Banco de Leite Humano não supre necessidades dos hospitais da região entre janeiro e abril
Em maio se comemora o Dia Mundial de Doação de Leite Humano mas, em Ponta Grossa, houve falta de leite materno nos primeiros quatro meses deste ano. O Banco de Leite Municipal de Ponta Grossa não atingiu o mínimo necessário de 130 litros para atender a cidade. No período de janeiro a abril, deveriam ser arrecadados 520 litros e o índice não chegou nem a 375. Segundo a Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH) - Brasil, o menor índice foi em abril, com 79,3 litros de leite.
“Estamos com estoque baixo, praticamente sem. Tivemos que diminuir os pedidos dos hospitais porque não conseguimos mandar todo o leite necessário”, salienta a nutricionista responsável pelas doações, Letícia Cruziniani. A baixa doação ainda é reflexo da pandemia. De acordo com a profissional, devido ao isolamento pandêmico, era possível fazer a coleta na casa das mulheres e, com a volta das atividades laborais, essa medida não é mais viável.
O leite materno arrecadado em Ponta Grossa atende os recém-nascidos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), dos hospitais Unimed, Santa Casa e o próprio Hospital Universitário Materno-Infantil da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A última vez que o Banco de Leite em Ponta Grossa alcançou a meta ideal foi nos meses de junho e julho de 2021, com 140,5 e 150,5, respectivamente.
Para além da pandemia, algumas mães não doam por acreditar que possa faltar leite aos seus filhos. Cláudia Cancian, técnica de laboratório no BLH de Ponta Grossa, explica que esse pensamento não é verdadeiro. “Se ela estimular pra tirar leite, nunca vai sentir a mama vazia, pois ela tem uma média de produção acima do consumo do bebê”, explica.
Caso não haja doação e o Banco tenha falta de leite para a UTI, é necessário completar a alimentação dos bebês internados com leite de fórmula, que não é ideal do ponto de vista nutricional para os primeiros meses de vida.
Situação Global
A Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH) - Brasil foi criada em 1998, em uma parceria do Ministério da Saúde (MS) e da Fundação Oswaldo Cruz, e tem como objetivo promover o aleitamento materno, coletando e distribuindo leite. O Ministério da Saúde (MS) recomenda que o leite materno seja a única fonte alimentar dos recém-nascidos de até 6 meses e, até os dois anos de idade, ainda permaneça na dieta da criança.
E maio, comemora-se o Dia Mundial de Doação do Leite Humano. A data reforça a importância da doação para prover a alimentação de bebês que não conseguem ser amamentados por suas mães devido a dores, doenças, ou pega incorreta da mama.
Para doar
As mães que desejam doar podem entrar em contato com o BLH do Hospital Universitário, pelo WhatsApp (42) 99102-0564 ou pelo fixo (42) 3311-8400. Após o contato, a mulher é cadastrada com algumas informações sobre seu estado de saúde. Com a confirmação do cadastro, o Humai disponibiliza material para coleta do leite, que será realizada semanalmente. A coleta também pode ser feita na sede da instituição, localizada na Rua Dr. Joaquim de Paula Xavier, 500, na Vila Estrela. "A rede de apoio é muito importante. Se a mãe não tem colaboração em casa, ela não tem tempo para fazer a retirada, que demanda tempo, pois é extração manual’’, afirma Claudia Cancian.
Ficha técnica:
Reportagem: Bettina Guarienti e Isadora Ricardo
Edição e Publicação: Maria Eduarda Ribeiro
Supervisão de produção: Muriel E.P. Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen