o número de 9,4% da população infectada no município indica que a cidade ainda se encontra em momento crítico e de alerta no combate à pandemia, e ressalta que a flexibilização das medidas na cidade é encarada com cuidado pelo Conselho, e que apesar das questões econômicas e sociais envolvidas nas medidas restritivas, avisa: “Se os números de infecções começarem a subir, o Poder Público não vai ter outra alternativa a não ser voltar com medidas restritivas mais rígidas”. O conselheiro explica que apesar da queda de casos que possibilitou o afrouxamento das medidas isso não significa que a pandemia está acabando, “Tudo vai depender, daqui em diante, de como a doença vai se comportar com a flexibilização do comércio. É ilusão achar que o problema acabou, o problema não acabou, ele continua aí e ele continua sendo sério”.
Para a doutora em Biologia Celular Rafaela Ribeiro um dos fatores relevantes sobre esse dado, e que continua a ser ignorado, é o fato de existir uma baixa testagem populacional, devido ao número de casos assintomáticos ou mesmo de pessoas com sintomas e que possam vir a estar infectadas, mas que não realizam o teste, ocasionando um número de casos confirmados que não corresponde ao número real de pessoas infectadas. “Muitas pessoas podem estar infectadas com ou sem sintomas e não fazem o teste, portanto, assim como no restante do Brasil, Ponta Grossa tem mais do que 10% da população infectada”, afirma a pesquisadora.
De acordo com as últimas atualizações da Prefeitura de Ponta Grossa, os leitos de enfermaria e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto para Covid-19 estão com 100% de ocupação, os 64 leitos de enfermaria e os 60 de UTI adulto. Palhão ressalta que, nesse momento, as pessoas precisam continuar se cuidando, respeitando o distanciamento social, mantendo o uso de máscara e de higiene das mãos. “Enquanto a campanha de vacinação não avançar, o cenário não sofrerá grandes mudanças, o que pode mudar esse cenário é a vacinação”, complementa o conselheiro.
Ficha Técnica:
Repórter: João Gabriel Vieira
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Publicação: Robson Soares
Supervisão: Kevin Kossar