Em Ponta Grossa, 24 pessoas morreram da doença em 2021
O câncer de próstata tem a segunda maior incidência de cânceres em homens, sendo o primeiro de pele, correspondendo a um risco estimado de 62 novos casos a cada 100 mil homens. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa feita para o triênio 2020-2022 é de que surjam, anualmente, 65.840 novos casos. O câncer de próstata causa cerca de 15 mil óbitos anuais, a segunda maior taxa de mortalidade por câncer que atinge homens no país.
No mês de novembro acontecem campanhas de conscientização, mundialmente conhecidas como Novembro Azul. A campanha contra o câncer de próstata tem o intuito de chamar a atenção para a prevenção e o tratamento da doença. Contudo, os exames preventivos devem ser realizados ao longo de todo o ano.
A doença consiste em um tumor que afeta a glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra. Segundo a Secretaria da Saúde do Paraná, os sintomas iniciais mais comuns são dificuldade em urinar, presença de sangue na urina, demora para começar e terminar de urinar, além da diminuição do jato de urina e a necessidade de ir ao banheiro diversas vezes. Além disso, em casos de doenças benignas da próstata, pode ocorrer um aumento de tamanho da área ou inflamação na próstata, conhecida como prostatite.
Infográfico: Tamires Limurci
Em Ponta Grossa, o coordenador da Atenção Primária à Saúde (APS), Thiago Bueno, explica que uma das maiores dificuldades encontradas é a falta de adesão dos homens por vergonha ou pela falta de costume em procurar um especialista. Conforme informações da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, em 2021, houve 24 mortes relacionadas a neoplasia maligna da próstata. “O homem só não possui uma taxa maior de mortalidade, quando comparado com as mulheres, na faixa-etária de 80 anos porque muitos não chegam nessa idade”, comenta.
O agricultor José Antônio (nome fictício), 42, descobriu o tumor na próstata em junho de 2021; entretanto, sintomas como inchaço e dores na hora de evacuar ocorriam desde maio. Ao acreditar que o diagnóstico poderia ser de hemorroida, José se automedicou. Somente após ir ao médico e realizar exames de toque, a doença foi confirmada. “Tive muita sorte de ter descoberto cedo, mas me sinto culpado de não ter ido ao médico antes", afirma. O agricultor, que hoje faz radioterapia cinco dias da semana, revela que por conta da vergonha, ainda não contou para todos os seus amigos e familiares sobre seu diagnóstico, porém está determinado a incentivar os amigos a fazerem o exame.
Tratamentos
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todas as modalidades de tratamento de forma integral e gratuita, seguindo indicações de um médico especializado. A duração do exame leva, em média, cinco minutos. O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendam a realização de exames antes dos 40 anos para homens sem sintomas.
Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Ficha Técnica
Repórter: Tamires Limurci
Edição e Publicação: Maria Eduarda Eurich
Supervisão de Produção: Muriel Amaral
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi, Maurício Liesen